Um passo no escuro

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"Perdi meu chão, minha amiga mais que especial...Não posso dar adeus, não quero! Observo aquele rosto dentro do caixão, minha mãe ali; meu pai sobre seu corpo inconsolável. Ainda não consigo entender por que ela?! O que fizemos para merecer isso?! Olho para o lado vendo minhas irmãs... Me aproximo da Beck, minha destemida esta sem reação, parece
que já chorou tanto não sabe mais o que sentir. Tento tocá-la, quero acalmá-la. Dizer que está tudo bem, que ela pode chorar, mas não me vê; é como se estivesse invisível. Estou apenas assistindo ao suposto funeral da minha mãe. Volto para perto do caixão, quando Anny me olha
sorrindo. Ela me vê. Parece entender que a mamãe se foi, mas talvez ainda não entenda que é pra sempre. Me abaixo para fica cara a cara com Anny, olho com amor para minha irmãzinha... Tão nova. Ela
não terá a mamãe para escolher seu vestido para o baile da escola, nem quando ela vir apresentar seu
primeiro namorado, quando se formar... Meu coração se apertar. Ela não merecia, minha mãe não pode nos deixar assim."

- Jú? - Maxon entra na sala me tirando dos meus pensamentos, segurando com uma xicara com chá ou algo parecido. Olho para ele e lhe dou um sorriso. Depois que cai no sono, Maxon ficou comigo na sala. Acordei duas horas depois e não havia ligações da minha família.

- Oi. - respondo sorrindo. Pego a xicara da sua mão e tomo um pouco.

- Nossa! O que devia ser isso? - pergunto fazendo careta. Ele me lança um olhar assustado.

- Tá tão ruim assim? -pergunta meio sem graça.

- Horrível. - afirmo rindo da sua cara. Sei que ele tentou, mas estava péssimo.

Maxon olha para mim e não consigo evitar, começo a gargalhar e logo ele se junta a mim.

- Obrigada. Não poderei terminar. - digo levantando a xícara e pondo-a na mesinha que há na sala. Ele rir e abaixa a cabeça entendendo meu lado.

Trocamos olhares e ninguém fala nada. Está um silêncio constrangedor. Vamos... fale algo Maxon! Peço mentalmente, antes que possa falar o telefone toca e rapidamente olhamos para ele. Espero mais dois toques e atendo.

- Alô? - digo pedindo aos céus que venha ser meu pai, dizendo que mais cedo não houve nada. Que minha mãe está bem e sorrindo.

- Srt. Júlia Sillten? -pergunta a voz feminina. Minha respiração acelera. Maxon está me olhando ansioso para saber quem é.

- Sim. -respondo rapidamente.

- Gostariamos de informar que estão abertas as vagas no curso para Aeromoças. Você fez um
cadastro uma semana atras, certo? -pergunta ela. Nossa, eu não suporto essa agunia.

Maxon continua me olhando. Bufo e ele percebe que não era noticia sobre minha mãe. Levanta, seguindo
em direção a cozinha, provavelmente para derramar aquilo que ele chamou de chá. Acabo sorrindo com sua atitude e volto a atenção para a moça que não cala a boca um só segundo.

- Como posso vê estas vagas? -pergunto quando ela finalmente se cala. Ela me explica tudo e logo desligo.
Maxon e eu continuamos conversando. Aproveitamos
para pedir algo para comer. Eu sei cozinhar, mas não estou disposta para nada. Depois de uma hora,Maxon se despede e vai embora. Não demora muito Katy e as garotas chegam, não quero conversar e muito
menos explicar..subo para o quarto e me deito. Só preciso descançar. Mas não consigo...quero notícias da minha mãe, preciso saber como está.

Seguindo meus extintosWhere stories live. Discover now