Final

8.2K 746 228
                                    


Saio correndo da sala pedindo ajuda aos enfermeiros, que se dirijem a sala, mas não havia mais nada a se fazer. Em poucos minutos a policia chega e nos interroga, o que me preocupa é que Stefan continua se sentindo culpado. Os policiais entenderam todo o ocorrido, estavam a par de tudo e como Melanie havia acabado de sair do presídio, compreendeu o caso.

E no caminho para casa...

- Você não teve culpa meu amor foi um acidente, você tentou evitar. - Digo enquanto ele dirige.

- Apesar de tudo que ela te fez eu não queria que ela morresse.

- Eu sei, eu sei. Você tem o coração bom e eu sei disso. - Digo pegando em uma de suas mãos no volante.

Chegando no meu apartamento Stefan me dá um beijo, se despede e vai para sua casa. Precisava esfriar a cabeça e eu dei esse espaço para ele.

Vou ao banheiro quase me arrastando, tiro minha roupa e ligo o chuveiro, a água está fria e eu não me importo em mudar a temperatura, apenas fico embaixo do mesmo, deixando a água cair, mil pensamentos sem foco invadem minha mente, passo a ouvir a voz de todos que fizeram parte da minha vida.

"Eu te amo Sarah..." - Miguel. "Olha a santinha da universidade" - Elsa. "Graças a Deus e a você eu sai dessa." -Stefan.
"Você foi adotada." - Jhon.
"O Jhon queria te usar para me atingir." - Marina.
"Socorro... Socorro, Melanie por favor abre a porta." - Sarah.
"Por favor meu amor você precisa acordar..." - Stefan.

De repente minha mente entra em um colapso momentâneo, como se do nada tudo que já aconteceu de ruim embaladasem meus pensamentos. Tudo o que eu passei e vivenciei vem atona como uma facada pelas costas, não sei mais se o que cai do meu rosto são lágrimas ou água.

Desligo o chuveiro depois de quase meia hora embaixo dele, ando devagar até a pia abro o armário, retiro o removedor de maquiagem, e ao fechar e olhar para o espelho vejo a Sarah de antes é do quanto sofreu.

- Sarah... - Ouço uma voz dentro do meu pensamento. Me assusto com o que escutei e acabo derrubando o frasquinho de vidro(removedor de maquiagem), no chão, olho para trás e não há ninguém, mas o ser continua ali dentro da minha mente, um arrepio descomunal me faz tremer, e a pior sensasão que alguém poderia sentir me consome em fração de segundos.

- Quem é você? - Indagou sentindo sua presença sufocante.

- Alguém que pode acabar com a sua dor. - Respondeu.

- Está vendo esses vidros que estão ai? - Perguntou e eu olho para o chão encarando o vidro espalhado. - Ande sobre eles, pegue um maior e corte seu pulso.

Ao ouvir a proposta, me afasto, balançando a cabeça em negação, pego minha toalha e corro para o quarto em lágrimas e desespero...
Eu só posso está ficando louca.
Respiro fundo e caminho até a cômoda controlando a respiração, abro a primeira gaveta, e ali estão alguns calmantes, eram do meu pai. Ele tinha problema com os nervos, aquilo estava ali a algum tempo, como eu não tinha notado?

Novamente a voz ecoa na minha cabeça, falando claramente comigo:

- Vamos lá Sarah, tome o calmante, você vai se sentir melhor. - Disse.

Pego a jarra de água que estava sobre a cômoda, coloco água no copo, e pego também os comprimidos que estavam dentro da gaveta. Tiro um comprimido e engulo junto com a água.

Sarah - Garota Cristã- Livro 1 [Em Reforma]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora