Capítulo 1.

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Luna.

Desde muito pequena via meu pai cortejar minha mãe como uma verdadeira rainha e vi minha mãe dar todo carinho e paciência que tinha com meu pai, como se ele fosse um rei. O amor deles era puro e infinito. Mesmo que brigassem, antes de dormir, sempre se desculpavam. Um dia minha mãe me explicou que nunca, nunquinha, eu deveria dormir magoada com alguém que eu amasse, meu namorado, marido ou amigos. Era como se estivessemos permitindo que a mágoa fizesse morada em nosso coração e o mudasse para sempre. Por mais boba que a briga tivesse sido, ela dizia: "nunca durma magoada com quem você ama". E eu levei isso para minha vida. Na verdade, levei tudo que meus pais eram. E sonhava em encontrar alguém como meu pai, para sermos como os dois. Um príncipe em um cavalo branco, quem sabe.

Eu era muito nova. E quando meus pais se separaram no fim do ano passado, deixei de acreditar em muitas coisas.

— Luna, está na hora de ir para escola. — Meu pai sussurrou, afagando meus cabelos.

Resmunguei, me jogando em seus braços, mole.

— Mais cinco minutos, por favor...

— Você perdeu o primeiro dia de aula na faculdade quando pediu mais cinco minutos para mim.

Levantei, suspirando.
Eu realmente havia perdido o primeiro dia de faculdade, mas eu liguei e disseram que foi um dia livre para as pessoas conhecerem o local, os professores e tudo mais. Mais tarde eu passei no lugar e fiz o mesmo, mas sozinha com meu pai e o diretor, que depois me ajudou a me inscrever nas aulas que eu devia fazer para me formar em Direito.

No banheiro, tomei um banho rápido e fiz minha higiene. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo baixo para tomar café da manhã e me despedi do meu pai com um beijo no rosto antes de fechar a porta logo atrás de mim.

Dentro do carro, cogitava milhões de teorias para o término repentino dos dois. Eu era uma adolescente de 17 anos completamente confusa em relação à relacionamentos, pois nunca tive um sério, e agora meus pais haviam se separado e eu não sabia o motivo. Eu só fiz o que minha mãe mandou eu fazer, vir para outra cidade com meu pai e, assim, ficar mais perto da minha faculdade e meu sonho.

Por estar pensativa, o caminho pareceu se encurtar e logo estava estacionando a moto em uma vaga em frente ao grande prédio. Era como um gigantesco prédio de quatro andares, com quadra e piscinas esportivas atrás dele e um gigante gramado verde a sua volta, com muitos bancos de piquenique onde os universitários se sentavam e tomavam sol. Como naquela manhã.

Caminhei para dentro do lugar e guardei alguns livros desnecessários para aquele dia no armário, depois, sentei encostada no mesmo. Coloquei meus fones de ouvido e passei uma mensagem para o meu pai avisando que havia chegado e estava bem. Como de costume.
Ele não ficaria tranquilo ou procuraria um emprego, se eu não tivesse lhe dado certeza que viria. Resolvo enviar mensagem com uma foto sorridente para alegrar sua manhã caso tudo desse errado no final daquele dia.

— Alô? Terra chamando novata morena gata encostada na porta do meu armário!

Olhei para cima e vi um rapaz loiro de olhos verdes feito esmeraldas, olhando para mim com um sorriso engraçado. Levantei rapidamente e me desculpei, enquanto o via se abaixar e colocar suas coisas no seu armário, que ficava abaixo do meu.

— Como se chama?

:— Hã? — Tirei os fones.

— Deus, essa é mesmo lerda... — Ele sussurrou, e sorriu para mim largo. — Meu nome é Caleb, querida. E o seu?

:— Ah! Luna. É o meu nome. — sorri de canto.

— Legal. O que gosta de ouvir? Dizem que as pessoas podem ser descritas pelas músicas que ouvem.

Teachin' Her.Where stories live. Discover now