Doce Candy

Capítulo Seis

Já são sete horas da manhã e estou sentada no sofá da sala esperando o nerd chegar para irmos pro aeroporto.
Eu já disse como eu odeio esperar?
É uma das coisas que mais me irrita. Pego a bolinha do Bob e jogo para ele pegar. Quem sabe assim não passo o tempo?
Finalmente a campainha toca e Jessie vai correndo abrir.
Logo, dou de cara com o nerd.
— Bom dia Candice. — Não sei porque, mas ele diz todo animado.
— Bom dia nerd. — Já eu, responder sem animação nenhuma.
— Candice, por favor. Não me chame de nerd. Me chame pelo o meu nome, Oliver.
— Tá bom nerd. Quer dizer... Oliver. — Ele me olha com cara de poucos amigos, porém logo volta a sorrir. Por que ele gosta de sorrir tanto assim?
— Já está pronta Candice? — Ele pergunta.
— Sim. — Respondo e me viro pra Jessie. — Eu mal cheguei e já vou ter que ir de novo. Espero que você fique bem aqui Jessie.
— Não se preocupe. Vou ficar bem sim. — Ela diz me dando um abraço e deposita um beijo em meu rosto. — Venha me visitar sempre que puder.
— Pode deixar.
Depois da despedida, saímos de dentro de casa e entramos no táxi que esperava pela gente.
Eu não acredito que dentro de poucas horas eu estaria em Londres e morando com aquele nerd.

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O vôo foi normal. Me controlei o bastante para não brigar com aquele que sentou do meu lado no avião. Confesso que a tentativa dele de conversar comigo foi em vão.
— Então... Você gosta do Harry Potter não é? — ele disse, depois de algum tempo no avião.
— Como você sabe? Só porque o meu sobrenome é Weasley, não quer dizer que eu sou fã dele. — Eu disse um pouco surpresa. Será que além dele ser nerd é vidente também?
— É que eu vi no seu Facebook.
— Você estava me stalkeando?
— Não necessariamente esse termo. E sim, procurando te conhecer melhor. Ver se tínhamos algo em comum. Mas eu vi que não temos.
—Já que você sabe disso agora, não olhe mais as minhas redes sociais.
— Tudo bem, não está mais aqui quem falou. — Ele disse jogando as mãos para o alto. Depois disso, ele não falou nada. Ficou o resto do voo mexendo no notebook.
Logo após de incontáveis horas, chegamos ao nosso destino.
Fizemos o Cheking e pegamos as nossas malas. Dessa vez, o nerd não teve nenhum problema com sua mala.
Saímos do aeroporto e pegamos um táxi.
Toda vez que eu olhava pela janela do carro, me sentia como uma prisioneira sendo levada para cadeira elétrica. Algumas pessoas diriam que estou sendo dramática, mas ir para um lugar que você não conhece com uma pessoa que vai ditar as regras pra você, não é a melhor coisa do mundo.
Eu nem percebi quando o táxi parou. Só notei quando o nerd começou a me chamar.
— Candice. Chegamos.
— Ata. Já estou indo.
Estávamos parados em frente à um prédio bem grande e bonito. Parece que só moram aqui pessoas com muito dinheiro. Entramos no saguão do prédio.
—Você mora aqui? — perguntei um pouco surpresa.
— Sim. Por que a surpresa?
— Porque eu achei que você morasse em um prédio no subúrbio de Londres. Se é que aqui tem subúrbio.
— Você é bem sincera. — Ele disse um pouco sério. — Você esqueceu que eu sou diretor de uma empresa do seu pai? Essa empresa está entre as melhores de marca de calçados.
Só balancei os ombros, preferi não dizer nada.
— Então.... O que nós estamos esperando aqui?
— O porteiro vir nos atender.
— Hum. — Eu disse. Tinha um sininho no balcão e o nerd tocou algumas vezes e depois chamou pelo nome da cara.
— Qual é? Esse porteiro deve ser surdo, só pode!
— O senhor Williams já é de idade, não me admiro ele não escutar.
— Quer ver se ele vai escutar isso... — o nerd me olhou um pouco confuso. E me preparei. — AHHHHHHHH!! — Gritei o mais alto que pude.
— Candice, você quase estourou os meus ouvidos. — Oliver me repreendeu, e eu, obviamente, o ignorei. Logo o velho apareceu.
— Desculpa a demora. Oliver. Que bom que você voltou. Como foi a viagem?
— Cansativa. Porém, boa.
— Que bom. Eu gostaria que você desse um jeito naquela minha vitrola. Ela deu defeito de novo.
— É claro. Eu dou uma olhada depois.
Que conversa mais entediante. Só podia ser entre um nerd e um velho.
Depois do blá-blá-blá, o velho começou a olhar pra mim. Se ele tá querendo me seduzir com esse olhar dele, não vai conseguir. No máximo, vai me espantar.
— Senhor Willians, ela é Candice. — O tal Oliver disse. — Ela vai morar comigo por um tempo.
—Ah sim. Ela é sua namorada? — No momento em que ele disse isso, eu olhei pro nerd e ele olhou para mim.
— Não, ela não é minha namorada.
— Que horror. Francamente, me confundir com namorada dele...
O velho olhou pra gente com cara de desanimado.
— O senhor poderia nos ajudar com as malas até meu apartamento?
— Desculpe, meu rapaz. Mas estou evitando a fadiga. São ordens do médico.
— Se tá evitando a fadiga, então por que não se aposentou? Eu acho que já está na hora....
— Candice! — O nerd me repreendeu.
— Eu vou chamar o meu neto pra ajudar vocês. —E ele saiu.
— Candice, você não deveria ter falado aquilo.
— Ah, mas é a verdade. Espero que ele não mande um garoto de dez anos pra vir ajudar você.
— Eu?
— É, você. Estou ocupada demais segurando o Bob. —O nerd me olhou com cara de poucos amigos, embora não falou nada.
Logo o tal velho volta e ao seu lado, com um rapaz, que provavelmente é seu neto.
Eu estava esperando uma criança, mas o q apareceu, é um cara bem bonito.
Ele deve ter, no máximo, uns 20 anos. Ele é alto, tem a pele dourada, cabelos castanhos claros e tem uma pinta perto da boca que o deixa bem charmoso. E olha que eu não sou de ficar reparando se os caras são bonitos.
— Boa noite Oliver. — O tal bonitão disse com um sorriso no rosto. — Meu avô disse que você precisa de ajuda com as malas.
— Sim. Mas antes, deixa eu te apresentar. Está é Candice. — O nerd disse apontando para mim.
— Sua namorada?
— Será que eu vou ter que escrever na minha testa que eu não sou namorada dele? — Por fim, disse bem irritada. E o tal Daniel ficou meio sem graça.
— Candice, não seja grossa. — Disse o Oliver. —Quando eu ia dar uma resposta pro Oliver, o Daniel começou a falar.
— Desculpa eu não sabia.
— Tudo bem Daniel. A Candice é um pouco grossa às vezes.
— Não é grosseria é sinceridade.
— Acho melhor nós subirmos.
— Subir? Você mora em que andar?
— No décimo. — Ele disse indo em direção ao elevador.
—Tá bom. — É fomos todos para o elevador. Ficamos todos calados ouvindo aquelas típicas músicas de elevador.
Finalmente chegamos ao décimo andar e andamos um pouco pelo corredor. Paramos em frente à uma porta com o número 201. O nerd abriu a porta e fez um gesto para que eu entrasse.
Enquanto ele se despedia do cara que ajudou ele com as malas, o Bob já estava fazendo reconhecimento do local e eu também.
A sala era bem grande, com dois sofás e uma TV LCD de, eu acho, 50 polegadas. Vai ser bem legal assistir meus jogos de futebol nela.
Tinha um móvel perto da TV com alguns porta-retratos. A cozinha, era americana e dava pra ver que também era bem grande. Mas não prestei muita atenção nela. Vi que na sala tinha uma porta com cortina, com certeza dava pra sacada do apartamento. Do lado direito, próximo a porta de saída, tinha um corredor bem grande.
Cheguei mais perto do móvel com os porta-retratos, notei que em todas as fotos estava o Oliver junto com uma garota morena bem bonita. Ela aparenta ser mais nova do que ele.
Será que é namorada daquele nerd?
— Deixei suas malas no seu quarto. — Disse o próprio se aproximando. Estava tão distraída, que nem percebi ele chegando.
— Ah sim. Vem cá, essa menina com você nas fotos, é sua namorada?
— Não. É minha irmã mais nova.
— Ah. Bem que eu achei que ela não podia ser sua namorada.
— É por que você achou isso?
— Por que ela é bonita demais pra você.
— A sua sinceridade me espanta. — Ele diz bem calmo.
— É melhor ser sincera do que falsa. — E ele deu de ombros. — Onde é meu quarto?
— É na segunda porta a esquerda. — Ele disse apontando para o corredor. — Infelizmente só tem uma cama pequena de solteiro e um armário. Não pude comprar nada. Mas se você quiser sair pra comprar alguma coisa, fica a seu critério.
— Tá legal. Vem Bob. Vamos conhecer o quarto. — E seguimos em direção a ele.

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