Arena

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Tara olhava Thomas, procurando um olhar de misericórdia que era inexistente. A sua frente estava um Thomas sem coração, impiedoso, sentado no seu trono imponente e majestoso.

Estavam os dois, cara a cara, separados por extensas grades. Era mais um local escondido do Quartel General da Spero, talvez, uma outra passagem secreta alternativa as salas de tortura. Era um edifício amplo, constituído por dois lados, de um lado uma poltrona e do outro lado uma arena coberta por grades extensas.

- Sinto-me um imperador romano que tem nas mãos o destino de um pobre gladiador. Um simples gesto do meu polegar pode condicionar o teu futuro- comentou maliciosamente Thomas.

Tara soltou um grito agonizante, estava a entrar em desespero e bastante aflita com o que lhe ia acontecer. Durante vários anos, ela fora a cúmplice de Thomas nas suas torturas e quando chegavam ao extremo na "Arena", local onde estava agora.. Lembrava-se perfeitamente da última vez que usaram a "Arena" foi quando Josh lhes disse que não iria cumprir a sua missão por estar apaixonado por Selena, Thomas rira-se na cara dele e encaminhara-o até aquele preciso sítio.

Josh não estava nada a espera de ser encaminhado para aquela arena e enfrentar-se cara a cara com a morte, foi o polegar de Thomas que decidiu o futuro do rapaz, o mesmo polegar que agora iria decidir o futuro de Tara.

- Compreendo-te perfeitamente Tara. É bastante irónico como ainda há dois dias estávamos a aplicar este tratamento no Josh e agora és tu o alvo.- constatou Thomas, usando uma ironia admirável- É como se fosse o teu castigo, foram demasiados anos a fazer os outros sofrer e chegou a tua hora, basta só eu virar o polegar para baixo e já não haverá Tara para contar a história.- diz, soltando uma risada sádica.

- Tu és um monstro. Estive a teu lado para lutar contra um monstro, sem entender que o monstro és tu.

- Tara, Tara... Por mais inteligente que sejas, acho que ainda não entendeste que devias estar a fazer-me declarações de amor e não expor-me o teu ódio. És um verme nojento, eu servi-me de ti enquanto pude e quis mas chegou a hora de dizer adeus.

Em Tara aquelas palavras fazem um efeito devastador e Thomas continua o seu discurso. Ele continua a proferir palavras insultuosas que descrevem momentos íntimos que ambos viveram, estava a exercer tortura psicológica. Ao constatar que as suas palavras estavam a fazer o efeito pretendido, Thomas calou-se e bateu palmas.

- Como é a sensação de estar do outro lado da grade?- comentou maliciosamente Thomas- Espera não respondas que eu consigo sentir no que pensas, agora, senti-me ofendido. Cabrão? Eu? Meteres a minha mãezinha ao barulho? Julgava-te mais educada. Entretanto isso não abona nada a teu favor para a minha decisão final. De que forma irei colocar o polegar? Para cima, para baixo, para cima, para baixo- repetiu várias vezes, alternando o gesto do polegar, causando em Tara uma agonia crescente.

Thomas não parava de rodar o polegar e Tara estava a caminhar até a loucura extrema. Já há longos minutos que o dedo de Thomas rodava como se fosse a roda gigante de uma feira de diversões.

- Não achas que está na hora de parar com esses joguinhos e dar já o veredicto final?- afirmou, amedrontada

- Ups. Mais uma vez voltaste a não ser inteligente. Quantas vezes te vou dizer que é este polegar que decide o teu futuro e que tu tens que conquista-lo? Não é com essa atitude que lá chegas. Tenta outra vez- continuou Thomas desvairado e sádico.

Cada momento que passava, Tara apercebia-se que o seu fim estava próximo e mentalizava-se de que nada seria de maior sofrimento que o que estava preparado para ela na Arena. Nunca pensara estar daquele lado... 

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