- Ah meu Deus Victor! – Choramingo alucinada vendo meu marido ser humilhado diante de todos, e eu aqui sem poder fazer nada!

- Por favor... eu não posso deixar minha esposa aqui!

- Cara... cala boca, cadê seu celular?

- No bolso atrás. – O homem que o algemou se abaixa vasculhando seus bolsos, quando encontra o entrega pra ele. Todos permaneciam atentos e posicionados ao nosso redor, apontando as pistolas para Victor e pra mim prontos para dispararem a qualquer momento. 

Eu estava petrificada, mal conseguia respirar de tão aflita, temendo pela vida do meu amor. Sem querer me fixei em dois deles e imediatamente os reconheci. Eram os mesmos que me abordaram aquele dia na estrada quando eu caminhava. Logo depois ficamos sabendo do roubo.

Um calafrio percorreu minha espinha quando eles o puseram de pé. Meu Deus o que vão fazer com ele?

O que estava com o celular de Victor na mão cochichava baixinho com um daqueles que eu reconheci. Enquanto o levavam Victor se virou olhando diretamente pra mim.

Seu olhar ficara gravado a fogo no meu coração. Era aflição pura, repleto de agonia. Senti seu olhar perfurar meu coração, era um olhar conseguiu mesmo por um instante transmitir todo o seu amor, mas também era um olhar de despedida.

- Não, não Victor! – Desesperada levei a mão na boca para não gritar, mas não consegui conter as lágrimas enquanto o empurravam para o outra caminhonete a bem a nossa frente.

Aquele que eu tinha reconhecido se aproximou da nossa caminhonete abrindo a porta abruptamente do lado do motorista. Deus será que ele vai entrar? O que eu faço?

Ele me olhava com raiva, e estava visivelmente impaciente.

Meus olhos desesperados se voltaram em suplica para o Victor,  e o vi se debatendo com três deles, aflito por não conseguir me proteger. Vejo claramente quando golpeiam sua nuca com a pistola, e seu corpo forte perde as forças, o deixando atordoado. O jogam com força pra dentro fechando a porta em seguida.

- Por favor... não o machuquem... o que vão fazer com ele? – Imploro em lágrimas enquanto o homem ao meu lado nem se importa, pelo contrário.

- Parece que a gente se encontrou de novo não é dona? – Seus olhos embaçados e cheios de malícia percorrem lentamente meu corpo todo. Me encolho ainda mais abraçando-me numa tentativa frustrada de bloquear sua visão, temendo por suas intenções. Respiro fundo procurando conter as lágrimas e buscando forças pra me defender se for preciso.

Ele ri percebendo minha aflição, e o meu temor de alguma forma o estimula ainda mais.

- É dona... é mesmo uma pena... mas não vai ser hoje que a gente vai se divertir... – Falava coçando seu maxilar espalhando ainda mais sua barba cerrada. Ele me analisava friamente com seu sorrisinho perverso e cheio de lascívia.

- O patrão disse que não era pra mexer com a dona, então você vai embora, mas dona um aviso! Nem pense em chamar a polícia, pelo seu próprio bem e do seu maridinho lá. – E apontou para o Victor. - Se o patrão permitir, ele volta, senão... - Deu de ombros demonstrando uma frieza cruel.

- Por favor não façam nada com ele, por favor moço deixa a gente ir! – Implorei em lágrimas, desesperada, mas o olhar quente que ele me deu me fez estremecer.  

- Nossa dona é melhor ficar quieta porque se tá me dando um tesão da porra! Tô quase mandando o patrão a merda. - Arregalei os olhos apavorada, meu coração disparado, Jesus me ajude!

Victor & Sophia Volume IIIWhere stories live. Discover now