feat. 2

33 3 0
                                    

"As vezes Deus coloca pessoas erradas
em nossas vidas, para que quando
encontrar-mos a pessoa certa saibamos valoriza-la."

Era o fim.
O fim da nossa história.
Seria o homem mais trouxa do planeta se não tomasse uma atitude. A mulher que escolhi para ser mãe dos meus filhos, me traiu com meu próprio pai. Como puderam? Há quanto tempo?
Essas respostas só eles poderiam dar, e queria saber especialmente dela. Minha noiva, Karina.

Assim que chegou, veio em minha direção querendo saber se estava bem, para me beijar como sempre fazia ao me encontrar; mas só de estar perto já dava-me nojo. Afasto-me, causando curiosidade em minha culposa noiva.

- Meu amor, o que está acontecendo? Nossa festa não aconteceu, fiquei esperando por horas e você não atendia o celular. - deu uma pausa e olhou ao redor, a casa estava meio escura; minha mãe é a luz dessa casa e por culpa desse monstro que chamo de noiva, ela está no hospital. Estou sentado na poltrona olhando para porta, Karina vê que estou estranho e tenta se aproximar ficando de joelhos em minha frente. - Cadê sua mãe, amor? - pergunta tocando em meu joelho, com seu toque levanto da poltrona e nesse momento a pessoa que faltava entra pela porta, também vestindo uma falsa preocupação.

- Meu filho, o que houve? As pessoas estavam lhe esperando. - Estou de costa para os dois. Escuto passos em minha direção e sinto a mão do meu pai no meu ombro. A raiva quer me consumir, quero quebrar, socar. Mas não. Quero saber tudo primeiro, eu exijo uma explicação. - Cadê sua mãe? -pergunta. Mas não recebe nenhuma resposta.

O silencio não dura por muito tempo. Viro, ficando de frente para os dois. Ali estão, as duas pessoas que mataram o coração da minha mãe durante todo esse tempo e que silenciaram minha alegria por tempo indeterminado.

- Sentem. - peço, ainda calmo. Karina me lança um olhar confuso, mas senta ao lado do meu pai no sofá. Fico em pé pensando nas palavras certas, quero explicações, datas, tempo. Sei que se me alterar não conseguirei as respostas que procuro. Respiro fundo e olho bem nos seus olhos.

- Minha mãe está no hospital. Passou mal pela manhã, já está melhor mas receberá alta pela manhã. -digo ainda em pé na frente dos dois.

- Meu amor, por que não avisou. Poderíamos ter adiado a festa sem pagar aquele mico do "noivo não aparecer". -diz Karina. Sempre preocupada com as aparências. Como não via essa pessoa, estava apaixonado por alguém que realmente não existia.

- Sua mãe vai parar no hospital e você nem pra atender o celular, Maxon. -diz meu pai aumentando o tom de voz. - Isso foi errado. Deixou sua futura esposa esperando e ficamos mal falados. Por que não me informou. Iria com sua mãe ao hospital e você não deixaria Karina naquela situação. - briga meu pai.

- Situação? -pergunto ao meu pai.

- Sim! - diz Karina. - Você não quer mais casar? não era nosso sonho? Por que então me fez passar tão vergonha. Brincou com a minha cara, Maxon. Eu te amo e assim que retribui? - Karina fala chorando. Meu pai toca seu ombro e esse toque me faz dizer tudo que sei.

- Ama? - pergunto a Karina. Meu pai faz menção de dizer algo, mas continuo. - Com certeza, fui o cara mais otário do planeta.

- HÂ? O que está falando? - pergunta enxugando as lágrimas.

- Bom, vou deixar vocês se entenderem. Foi vê sua mãe. - diz se levantando a caminho da porta.

- NÃO! -grito. Meu pai me olha sem entender o por que da minha reação e volta.

- Por que gritou, garoto? Tomou algo, Maxon?

Paro um pouco. Respiro. Agora não tem como fugir.

- Não. Simplesmente cansei. Vocês brincaram com a minha cara. Mas já chega, O CIRCO ACABOU! -grito para os dois.

- Meu amor, o que quer dizer? Você não está bem! -diz Karina se aproximando.

- Sai. Você não presta. Quer dizer, vocês não prestam. Por que me enganou por tanto tempo? POR QUE MEU PAI? -GRITO.

- Por que ela sempre me amou, MAXON. -diz meu pai sentado com um semblante que jamais havia visto. - Você nunca foi suficiente para ela. Karina é cheia de desejos e ama uma coisa escondida. Conte a ele, meu amor.

- Maxon, ele está mentindo. Sempre te amei. Vamos conversar. -tenta pegar meu braço mais acaba caindo no chão.

Me afasto. talvez para buscar coragem ou forças, apenas para ainda entender o por que de tudo.

- Por que. Karina? -pergunto virando para ela. Pergunto calmo, não quero discutir, quero explicações. Explicações que justifiquem o que ela teve coragem de fazer com nosso amor. Com o meu amor.

- Maxon...-diz de cabeça baixa.

- Diga. -peço chorando.

- Ela nunca amou você. Entenda, garoto. - começa meu pai, mas antes de continuar levanto em fúria e pulo em cima dele. Com a força que levanto meus punhos para agarrar sua gola, acabamos caindo no chão, onde fico por cima dele.

- CALA A PORRA DA SUA BOCA! -grito.

- Me solta, moleque. Você sabe que eu não estou mentindo. E pelo visto foi sua mamãe que teve que te ajudar a enxergar o que estava acontecendo debaixo do seu nariz.- diz o monstro que sempre foi meu herói. Nesse momento não suporto mais ouvir sua voz e acabo dando-lhe um soco e o faz desmaiar.

- O que você fez? Matou ele. -diz chorando pela cena que viu. Se joga em cima do meu pai e captura sua cabeça para apoiar em sua perna. Olha para mim mais uma vez e sua mascara começa a cair.

- Você quer saber a verdade. Eu te digo a verdade.-começa -Nosso namoro não me satisfazia, eu gostava de você, sabia que era o homem certo. Mas... mas faltava algo. E esse algo achei uns dois anos atras. Comecei a sair com você por interesse, afinal, sempre esforçado me daria o que eu quisesse. E me deu. Mas sua mãe sempre intrometida, falava e advertia você por me agradar. -Olhava para meu pai com carinho, nem sei se era de verdade aquele sentimento, mas não era assim que ela me olhava; não com tanta afeição.

- Não acredito que se envolveu com meu pai só para ferir minha mãe? -digo olhando bem em seus olhos. - O ama? -pergunto.

- Não. Não foi apenas para ferir cada um de vocês. Mas me apeguei ao perigo de ficar com seu pai. A sensação agradável do errado me levava a um nível novo de felicidade, um nível que jamais pude sentir. -dizia com uma expressão que jamais vi em todo esse tempo juntos. Como pude passar tanto tempo assim com uma pessoa sem à conhecer de verdade.

- Saia. -digo.

Ainda de joelhos no chão com meu pai, Karina permanece calada. Saiu de casa batendo a porta.São pessoas horríveis, e ainda por cima se merecem. Preciso pensar, esquecer que ia me casar com essa mulher. Não suporto esses dois, que ódio, nojo. Jamais. Jamais vou conseguir entender como minha mãe suportou esse homem. Ela nunca gostou da Karina, mas por que sabia do seu gênio forte. Mas se descobrir que os dois estavam tento um caso, é capaz de piorar. Isso ficará comigo. Vou proteger minha mãe, o máximo que puder.



Seguindo meus extintosWhere stories live. Discover now