Internação

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Hoje é a consulta da minha mãe. Assim que voltou de viagem as dores aumentaram, causando estranhamento nas minhas irmãs. Não tinha mais como esconder. Minha mãe tentou explicar do melhor jeito possivel, mas é claro choramos rios novamente,na verdade sabiamos que a batalha ainda era longa..mas venceriamos juntas. Isso tudo preocupava meu pai, seu Joseph tentava se esconder atras de uma coragem que estava em falta por ali. Ele ama minha mãe. Mas estava apavorado.

Decidimos ir somente meus pais e eu para o hospital, minhas irmãs estavam ansiosas demais e já bastava dois nervosos para apoiar minha mãe. Entramos na recepção, assim que saimos do elevador. Ficava em um prédio, no terceiro andar, minha mãe disse que o médico era um amigo que ainda não sabia dos outros exames feitos por ela. Na recepção havia um casal jovem e uma senhora que aparentava ter seus sessenta anos. O local era bem iluminado, com dois vasos no canto da sala, pra dá um ar descontraido. Tudo bem organizado, talvez com a função de acalmar os pacientes. A recepcionista era jovem, tinha seus vinte e quatro anos, loira e bem simpatica. Atendia e anotava algumas coisas sobre quem estava ali na espera, isso se repetiu umas cinco vezes até chamar o nome da minha mãe e entrarmos na sala do Dr. Pablo.

- Dr. Sillten. -o Dr. comprimenta minha mãe. Ele aparentava ter seus quarenta e poucos anos, cabelos pretos, moreno e uma excelente pessoa. Assim que termina de abraçar minha mãe, vira e comprimenta a mim e ao pai. Nos convida para sentar e a consulta começa. A cada pergunta feita e respondida, o Dr. Pablo fazia anotações, sinceramente, tentei lê o que escrevia...mas letra de médico, pela fé. Já não estava mais aguentando aquela ansiedade, fala algo homem!

- E os exames? -pede o Dr. aos meus pais. Minha mãe o entrega, ele observa e faz mais anotações.

- O que acha Pablo? -pergunta minha mãe. - Pode ter dado algum erro. Não sinto alguns sintomas que teria se fosse câncer ou tumor.

- Sim Scarlet, mas temos que fazer novos exames. Precisamos resolver isso! - diz olhando para os meus pais. - Cinthia, ligue para Pedro e diga que a reunião será remarcada para amanhã. Como está minha agenda? -pergunta.

- Dr. tem duas consultas para as quatro da tarde. Deseja que reconfirme com os pacientes? -pergunta a recepcionista.

- Não, estarei aqui. Marque com Pedro e Miguel daqui duas horas. Qualquer atraso estou com a Dr. Sillten em uma consulta. - diz olhando para meus pais, que parecem não entender nada.

- Ok, Dr. Pablo. Mais alguma coisa?

- Somente isso, Cinthia. - diz e desliga. Volta a nos olhar e se aproxima da minha mãe, tomando sua mão sobre a sua.

- Preciso que seja sincera comigo, Scar. -diz Dr. Pablo, meu pai não compreende a razão desse toque e mostra esta encomodado. Minha mãe toma com a mão livre o rosto do meu pai e ele amolece. Seu Joseph confia na sua esposa, seu relacionamento é feito disto, é a base.

- Serei, Pablo. Pela minha familia. -diz ainda olhando meu pai. - Diga, o que há?

Dr. Pablo começa a explicar sobre os exames e dizer que estão corretos. Segundo ele a chance de ter erro é de praticamente nula, principalmente por conter mais de um resultados. Era muita informação. Então minha mãe estava mesmo doente e corriamos risco de perde-la. Meu pai parecia sem chão, minha mãe buscava prestar atenção atentamente a cada palavra de seu amigo e eu...bom, estou em choque total. O Dr. Pablo, nos informa que precisa enternar minha mãe. Se for mesmo o tumor, ela precisa começar o tratamento.

O tratamento foi estabelecido. Dr. Pablo nos indicou tudo e minha mãe nos transmitia uma calma que sempre é bem vinda. Dona Scar decidiu se internar no mesmo dia, acredito que minha mãe não via a hora de terminar tudo isso, e ela não era a única.

- Meu amor, você tem certeza? -pergunta meu pai. Com os olhos cheios de preocupação.

- Tenho meu bem. Não se preocupe. -responde minha mãe. Com as dua mãos segurando o rosto do meu pai junto ao seu. Ela o beija e sorrir. - Vamos Joseph, preciso que confie em mim! -acrescenta com os fixos ao dele.

Meu pai inspira e balança a cabeça em confirmação. Como diria não? Sua mulher sempre fez a escolha certa e mais uma vez acertaria.
O quarto da minha mãe era todo branco, com tv e uma mesa ao lado da cama. Nela havia flores em um vaso, lindas por sinal. Minha mãe já estava deitada, precisava descansar, amanhã começa a bateria de exames.
Deixamos minha mãe no quarto assim que dorme e voltamos para casa. Hoje ela não queria ninguém lá, mesmo com a insistencia do meu pai.Foi uma noite meio silenciosa e fria em casa. Não conseguir durmir, nem tentava na verdade. Só pensava na minha mãe naquele hospital. Era umas duas da manhã e nada de durmir, quando viro para tentar novamente meu celular vibra, na mesinha ao lado da cama.

Seguindo meus extintosWhere stories live. Discover now