Capítulo 11

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Fui acordado pela minha mãe.

- Está atrasado! – ela disse pra mim.

Escuto barulho da porta se fechando. Dou alguns gemidos de preguiça e me espreguiço na cama mesmo.

- Hoje será um longo dia. – disse a mim mesmo. Estava muito cansando. Não sabia como iria prestar atenção nas aulas.

Fiz o mesmo ritual de sempre. Tomei banho, me arrumei, tomei meu café, meu pai me levou e minha irmã para a escola e chegamos lá. Não que eu esteja mal-humorado. Mas sabe aquele dia que você não acorda bem? Eu estava assim. Afinal, eu não sei como as pessoas conseguem acordar cedo e de bom humor ao mesmo tempo.

- Tchau, Aline! – disse à Aline quando eu vi um grupo de garotas se aproximando para falarem com ela.

Aline me olhou sem entender até que as garotas chegaram até ela e fazerem uma roda para conversar. Eu apenas andei pelo pátio e pelo refeitório e fui em direção à classe. Chegando lá eu sentei no meu lugar de sempre, porém sozinho. Rei ainda não havia chegado. Eu coloquei meus fones de ouvidos e comecei a ouvir a música "Hangover" do PSY. Enquanto a música tocava pude ver todos os rostos familiares – meus colegas de classe – entrando na sala. Quando o vejo o professor. Ele está conversando com Rei na porta da sala. Eles ficam conversando durante um tempo, supôs que chegou a ser mais de três minutos. A música "Break Free" da Ariana Grande já tinha começado a tocar e já havia acabado quando o professor entrou junto com Rei na sala.

- Bom dia! – Rei me diz quando senta do meu lado.

Não respondo. Apenas viro e presto atenção nas explicações que o professor estava dando para o trabalho. O professor passou um relatório para fazermos em dupla. Era lógico que eu ficaria com o Rei, um dos motivos principais era que eu não tinha intimidade com mais ninguém da sala.

- Faremos o trabalho juntos, certo? – ele me pergunta.

- Não vejo outra opção. – respondi indiferente.

Lanchamos juntos com Aline. Rei e minha irmã conversaram bastante. Rei nem me deu atenção, o que foi bom. Eu queria apenas comer meu lanche – pizza com refrigerante – e ouvir minhas músicas. Aqui no Maranhão tem um refrigerante que se chama Guaraná Jesus. No começo eu não queria tomar, mas Rei comprou um quando fomos à praia e eu acabei gostando. O gosto é de Tutti-Frutti - o mesmo gosto dos chicletes -, porém o refrigerante é gostoso. Nem prestei atenção no que Rei e Aline conversavam e nem podia ouvir por causa dos fones de ouvido no volume máximo.

- Júlio! – li os lábios de Aline depois que ela estalou os dedos na frente do meu rosto.

Tirei os fones.

- O que foi? – perguntei.

- Rei quer te contar uma coisa. – ela disse.

Eu olhei pra Rei bufando porque lembrei que ele devia estar bêbado ontem e imaginando o que ele devia ter feito.

- Eu te amo, Jú! – Rei diz.

Eu quero te matar, seu idiota!

- Quem ama de verdade não liga bêbado. – respondi seco.

- Rei, o que você aprontou? – pergunta Aline rindo.

- Eu não fiz nada. Só tava bebendo com uns amigos. – ele se defende.

Amigos? Quem eram? Quero nomes!

- Olha, Rei! – eu disse – eu não sou obrigado a ouvir desculpas baratas. Eu odeio álcool e odeio muito mais pessoas bêbadas.

As Viagens da Minha Vida (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora