Capítulo 07

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Acordei mais tranquilo naquela manhã. Fui rapidamente tomar um banho, já estava arrumado pra ir pra escola quando vi minha mãe pondo a mesa para tomarmos nosso café da manhã.

- Bom dia, mãe. – disse a ela.

- Bom dia, Júlio. – ela responde – Tome seu café rápido que seu pai vai vim lhe buscar pra ti levar na escola.

- E a Aline, mãe? – perguntei – Como ela está?

Percebi que minha mãe não ficou muito feliz por eu ter tocado no assunto.

- Ela está bem, meu filho. Ela já melhorou, parece que ela está grávida de dois meses.

- Já? – perguntei incrédulo – Dois meses é muito!

- Não é não, meu filho. – mamãe me respondeu serena – Os enjoos e vômitos vêm nesse período mesmo. Eu só vou pedir pro seu pai quando isso tudo passar para ele avisar o Beto... – minha mãe contava andando de um lado para o outro – aquele menino vai ter que assumir a criança.

Não tive tempo de responder, ouvi um barulho de chaves na porta e logo depois ela se abriu. Era o meu pai.

- Bom dia! – meu pai fala.

- Bom dia! – minha mãe responde indo até ele e dando-lhe um beijo.

Estranhei o comportamento da minha mãe. Ele tratou meu pai como se nada houvera acontecido ontem.

- Bom dia, paizão. – eu falei pra ele ao começar a tomar meu suco.

- Como você tá, filho? – pergunta meu pai com um sorriso malicioso em seu rosto.

- Estou bem, pai!

- Já falou com seu amigo depois de ontem?

- Não, pai! Na verdade eu não tenho o telefone do Rei.

- Rei? – indaga meu pai – Você me disse que o nome dele era Reinaldo.

- E é. – conto pra ele – Reinaldo é seu nome. Rei é seu apelido.

- Chamar alguém de apelido é um bom começo.

Tentei sorrir, mas fiquei vermelho.

- Acho que sim.

- Só espero que você não fique na "Zona da Amizade". Se você entra nela, pode sair nunca mais. – meu pai me contava fazendo caretas. Acho que ele queria dramatizar.

É o meu pai mesmo que está falando comigo?

- Pai, você não acha que é muito dramático?

Tive que sorrir. Meu pai nunca me fazia sentir vergonha. Sentia que com ele eu não precisava me esconder. Não preciso por nenhuma máscara quando estou com meu pai. Ele é meu herói. Sinto-me seguro ao seu lado. Qualquer coisa boa que eu fizer, qualquer das minhas vitórias, ele será o responsável por elas. Porque ele sempre me deu apoio. Eu tinha muita sorte de ter um pai assim.

- Não. Claro que não! – responde papai – Só gostei do garoto, ele parece ser legal.

- Tudo bem, pai. – falei com um sorriso torto. Virei para ver se minha mãe estava prestando atenção na conversa, mas ela estava no quarto – Agora deixa eu terminar o suco se não vamos nos atrasar.

- Tudo bem! Só vou escovar meus dentes e ti espero no carro.

Meu pai se levantou e foi para o banheiro. Terminei meu suco rapidamente e fui pro meu quarto arrumar minhas coisas. Quando eu estava pronto meu pai saiu do banheiro, então fomos juntos ao carro. Meu pai me encheu de perguntas sobre o Rei o percurso todo até a escola. Eu não sabia o que responder. Eu sabia pouco sobre ele. Perguntas simples como "Onde ele mora?"; "Ele gosta de animais?"; "Ele é gay?", por exemplo, eu falava pro meu pai que eu não sabia, mas ele não queria acreditar.

As Viagens da Minha Vida (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora