Confie em mim

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-Talvez. -ele riu e me abraçou de lado desta vez pela cintura. Eu achava tudo isso um pouco demais, era, possessivo demais. Mas não é tão incrédula a ponto de dizer que não gosta. Não, acho que não. O elevador começou a subir, eu fixei minha mão no abdômen de James e o abracei, por um momento pude sentir que era mais que uma promessa o que ele havia me dito no carro, "vai ficar tudo bem", senti que não era uma promessa agora quando estava em seus braços, era uma verdade. Aqueles olhos violeta não mentiram sobre isso. Mas certamente escondem mais coisas que um oceano.

-Não entendo por que você não confia em mim. -falei bufando.

Ele riu e me apertou pressionando seu rosto em meu pescoço e inspirando. Suspirei, como não poderia? Sentia sua respiração calma em meu pescoço e inclinei meu rosto para o lado onde seu rosto estava. O que eu sentia por ele era muito forte, eu negaria até a morte (Sei bem disso) mas não posso mentir para mim mesma.

-Eu confio em você, Mi amor. -ele sussurrou, seu sotaque espanhol era simplesmente encantador. Não havia hesitação, quase como se fosse verdade, mas se realmente fosse ele me contaria o que há. -Apenas quero te proteger.

-Se confia em mim, por que não me conta a verdade sobre você? Sei que há mais do que você deixa transparecer. -falei voltando a olhar para frente assim que senti o elevador parando e abrindo suas portas. Ambos saímos. -Eu não preciso de proteção contra você. Como posso ficar contigo se preciso ser protegida até de você?

-Quer dizer que acredita que eu não machucaria você, mi amor? -ele perguntou malicioso e eu me xinguei internamente por ter dito aquilo. O que eu tinha na cabeça afinal? Eu arriscaria dizer que era eu, mas não, é você que finalmente está admitindo. Corei, pelos deuses eu realmente devia estar vermelha agora.

-O-onde fica o quarto mesmo? -perguntei tentando disfarçar meu nervosismo. Preciso te dizer que não funcionou, ou você já sabe?

-Tudo bem. -ele me olhou e em seguida olhou para minha mão, ah claro, ele sabia que eu tinha a chave. -A chave.

Entreguei a ele sem olha-lo nos olhos. O apartamento à minha frente era o 303, o "nosso" era o 316. Estávamos no último andar do prédio, e havia apenas mais uma alternativa, ou havia mais quartos depois do 316, ou esse quarto era a cobertura do prédio. É disso que eu estou falando! James pediu que eu o seguisse, eu o segui observando os quadros nas paredes róseas do corredor e os vasos de flores que ora estavam pendurados por cabos quase imperceptíveis, ora estavam encima de altas mesas brancas. Tudo era encantador, talvez até demais. Será que vamos ter uma banheira de hidromassagem? Eu sempre quis uma daquelas. Como eu vou saber? Mas é provável.

-É aqui. -ele parou em frente a outro elevador, mas a cor das portas era diferente, era um verde escuro como a cor de musgo, porém mais brilhante.

-Outro elevador? -arqueei a sobrancelha.

-Confie em mim. -ele disse me oferecendo sua mão e me olhando intensamente. Por que ele tinha que fazer tudo ficar mais intenso?!

-Vou tentar. -murmurei segurando sua mão, era tão grande em comparação com a minha. Ou será que você é pequena demais? Nada disso! James é que é grande demais.

Entramos no elevador, era mais iluminado que o primeiro. Eu estava achando tudo muito estranho, muito novo, tinha saudade de casa. O que será que vai acontecer com minha família? Eu temia por outro ataque, se algo acontecesse com a minha família seria por minha culpa, eu sei. Jamais me perdoaria, jamais conseguiria viver com essa culpa. Está me deixando nervosa também. Agora você sabe como é ter que sentir o que outra pessoa sente.

Minha [Em Atualização]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora