Capitulo 5

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—Vocês são filhos da Anne? — Essa era nova, uma informação muito diferente daquela que eu estava pensando que iria obter.

—Sim, por que a surpresa? — Alana pergunta.

—Espera aí.— Gabriel diz. —Como você conhece a nossa mãe e sabe que ela trabalha no palácio?

— É que... Hã...

Maravilha, Nicolly, você acaba de estragar o seu disfarce!

—Meu Deus! Você é a princesa Nicolly, minha mãe sempre fala de você. —Alana diz.

Não tinha mais como esconder minha identidade.

—Sim, eu sou a princesa Nicolly. —Falo. — Eu não sabia que a Anne tinha filhos, ela nunca comentou nada.

—Ela nunca gostou de misturar a vida particular com o trabalho. —Gabriel comenta.— Mas posso saber o que faz aqui sozinha na floresta?

—O palácio será atacado e tive que fugir e a Anne me pediu pra procurar um rapaz chamado Gabriel, ela disse que ele iria me ajudar.

—Minha mãe acha que eu tenho cara de príncipe encantado que tem que salvar donzelas em perigo?

Me levanto do chão e me aproximo dele.

—Não estou pedindo sua ajuda, idiota, só estou dizendo o que a SUA mãe me disse.

—Que ótimo, por que a última coisa que eu quero na vida é bancar a babá de uma princesa mimada igual a você.

Assim que ele termina de falar dou um tapa no rosto dele. O estalo foi tão alto que ecoou no silêncio da floresta.

Aponto o dedo na cara dele.

—Nunca mais ouse falar comigo neste tom ou proferir essas palavras contra mim. Posso não estar no palácio mas ainda sou a princesa e futura rainha, e posso muito bem mandar matá-lo.

Ele olha pra mim e faz uma pequena reverência.

—Como quiser, alteza. — E sai para a floresta.

Minha respiração está irregular, nunca havia falado desse jeito com ninguém.

—Eu não sei o que dizer, Princesa. — Alana diz.— Ele nunca tratou ninguém desse jeito.

Estou lutando contra as lágrimas. Estou esgotada, cansada, toda machucada.

Sinto uma mão nas minhas costas.

—Posso te dar um abraço?

—Pode.

Alana me abraça e eu choro nos braços dela.

*****

Acordo com o corpo todo doendo.

Me sento e observo o local em que me encontro, deve ser uma parte da floresta que bem perto de algum rio, pois eu posso ouvir o som das águas.

As árvores são bem altas e as folhas produziam uma agradável sombra.

—Bom dia, Nicolly. — Alana aparece carregando várias frutas.— Imagino que esteja com fome. Pode comer.

Pego uma banana e como.

—Obrigada. — Digo.

Então reparo na fisionomia dela. Ela é branquinha, com os cabelos pretos presos em uma trança, baixinha, tem olhos enormes e um sorriso lindo. Não aparenta ter mais de 16 anos.

—Toma.— Ela me entrega uma muda de roupa, pego e vejo que é uma calça jeans e uma camiseta.

—Eu sei que são roupas simples mas...

—É perfeito, Alana. Obrigada.

— O rio é por ali, pode tomar banho lá se quiser.

Assinto e vou em direção ao rio.

Só não esperava encontrar o que eu vi.

Gabriel está tomando banho.

Ele está de costas pra mim, mas isso já é o suficiente.

Percebo que suas costas são bem definidas, os ombros são largos, braços musculosos.

Os cabelos pretos ficaram molhados quando ele passa as mãos neles.

Isso não é um banho, é uma dança sensual.

Quando ele começa a se virar e eu me escondo.

Espio ele vestindo a camisa e indo embora, só depois me lembro de respirar.

Meu Deus isso não seria nada fácil.

DESTINO (LIVRO 1)Where stories live. Discover now