Capítulo 23

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Meu mundo cai. Eu me sento no chão, chocada com o que Gabriel acaba de me dizer. Eu só penso que a mulher que eu chamei de mãe a minha vida inteira não era a minha verdadeira mãe.

Acho que falta ar nos meus pulmões, por que estou respirando com dificuldade.

—Nicolly, você está bem? — Alana pergunta.

—Eu não consigo pensar direito. Eu preciso ficar sozinha.— Me levanto.

—Não sei se é aconselhável, Nicolly.

—Gabriel, eu preciso ficar sozinha. Me deixa em paz.—Saio dali.

Preciso pensar, a minha vida deu um giro de trezentos e sessenta graus. Não sei em quem acreditar, eu simplesmente sei que minha vida não passou de uma mentira.

Tudo foi mentira.

Ando até estar cercada de arvores.

Me encosto em uma e choro .

Choro muito.

Desde que fugi do palacio, a única coisa que sei fazer é chorar.

Eu não sei mais quem eu sou. Não sei quem é minha mãe, não sei se o rei é o meu pai, não sei nem por quem eu estou apaixonada.

Se é pelo Adrian ou pelo Gabriel.

—Eu sei que você queria ficar sozinha, mas tive que vir atrás de você.

—Alana, não sei o que eu faço. Não sei quem eu sou. Não sei nada sobre mim.

—Queremos te contar a verdade toda, eu e o Gabriel. Mas você precisa vir comigo. Antes que ele e o Adrian façam alguma besteira.

—Alana, porque vocês mentiram pra mim? Porque não me contaram logo a verdade? Teria evitado muitas coisas.

—Não era nosso dever contar. Mas você acabou escutando e entendendo tudo errado. E acabou vindo parar aqui com o príncipe Adrian.

—Não fui sequestrada, Alana.

—Eu percebi, pelo jeito que vocês dois estavam na neve. O Gabriel pensou que ele estava te atacando.

Fico calada.

—Você gosta dele?

—Dele quem? —Eu pergunto.

—Do Adrian.

—Não sei, Alana. Ele me salvou três vezes. Levou um tiro por mim. Cuidou de mim. Não sei o que estou sentindo. Ele é calmo, paciente, lindo, me faz ri. Gosto de estar com ele.

—E pelo Gabriel?— Dou um pequeno sorriso.— O Gabriel me irritou desde o início, me tirou do sério. Não conseguia pensar direito quando ele estava por perto. E mesmo com toda aquela arrogância ele disse que iria me ajudar. E me beijou, eu nem consigo descrever o que senti quando ele fez isso. Foi como se eu estivesse acordando pro mundo naquele momento.

—Você beijou, o Adrian?

Suspiro antes de responder.

—Beijei. Com ele é diferente. É mais calmo, mas eu senti uma felicidade, era como se eu estivesse completa, preenchida.

—Eles são irmãos, Nicolly. São opostos. Vou dizer, não confio no Adrian. Mas não posso influenciar na sua decisão sobre com quem você vai ficar. Mas já me disseram uma vez que se você sei apaixona por duas pessoas, escolha a segunda, porque se amasse mesmo a primeira não teria uma segunda opção.

—Você é tão sabia pra sua idade.

—Já me disseram isso várias vezes.

—Quero saber a verdade.

—Você vai saber, mas tenho que te contar quem é sua mãe.

—Você sabe quem é a minha, mãe?

—Sim, eu sei.

— Quem é?

—Sua mãe é a Anne. Somos irmãs.

DESTINO (LIVRO 1)Where stories live. Discover now