Sarah - Garota Cristã- Livro 1 [Em Reforma]

Um garoto novo

(...)As pessoas são estupidas por não verem que não importa a aparência, mas sim o que acontece dentro dela.

— O diário da princesa.

      A vida sempre tem seus altos e baixos, no entanto a minha não. Eu não sei o que é sofrer, o que é perder alguém que se ama muito, não sei o que é dor de verdade. Nada nunca me abalou a ponto de dizer "eu não aguento mais". Para mim tudo estava mais que perfeito, me sentia a pessoa mais feliz do mundo. Agradeço a Deus todos os dias pela vida plena e feliz que tenho.

Acordo com o barulho estridente do despertador e apreciando o frio gostoso. Como todas as manhãs, cumprimento o Espírito Santo com um bom dia.

Estico meu braço até o criado mudo ao lado da cama, tateio a madeira lisa e desligo o aparelhinho que me faz começar o dia pulando da cama. Afasto as cobertas e deslizo até o banheiro. Antes que eu pudesse entrar, meus olhos pousam em um porta retrato velhinho que está dentro do guarda roupa, estava com tanto sono que o deixei aberto, é, minha mãe era linda.

Não é difícil encontrar semelhanças entre nós duas, ela era muito parecida comigo. Cabelos negros, olhos azuis, um sorriso radiante, e belas maçãs no rosto. Seu corpo é tão idêntico ao meu que poderia dizer que colocaram meu corpo na foto fazendo uma bela de uma montagem. Esguia, mas um corpo bem desenhado.

É uma pena não a ter conhecido pessoalmente, e uma lástima ela não ter conhecido o Deus que eu conheço. Sabe, não existe melhor coisa que nascer em berço evangélico, e ser filha de um homem que é quase um pastor reconhecido em quase toda a cidade. Pelo menos para mim isso é maravilhoso.

O Senhor me deu um pai dedicado e bom. E também me deu o privilégio de adora-lo, Deus me escolheu para fazer a diferença neste mundo e é exatamente o que venho fazendo desde os meus cinco aninhos de idade. Pego o porta retrato e por uns instantes sento-me na ponta da cama com os olhos fixados na foto.

Ela me abandonou quando eu tinha acabado de nascer, nunca se importou comigo, me entregou ao meu pai como se eu fosse um trapo velho e foi embora, essa é a única foto que tenho dela. Abracei contra o peito.

Não sei onde está agora, mas sei que Jesus irá tocar em seu coração e um dia nos encontraremos, não guardo mágoas. Pelo contrário, sempre tive curiosidade de conhecê-la. Guardo o porta retrato e puxo a cortina da janela de vidro que dá visão a grande cidade. Ah San Francisco, como eu amo esta cidade.

Moro em um apartamento com meu pai, e foi a melhor coisa que fizemos desde que nos mudamos, isso faz uns seis anos. Bom agora que você já conhece um pouco da minha vida vamos começar a história.