O passado 3/3

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P.O.V. Richard
Artur entra primeiro dando de cara com David, ele acabou com todas as chances de eu explicar a visita.
-Quem é esse?- Artur pergunta cheio de si.
-Er... Esse é David... Ele é um amigo meu- vejo David arrancar um laço vermelho que estava em seu pescoço engolindo em seco.
-Sim, digamos que somos amigos "íntimos". Melhores amigos- diz David, sua voz está seca, assim como sua expressão.
-Amigo...umm- Artur diz entrando na casa e se jogando no sofá- e o que você faz na casa de Richard, por acaso tem a chave?- Eu entro olhando ao redor e casa tem um clima romântico, uma música suave toca ao fundo mas logo David a desliga sorrido friamente. O quê ele tem?
-Nós iamos comer juntos enquanto discutíamos um projeto- David me olha prosseguindo- Mas parece que o momento é inconveniente, eu deveria voltar depois?
-Será Ótimo! - Artur concorda em Instantâneo, mas eu nego com o Rosto.
-Não responda por Mim James- ele bufa.
-Ok eu fico quieto mas sem James por favor!
O cheiro de comida no ar era ótimo, por algum motivo, que não sei, David se esforçou para fazer o jantar. Normalmente compramos em delivery, ou eu faço, mas nunca ele.
David fica em silêncio enquanto serve o jantar e permanece assim durante ele. Eu saboreio o sabor caseiro que não sinto a tempos e observo Artur tagarelar, meu coração ainda dói enquanto relembro.
"O sol brilhava no telhado, eu sentia ele sob minha pele enquanto Artur sentava ao meu lado sorrido.
-Falta pouco para você ter alta amor- ele acaricia meu cabelo.
-Sim dois dias- mordo meu lábio o olhando com receio.
-O que foi meu anjo?- ele me olha atencioso e eu respiro fundo.
- As circunstâncias que me trouxeram aqui não são boas, mas você foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida... Eu tenho medo de me afastar de você quando eu sair- assim que termino ele me puxa para seu colo e me beija intensamente.
- não importa se longe ou perto eu sempre vou te amar muito- meu sorriso é instantâneo. Passamos mais um tempo juntos e eu volto ao meu quarto, tudo naquele hospital guardava boas lembranças, todas de Artur.
Após um tempo no meu quarto o médico responsável veio ao meu leito e assinou a Alta um pouco antes do previsto. Minha mãe chorou muito, era muita felicidade ver seu filho completamente bem, eu então pedi para me despedir de Artur e o médico permitiu, disse que provavelmente ele estaria na sala de enfermagem. Ao chegar lá ela estava vazia, eu fui procurá-lo em um closet onde se guardavam os Jalecos, assim que entrei me escondi, pois ouvi o barulho de beijo. Não sei por quê mas tive medo. Onde eu estava, eu podia ver os corpos mas não os rostos das pessoas que se beijavam. O cabelo da garota era ruivo e grande, seu corpo era bonito e estava quase despido. O rapaz estava muito sedento, ele a fazia gemer como se o som fosse intrigante. Ele então abaixou a calça de enfermagem junto com a cueca e eu solucei. A tatuagem de tartaruga perto do bumbum que eu conhecia tão bem, era o bumbum de James. Eu permaneci calado até a menina ir embora. Então eu me levamtei e sai as lágrimas. Artur tentou segurar meu braço mas eu chutei seu pau e corri para o estacionamento, entrei no carro onde minha mãe esperava e nunca mais o vi, ele tentou várias vezes entrar em contato mas consegui fugir até hoje."
Engulo a última garfada com a garganta seca, até hoje isso me embrulha o estômago.
David tira a mesa e vai direto ao seu quato. Eu realmente não sei o que se passa com ele, tão calado e ao mesmo tempo romântico. Eu peço licença a Artur e vou ao quarto de David.
-Oi...- digo entrando enquanto ele levanta da cama emburrado.
- O que é? Cansou do namoradinho?- ele me interroga eu suspiro.
- Olha David, não pense besteira nós somos só amigos.
-Sim eu vi na foto, os amigos diferentes! Com beijo de língua e tudo!
-você está com ciúmes? - eu sorrio um pouco isso me deixa muito feliz.
-PRA QUE EU VOU TER CIÚMES DE UM VADINHO?- assim que ele para de gritar lhe dou o tapa mais forte que consegui.
P.O.V. David
Meus sentidos estão confusos e meu rosto arde. Assim com anos atrás.
"Meu rosto ardia e as lágrimas pingavam em cima da boneca em meu colo.
-Espero que tenha entendido!- meu pai me balançava forte pelos ombros- O tapa foi pra aprender que não crio filho viadinho! Não pode brincar com a porra da boneca! Seu cuzão!- ele me bate do outro lado e meu corpo pequeno cai junto com a boneca, eu olhava minha mãe sentada esperando ela me salvar mas ela nem se mexia, a boneca por baixo de mim me encomodava e eu não conseguia levantar. Eu só tinha 5 anos.
Quando fiz 16 anos nos mudamos, eu já era alto, e minha mãe já tinha ido embora. Na nova escola Anne fez um amigo. Richard era seu nome, tão lindo quanto o dono. Os olhos de Richard tinham a cor do Mar, seu rosto tinha feições que enfeitiçam qualquer garota, mas ele era notoriamente Gay.
Um dia ele foi domir lá em casa e acabou por dormir no meu quarto, eu sempre o pertubava pra chegar perto dele. Sentir seu cheiro, talvez eu seja psicótico. Meu pai notou que eu o olhava diferente. Ele não gostou, bebeu e me bateu até desmaiar de cansado.
-SEU VIADINHO FILHO DA PUTA! EU NÃO TE ENSINEI QUE FILHO MEU NÃO DÁ O CU? SEU PORRA! AGORA VOCÊ VAI PARAR DE BOIOLAGEM!- enquanto ele me batia eu olhava Anne pedindo socorro, mas como minha mãe, ela não fez nada.
Alguns meses depois, Anne se declarou a Richard, ele a menosprezou e finalmente eu tive a oportunidade, eu o mostrei o que ele me trouxe, muita dor. Eu desfigurei o rosto que admirei em oculto pra nunca mais passar por isso de novo".
Após o tapa eu saí desnorteado para sala e dei de cara com Artur que me arrastou pra fora.
- Foi você?!- ele me empurra contra a parede.
-Ham?- eu ainda estou tonto.
- Eu lembrei do nome ainda pouco! Não se faça de desentendido! Você que machucou Richard?!
-Sim fui eu...- eu respirei fundo enquanto ele me acertava, finalmente eu ia pagar pelo que fiz.
-SEU FILHO DA PUTA- Ele acertou meu rosto novamente e eu caí, ele começou a chutar minhas costas e eu caí tossindo, faz algum tempo que eu não sentia tanta dor, mais três chutes vieram até que ele foi em direção ao lixo quebrou uma garrafa e veio em minha direção.
Antes que ele pudesse me cortar Richard seugurou a garrafa.
P.O.V. Richard.
Eu escutei gritos de dor e corri pra fora, cheguei a tempo de ver David jogado no chão e Artur indo em sua direção com uma garrafa quebrada. Não pensei duas vezes e intervi segurando a garrafa, minha mão começou a sangrar mas nada sério. Eu expulsei Artur e me voltei a David que tinha sague escorrendo pela boca, antes de perder a consciência ele sorriu e disse:
- finalmente alguém que eu amo me ajudou.

Narrações de Richard (Yaoi)Where stories live. Discover now