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N.A.: Se preferirem, podem ler o capítulo com a música da mídia que é realmente ótima. Mas não é obrigado, vai a partir de seu gosto :)

A mansão da família Hemmings era uma enorme construção que fora começando a ganhar forma no começo do século XX, segundo Dora, e desde então veio sendo reformada de tempos em tempos para entrar de acordo com os padrões de casas atuais, ou até mesmo melhor.

Apesar de ser dividida em muitos quartos, a maioria de hóspedes, e em salas de diversão, nada parecia chamar a atenção de Emeli.

Ela se perguntava como Luke aguentava ficar em uma casa daquela dimensão sozinho, era realmente de enlouquecer. Estava explicando porque o garoto parecia um pouco louco. Deveria ser exaustivo para Dora cuidar daquilo tudo sozinha, também. E foi pensando nisso que pegou uma vassoura, ignorando os protestos de Dora, e rumou até a sala de estar para começar a tirar um pouco da sujeira do chão. Pelo menos tinha conseguido algo para fazer até Luke chegar.

Pegou o controle remoto e mudou o canal da TV, colocando em um de música onde passava alguma notícia relacionada ao cantor Adam Lambert. Já tinha ouvido algumas músicas do novo CD de Adam e gostara da maioria. Começou a passar uma apresentação do cantor no programa com a música Evil In The Night e a loira aumentou o volume, começando a varrer a sala.

- . - Cantou uma parte do refrão e parou de varrer por um instante, empolgada demais com a música. - Danger by day, but you're evil in the night Bombs over Broadway, f-fire in the sky.

- You lit up like a full moon Yeah, I heard you were the baddest on the street - Ouviu uma voz rouca na direção da porta e virou-se para encarar o loiro que continuava a cantar. - You work it like there's no rules Little criminal, I'm calling the police.

- Keep me on a leash tonight There's nowhere for me to hide See you on the other side. - Emeli deu um pequeno sorriso de lado e colocou a vassoura na frente da boca, como se fosse um microfone.

- My life flashed before my eyes Razor blade lips and daggers up in your eyes. - Luke colocou as mãos ao redor da cintura da babá e cantou em seu ouvido, quase sussurrando. - Baby, your love is a crime Danger by day, but you're evil in the night. - Mordeu o lóbulo da orelha da garota após a música chegar ao seu fim.

- Luke. - Emeli ofegou e deixou a vassoura cair, colocando as duas mãos no peito do loiro e afastando-o alguns centímetros. - Onde estava?

- Fui na casa do Calum. - O garoto soltou a cintura de Emeli e deu dois passos para trás ao ver a expressão da loira.

- Calum! - Ela sacudiu os braços para cima. - Céus, eu o deixei só ontem. Ele deve estar pensando coisas ruins de mim.

- Emeli, se acalma. Ele não tá pensando merda nenhuma. Relaxa. - Luke a olhou com os olhos semicerrados. - Qual é o problema? Por que se importa com o que ele pensa ou deixa de pensar?

Emeli soltou todo o ar que prendia nos pulmões e olhou totalmente exasperada para o garoto a sua frente, como se ele fosse algum louco.

- Ele é um amigo. Seu amigo.

- Tem certeza que é só isso? - Havia uma ponta de desconfiança na voz do loiro.

- Está achando o quê? Que estou gostando dele?

- Se você está falando isso é porque é uma possibilidade a se pensar. - Luke cruzou os braços sobre o tórax e encarou a babá com o olhar endurecido.

- E se eu estiver mesmo? Não é problemas seu, Hemmings. Pelo menos não pelo que eu me lembre. - Emeli irritou-se e disparou as palavras contra Luke, só dando-se conta do que falara depois de ele lhe lançar um olhar surpreso.

- Você é a minha babá. Não deve se envolver com amigos meus.

- Ah, mas com você sim? - Emeli perguntou de forma irônica, pegando a vassoura do chão, sua vontade era de usar o objeto contra Luke e fazê-lo calar a boca. - Pelo amor de Deus, estamos parecendo duas crianças discutindo.

- A intenção não era de discutir, Emeli, não sei se você percebeu. Você começou o assunto. - Bufou, passando as mãos no cabelo.

- Me desculpe.

O loiro assentiu e jogou-se de forma desajeitada no sofá, encarando a TV que passava outro clipe de música desconhecido para ele.

Desviou o olhar para Emeli e viu que ainda vestia a mesma blusa que ele colocara nela na noite anterior. Mas o que estranhou de fato foi a vassoura em sua mão.

- A vassoura era apenas para servir de microfone mesmo? - Ergueu uma de suas loiras sobrancelhas.

- Não. - A babá corou um pouco ao lembrar-se de ter sido pega cantando pelo garoto. - Eu queria ajudar um pouco Dora, já que não tinha nada mais para fazer.

- Mas você sabe que isso é... - O loiro foi interrompido por seu celular que tocava em seu bolso e o tirou do mesmo, olhando o nome de quem ligava e deslizando o dedo pelo ecrã, em seguida. - Mãe?

Emeli olhou de soslaio para o menino enquanto falava com sua mãe e mordeu o lábio, esperava que não discutissem novamente, como da última vez que tinham se falado.

Terminou de varrer a sala de estar silenciosamente e juntou a pequena poeira que se formou em um canto, para jogar no lixo depois. Deixou a vassoura na cozinha e foi para a sala em seguida, percebendo que Luke já havia finalizado a chamada e olhava para um ponto fixo no chão.

- Luke? Está tudo bem com seus pais? - Perguntou, deixando a preocupação em evidência na sua voz.

- Sim, tudo bem. - Ele voltou seu olhar azul para ela. - Minha mãe ligou para saber como as coisas estão andando e para informar que saberão quando poderão voltar hoje. Ela vai me ligar para a confirmar a data depois.

- Ah, que bom que está tudo certo. - Deu um sorriso e sentou-se ao lado do menino, um pouco desconfortável. - Luke, sobre ontem... Temos que conversar.

- Diga.

- Aquilo da festa. - Emeli começou, não sabia como tocar no assunto de maneira correta.

- Não diga que foi um erro porque não foi. - O loiro começou a falar, mas foi interrompido pela babá em seguida.

- Meu Deus, não é nada disso. Eu só queria saber se aconteceu algo depois. Quando chegamos, quero dizer. - Pressionou dois dedos contra a testa. - Não me lembro de nada a partir daí.

- Ah. Isso. - Os cantos dos lábios de Luke se curvaram para cima e o garoto olhou para ela com divertimento. - Você dormiu no carro. Eu te levei para seu quarto.

- Você me levou? - Questionou, sentindo-se surpresa de repente. - A minha roupa...

- Eu tirei. E coloquei essa linda que você está vestindo agora. - Luke ajeitou-se no sofá para encarar melhor a loira. - E a propósito, a lingerie ficou melhor do que eu imaginei.

- Seu cretino! - Emeli corou violentamente e começou a distribuir tapas pelo peito de Luke, que segurou seus pulsos em seguida. - Me solta. Não acredito que fez isso.

- Ah, eu fiz. E estou muito contente por tê-lo feito. - Inclinou-se para frente e roçou o nariz na bochecha da babá. - Na verdade, estou contente por ter feito várias coisas ontem.

- Ah, é? - Emeli fechou os olhos, cedendo totalmente ao garoto. - Cite uma coisa.

- Te beijar foi uma delas, com certeza. - Passou seu piercing pelo lábio inferior da babá e puxou-a mais para si, diminuindo pelo menos um pouco da distância de seus corpos. - Vou até repetir a dose.

E após dizer isso, uniu seus lábios de uma vez por todas, saciando o desejo que ambos reprimiam desde a noite anterior.
Ali estavam, as mesmas sensações do último beijo, presentes naquele ou até mesmo com mais intensidade. A única diferença era que não havia efeito alcoólico algum ali, o que os permitia sentir tudo novamente com consciência de que era real e de que nada nem ninguém pudesse atrapalhar.

Dear BabysitterWhere stories live. Discover now