Assim quem ele percebeu olhou pra mim desligando o telefone.

- Victor quer alguma coisa amor?

- Não Sophia só quero entender a porra que está acontecendo!  - Rosnou zangado esfregando os cabelos de sua nuca, como sempre faz quando algo o aborrece ou lhe foge ao controle.

- Merda, detesto que me escondam as coisas... você... se importa de ficar um pouco sozinha? - Disse amenizando um pouco a voz irritada

- Amor... o João não tinha combinado de almoçar com a gente, você não pode esperar?

- Não Sophia, eu... – Bufou zangado. – Eu preciso ver algumas coisas tá bem? Eu tô com o celular qualquer coisa me liga! – Passou por mim sem esperar que eu lhe disse mais alguma coisa. Me deu um beijinho no rosto e saiu como raio.

A meu Deus, tomara que ele não surte novamente quando souber do roubo.

Por volta da hora do almoço ele me liga perguntando como estou, diz que está em reunião e que é pra eu almoçar com a mãe no rancho. 

...

Bem... viemos só pra passar um dia e já estávamos a três aqui!

Depois de se inteirar de tudo inclusive do assalto, ele foi aos poucos se acalmando, assim como eu. Nem percebi o quanto eu tinha ficado tensa com toda aquela história.

Era quase oito horas da noite, estávamos de preguiça, esparramados displicentemente no chão da sala, no nosso felpudo tapete. Victor ascendeu a lareira, garoava lá fora e  fazia um pouco de frio então aproveitamos pra ficar aconchegados um no outro. Oh delicia era tudo o que precisávamos.Conversamos de tudo um pouco. Trocamos uns beijinhos, namoramos um pouquinho, mas tudo bem comportadinhos!  Acariciava minhas costas brincando com meus cabelos, cheirando meu pescoço. Eu cada vez mais eufórica achando que agora vai! 

De repente ele me virou, colando em mim seus olhos azulados, só a intensidade do seu olhar era suficiente pra me deixar zonza e totalmente molhada.  Não disse uma palavra, só me olhava daquele jeito que parecia que via dentro da minha alma. Com uma suavidade estonteante, seus dedos contornavam lentamente meus lábios, deixando-os quentes. Ai que calor...

- Você faz ideia do quanto eu te amo? – Oh Deus... como Victor mexe comigo... não sei se é essa sua voz rouca e macia, ou esses seus olhos azuis queimando os meus, ou se era essa sua barba cheirosa, só sei que de repente não tinha força pra mais nada. Sorri totalmente inebriada pelo meu maridão, me sentindo a mais feliz das mulheres.

Sua boca tocou suavemente meus olhos enchendo-me de beijinhos suaves, doces e delicados, até demais. Não sei se era efeito colateral de algum  medicamento, ou se eram meus  hormônios em ebolição, só sei que eu estava a ponto de bala, alucinada desesperada pronta pra atacar meu marido a qualquer instante!

E foi o que eu fiz, não esperei mais nem um segundo. Agarrei seu belo rosto, devorando sua boca com paixão. Ele se surpreendeu com meu ímpeto desesperado. A princípio retribuiu, mas logo se conteve. Como consegue? Olhou pra mim com malícia dando aquela risadinha que sobe apenas um canto da sua boca e devagar foi me afastando.

- Ei mocinha não está esquecendo de nada? Você praticamente acabou de sair do hospital! - Bufei impaciente.

- E daí amor estou bem, você mesmo ouviu do médico! - E fui ao ataque novamente, mas ele me impediu.

- Paxãoooo você não tem jeito mesmo não é? - E olhando pra mim com carinho foi categórico. – Hoje não!

- Hoje não, como assim?! - Falei exaltada, olhando pra ele com toda a minha decepção, fazendo um bico enorme. Seus olhos cheios de desejo, mostravam o quanto ele era bem mais controlado que eu. Droga! Deu um beijinho magro na minha testa e foi se levantando, segurando minha mão pra me ajudar.

Victor & Sophia Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora