VII

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Haviam no mínimo cinco vestidos espalhados sobre a cama de Emeli. A loira encarava tudo de longe, ao pé da cama e com os braços cruzados, fazia uma cara feia toda vez que Luke tirava algo de seu guarda-roupas. Achava simplesmente agoniante ver o garoto vasculhar suas roupas enquanto ela assistia a tudo aquilo sem poder se manifestar.

Xingava-se mentalmente por ter se permitido perder para Hemmings no videogame. Como poderia? Sempre tinha sido maravilhosa no GTA, como deixou aquele moleque ganhar dela justo quando algo do seu emprego estava envolvido no assunto?

Burra, Emeli, pensou bufando, você não passa de uma burra.

– Você não costuma sair muito a festas. – Não foi uma pergunta, Luke disse aquilo como uma constatação ao tirar outro vestido para analisar. – Pelo menos não com roupas que preste. – Jogou o vestido sobre o ombro, fazendo com que o mesmo caísse na beira da cama.

Minhas roupas prestam. – Emeli falou quase que ameaçadoramente.

– Ah, não mesmo. — O loiro olhou para o vestido azul que estava segurando e passou dois dedos sobre o tecido da saia. – Este parece bom. Venha aqui.

A babá deixou os braços caírem ao lado do corpo e andou até onde Luke estava, parando na frente do menino com alguns centímetros de distância.

Deu dois pequenos passos para frente ao sentir a mão de Luke em sua cintura, puxando-a para mais perto, e apoiou as duas mãos sobre o peito do garoto ao sentir que poderia perder o equilíbrio.
Sentiu o braço de Luke envolver sua cintura completamente e olhou-a nos olhos, procurando por algo na expressão da loira que denunciasse que estava surpresa e incomodada com a situação.

– Tudo bem? – Ele questionou, a voz saiu rouca e baixa.

– Sim. – A mão de Emeli deslizou para o lado, onde pode sentir o pulsar constante do coração de Luke, as batidas eram fortes e firmes, era algo estimulante de sentir em sua mão.

Pôde sentir também o calor que irradiava do loiro, quase como se estivesse febril, mas ao contrário do que pensou, era um calor bom que queria por perto. De repente, desejou tocar o rosto de Luke com as duas mãos para sentir o calor em sua pele, e logo desceria para seus braços, desviando em seguida para seu abdômen. Mas o que estou pensando? Santo Deus.

Luke colocou a mão que segurava o vestido no braço de Emeli e apertou a mão que estava na cintura da loira, como se quisesse ter a certeza de que ela estava firme sobre seus pés, e recuou um pouco. Deu um passo para trás, piscando e respirando fundo. Até que fez um movimento que a garota não esperava: colocou o vestido na frente do corpo da babá e o olhou com atenção. O vestido de cor azul escuro, ia até o meio das coxas de Emeli deixando grande parte das penas da loira expostas, tinha um drapeado na altura do busto que realçava o decote, deixando-a com um ar mais feminino.

– Este está ótimo. Você vai com este aqui. – Luke sorriu com os olhos ainda virados para o vestido.

– Vou me trocar então. – Emeli segurou o vestido e abaixou o olhar.

– Não. – A voz saiu firme. – Não, ainda não terminei. – Voltou-se para o guarda-roupas e começou a abrir as gavetas.

– O que você quer? Escolher meus sapatos também? – Ela andou até Luke e o olhou com o cenho franzido. – Não estão aí.

– Sh, fique quieta. Não estou procurando sapatos. – Ele abriu a última gaveta e seus olhos azuis ficaram ainda mais iluminados ao ver o conteúdo da gaveta. – Emeli do céu!

– Seu lunático! Feche isso. – A babá empurrou Luke com o corpo para fechar a gaveta, mas não a tempo suficiente para impedir que o garoto puxasse uma sacola transparente de lá, com uma lingerie rendada de cor preta.

Dear BabysitterWhere stories live. Discover now