Capítulo 5 - Primeiro dia.

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Despertei mais cedo que aquilo que eu gostaria e desliguei o despertador que tocava como se eu tivesse alguém para ir socorrer. Arrastei-me para fora da cama e fui fazer a minha higiene pessoal. Hoje era o primeiro dia de aulas, dia de conhecer a universidade.

Era vista como uma universidade, mas também poderia ser chamada de escola de artes. O meu pai decidiu que inscrever-me aqui poderia ser divertido para mim, eu por minha vontade estaria já a trabalhar e a ganhar o meu próprio dinheiro.

Enfim, vou começar a conformar-me que vou ter 3 longos anos para me formar e tentar não arrancar os meus próprios cabelos.

Estou no curso de representação, é uma das minhas grandes paixões. Poderia estar a tirar o curso de design mas eu sou mais o tipo de pessoa que desenha o que me vai na cabeça. Segundo o que Anne fez questão de informar durante a hora de almoço ontem, o cabeça de alforreca anda na mesma universidade para a qual eu vou, ele está no segundo ano pois decidiu fazer um ano de pausa e assim entrou um ano mais tarde. Está no curso de música, eu logo vi que os tímpanos de alguém iriam ser prejudicados.

- Toca a sair desse quarto. - O cabeça de alforreca apareceu no exato momento em que eu estava a procurar algo decente para o primeiro dia de aulas.

- Mas que porra! - exclamo. - Isto é assim, para entrares como se fosse tudo teu ?

- Vista privilegiada para o mais novo monumento cá de casa, o gnomo roxo. - Ele diz olhando para o meu peito que estava apenas tapado com o sutiã.

- Saí daqui, seu pervertido. - Eu grito pegando numa almofada para acertar o mesmo.

- Hey, calma, calma. - Ele gargalha. - Só queria dizer-te para te despachares, caso contrário ficas em terra.

- Então sai do meu quarto, desaparece. - Eu volto a gritar com ele enquanto que ele ri como um atrasado.

Vesti uma camisola preta de manga comprida com uns detalhes em branco e peguei nuns calções pretos de ganga, que continham detalhes rendados dando um charme. Calcei umas meias um pouco a cima do tornozelo na coloração preta e umas botas do género militar. Fiz um coque no cabelo deixando umas mexas de cada lado da minha cara. Coloquei o meu batom preto e um fio de prata.

Subi as escadas em direção à cozinha e vi os restantes membros da família sentados à mesa, sentei-me do lado da Gems.

- Bom dia, Blay. - Ela sorri-me.

- Bom dia. - Sorri de volta.

Apoderando-me de uma fatia generosa do bolo de chocolate que tinha aspeto de ser caseiro dei uma enorme trinca no mesmo sorrindo satisfeita ao sentir o sabor doce na minha boca. Gemma pega o sumo de laranja colocando um pouco no meu copo provavelmente lendo os meus pensamentos, eu estava a precisar de um líquido. 

- Vais despachar-te ? - Harry questiona mal termina de tomar o seu pequeno almoço.

- Não sejas inconveniente. - Anne afirma. - Deixa a Blayane tomar o pequeno almoço como deve ser.

Gemma acaba de comer limpando a boca a um guardanapo e levanta-se colocando a sua loiça suja na máquina.

- Amo-vos muito, mas como sabem tenho de ir trabalhar. - Gems diz fazendo todos gargalharem.

Ela vai em direção a mais velha se despedindo da mesma com um beijo na testa e dá um beijo ao meu pai. Passando por Harry ela despenteia o cabelo do mais novo fazendo o mesmo bufar mas rir ao mesmo tempo, ao passar por mim ela sorri piscando o olho.

Gemma trabalha num ginásio como professora de dança. O sonho dela seria abrir a sua própria academia mas enquanto o seu sonho ainda não se realiza ela vai fazendo o que gosta. Desde pequena ela sempre teve uma paixão enorme pelo mundo da dança e frequentou aulas de hip hop e ballet, acabou por perceber que ballet era delicado demais até mesmo para ela. Tendo um corpo de colocar inveja ela ainda assim frequenta o ginásio para manter o bom físico, além de claro as aulas que ela dá.

Depois de comer tudo e me dar por satisfeita por completo, olhei para o pé grande que estava ao alto comigo levantando-me.

- Vamos então ? - Questiono. - Estou pronta.

- Graças a Deus. - Ele revira os olhos.

Ao sair de casa pego na minha mala e vou em direção ao meu pai dando um beijo na face do mesmo que murmura que tudo irá correr bem.

Inevitavelmente, fui para a universidade no automóvel assassino juntamente com o cabeça de alforreca. Completamente contra a minha vontade aqui estava eu agarrada ao cabelinhos de princesa.

Pouco mais de 5 minutos e já estávamos com os pés pousados em terra firme o que me fez agradecer ao céus por eu continuar viva.

Olhando a volta tentando perceber se Demi já tinha chegado também, não foi preciso muito para ouvir a gargalhada alta da mesma. Ao olhar deparei-me com ela a falar com um rapaz, e lá estava ela, a romântica incurável.

- Blay. - Ela grita mal nota a minha presença a cerca de uns 15 passos dela fazendo toda a gente olhar para mim.

Detestava os olhos todos em mim e muito menos de ser o centro das atenções. Quanto mais invisível melhor.

- És impossível. - Resmungo. - Não sabes fazer menos escândalo.

- Relaxa. - Ela afirma toda sorridente massageando os meus ombros. - Estamos a dar inicio aquilo que vão ser os melhores dias da nossa vida.

Mal ouço a afirmação dela desmancho-me em gargalhadas chegando a imitar uma foca engasgada.

- Está decidido, não vais voltar a roubar o licor do teu pai. - Eu afirmo revirando os olhos.

Ao entrar no recinto de braço dado com a Demi e reparando em como as pessoas de quando a quando nos encaravam eu comecei a ter memórias nada agradáveis do passado.

Quando conheci a Demi, foi no primeiro dia de escola quando iniciei a primária. É das coisas que mais me marca até aos dias de hoje, era suposto ir-se acompanhada da mãe ou do pai ou talvez dos dois. Eu não tive acompanhamento o meu pai trabalhava muito naquela altura, conseguiu simplesmente deixar-me na entrada da escola com a promessa de que ia tudo correr bem e de como ele me amava muito. Todos estavam de mãos dadas com a sua mãe e eu questionava-me onde a minha estava.

Vi o meu pai arrancar com o carro, então agarrando o teddy com mais força do que era suposto com os meus totós balançava devido ao vento e embatiam nas minha bochechas delicadamente os meus olhos se embaçaram por conta das lágrimas. Apesar de muito nova, o orgulho era gigante e eu não iria deixar o fracasso vencer-me. Uma funcionária veio na minha direção perguntando o meu nome e assim encaminhou-me para a minha sala. Todos estavam com as suas mães.

Eu só queria sair dali correndo o mais rápido que eu conseguia. Onde estava a minha ? Era suposto ela estar ali também.

Na minha cabeça, não era justo. O que eu tinha feito para que ela não estivesse ali. Era a pessoa que mais me amaria no mundo inteiro. Sempre que eu questionava o meu pai, ele dizia que ela estava a ver-me e estava muito orgulhosa. Não entendia. Se ela me via, porque é que não estava aqui. Ela poderia vir, certo ?

A primaria foi a época mais dura para mim, as crianças são más e insensíveis. Sabendo que eu não tinha mãe, diziam coisas muito cruéis e era muito difícil para mim naquela altura ver o que era ou não real. Cheguei a achar que fora eu que fizera algo para que a minha mãe fosse embora.

Um dia isso acabou, Demilyn entrou na minha vida. Ela tinha mudado de cidade, e entrou a meio do ano para aquela escola não sendo conhecida por ninguém. Enquanto eu estava encolhida a brincar com o teddy, Demi sentou-se a minha frente comendo o seu lanche. Os olhos castanhos avelã brilhando e os seus cachos caindo pelos ombros enquanto uma tiara de princesa se fazia presente em sua cabeça. Ela ali ficou. Tudo se tornou fácil de suportar com Demi do meu lado.

É como uma irmã para mim, desde aquela altura que sempre nos mantivemos juntas e é isso que faz a nossa amizade ser tão especial para ambas.

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