Capítulo 20

281 23 5
                                    

Dia 8 de maio chegou. Peguei meu celular de volta e tentei ligar. Estava descarregado. Peguei meu carregador e deixei meu celular carregando o dia todo. Arrumei minhas malas. Eu estava muito nervoso. Eu não sabia explicar o quão nervoso eu estava. Fui ao aeroporto junto com minha família. Encontrei Marcos e dei um abraço muito forte nele, era bom abraçar um amigo. Abracei Eduardo e Thuane também e me apresentei para eles.

Nós recebemos instruções que seriamos vizinhos. Cada um de nós ficaria sobre a tutela de um professor da fundação nos Estados Unidos. Iríamos morar em Chicago. Demos adeus à nossas famílias e entramos na sala de embarque. Viajaríamos por quase trinta horas. 2 conexões mais um trajeto de carro.

- Adeus, São Luís! – eu disse dando tchau para o aeroporto da janela do avião. Antes de ir pra terra do Tio San, faria uma conexão em Guarulhos. Seriam quatro horas monótonas pra mim se não fosse a companhia de Marcos, meu celular, meu 3DS e a ligação que eu recebi.

- Alô. – eu disse no momento em que aperto um botão do meu fone de ouvido e atendo a ligação.

- Oi, amor. – disse uma voz do outro lado da linha. Eu gelei. Era Rei!

- Rei? É você? – perguntei tentando não gritar e não chamar atenção do pessoal na sala de embarque. Marcos estava do meu lado e segurou meu ombro. Acho que ele queria que eu me acalmasse.

- Amor, escuta! – ela disse e eu o obedeço. – Eu acordei do meu coma na terça-feira à noite. Minha mãe disse que foi minutos depois que você foi embora. – Puta Merda! – Minha mãe tentou te ligar na quarta quando viu que você não veio me visitar. Fiquei até um pouco triste, amor.

- Desculpa, Rei! Estava de castigo. – respondi.

Eu posso te odiar a qualquer momento, mãe!

- Bem. Eu tive que fazer uns exames e fiz uma cirurgia de emergência na coluna. Porque quando eu acordei, eu me mexi muito, o que eu não devia ter feito. – ele sorriu. Como era bom ouvir aquele sorriso. - O médico disse que foi muita sorte eu não ter ficado tetraplégico.

Tetraplégico?

- AI MEU DEUS! – quase gritei – Eu quero muito te ver, amor. – desabafei. – Eu te amo, Rei! Eu te amo, muito. – comecei a chorar – Me desculpa por qualquer coisa que eu tenha feito de errado.

- Júlio! – ele diz em um tom sério – Não chore! Eu já estou bem! Devo receber alta no fim de semana. Eu só liguei pra te avisar pra você viajar tranquilo.

- Obrigado! – foi a única coisa que eu consegui dizer. – Eu te amo. – continuei.

Acho que "eu te amo" poderia ser as palavras que expressar todos os sentimentos bons que invadiram meu corpo e minha alma ao ouvir a sua voz.

- Eu vou ter que desligar, amor! – ele disse.

- Tudo bem, amor. Descanse bastante. Não se esforce muito.

- Vou tentar.

- Um beijo.

- Ei, - ele quase grita – tenho um aviso pra você.

- Qual é? – pergunto curioso.

- Você tá viajando casado. Comigo. Não vai pensando que você tá solteiro não, viu moço?

Tive que rir que mesmo depois de semanas em coma, Rei mantêm seu senso de humor.

- Eu só tenho olhos pra você, meu amor. – confessei.

- Eu te amo, gostoso! – ele disse.

Ruborizei e enxuguei minhas lágrimas.

- Te amo mais. – respondi.

- Depois a gente conversa melhor e eu te explico tudo que aconteceu depois que eu acordei.

- Tudo bem, amor. Te amo. Tchau. – me despedi.

- Tchau.- ele respondeu.

Confesso que tive dificuldade de desligar o telefone. Tudo parecia um grande sonho.

- Era ele? – Marcos pergunta.

- Sim. – eu respondo sorrindo. – Ele está bem. – comentei.

- Que bom pra você. – Marcos diz.

Marcos e eu ficamos em silêncio durante um tempo e depois começamos a conversar com Eduardo e Thuane sobre nossos planos. Pegamos uma avião de dois corredores e nós quatro sentamos nas cadeiras do meio. Ficamos juntos, conversamos. O voo foi tranquilo.

Dizem que viajar é a única coisa que você compra e fica mais rico. Concordo. Essa viagem pra São Luís me enriqueceu muito como pessoa. Acho que essa viagem acontece com todo mundo. Talvez você mude de bairro, de escola, de país, de emprego, mas mudar é bom. Rotina nunca é uma coisa legal! Precisamos mudar, viver, sentir emoções.

Tenho que agradecer a cidade de São Luís por todas as emoções que ela me proporcionou nesses dois meses. Eu vivi tanta coisa. Um conto de fadas? Não sei. Eu só sei que eu estou indo pra outro país, conhecer uma nova cultura, fazer novos amigos... Mas estou indo mais seguro. Eu acho que o Júlio imaturo que chegou em São Luís está sendo substituído aos poucos por um ser mais maduro.

Eu só queria que todos tivessem a oportunidade de amar como eu amei. E continuo amando. Tudo. Minha família, amigos, o Rei, viagens. Às vezes estamos tão cegos que não enxergamos a beleza em algumas coisas.

Tenho certeza que eu aproveitarei bastante essa minha viagem para a América. Não por tudo o que ela tem a oferecer...

Mas sim por saber que terá alguém especial esperando por mim quando eu voltar. 

[FIM DE AS VIAGENS DA MINHA VIDA 1]

[FIM DO RASCUNHO]

Espero que tenham gostado dessa história.

Eu fiquei com receio de compartilhá-la porque eu nos dias de hoje não leria isso.

O que deu na minha cabeça pra escrever isso? HAHAHAHAHA

Como essa história é o meu xodó, eu estou compartilhando publicamente.

Pretendo escrever uma nova versão de As Viagens da Minha Vida, mas...

Toda vez que eu escrevo, eu fico insatisfeito e desisto.

Vou focar nas outras histórias (fanfics ou originais) e quando eu terminar, volto para AVDMV.

Espero que tenham pelo menos se divertido.

Obrigado por terem lido até aqui.



As Viagens da Minha Vida (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora