Capítulo 25

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O telefone toca, imaginei que fosse a família de Romeu ligando preocupados com o acontecimento, que haviam recebido a notícia que seu filho estava morto e que seu corpo não foi encontrado.

- Alô - Zack atende.

Todos se direcionam a o telefone para ouvir o que a voz do outro lado  falando mas não conseguimos capturar a conversa.

- Tudo bem - Zack responde e então desliga.

A ligação foi rápida, os diálogos curtos, não parecia ter sido algo importante.

Após desligar, Zack  senta coloca suas duas mãos na cabeça, respira fundo e então diz:

- Encontraram meu carro.

Por um instante algo de esperança surgiu em mim, de que encontraram Romeu vivo, que foi apenas um susto e mais nada.

- Mas não encontraram o corpo de Romeu - Ele diz.

A angústia voltava com um aperto que sufocava, havia mudado, ele não estava vivo. As esperanças haviam desmoronado de uma montanha infinitamente alta, que sua queda iria me machucar e deixar me com cicatrizes difíceis de lidar.

Havia um silêncio pesado entre nós, inquebrável, não havia o que fazer. Levantei-me e fui para o quarto.

Coloquei meu casaco preto de crochê confortável e peguei meu celular, não havia ligações, não havia mais ninguém para quem ligar, o que era muito triste, eu não conseguia falar com outra pessoa sobre a morte de Romeu, era algo que ficava preso na garganta, algo difícil de lidar, talvez, a única pessoa que poderia compreender o meu sentimento aquele momento era o próprio Romeu.

Horas depois, Zack entrou no quarto me convidando para ir buscar seu carro, seria bom eu ir, poderia ficar sabendo de algumas notícias sobre Romeu, algumas pistas da causa de seu desaparecimento.

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A delegacia estava vazia, o carro de Zack estava intacto, estava igual aquela noite, sem pistas, sem manchas e nem batida.

- Olhamos seu carro - O policial diz entregando a chave - Encontramos a chave no porta mala, o carro estava impecável, não há pistas de Romeu, não o encontramos mas não podemos afirma que ele está morto.

Fazia sentido o que o policial havia dito, Romeu poderia estar vivo, seu desaparecimento não significava que ele está morto, não há nada concreto sobre o seu sumiço.

- Julieta, você esteve naquela noite com Romeu? - O policial se direciona a mim.

Eu concordo com a cabeça ruborizando por um inustante.

- Precisamos saber tudo que aconteceu entre vocês naquela noite - Ele pausa anotando algo em sua caderneta.

- Eu não tenho nada a ver com o desaparecimento de Romeu - Falei no impulso alterando a minha voz.

Zack cochicha em meu ouvido dizendo para eu me acalmar e baixar meu tom.

- Não se preocupe - Diz o policial - Seu depoimento irá ajudarmos a encontrar Romeu.

Tentei me acalmar,  me alterar não iria adiantar, Zack pegou a chave de seu carro e então o acompanhei.

O policial pediu apenas para eu  ir na delegacia, não pediu para Zack, o que foi estranho, pois  pediu para quando eu ir dar meu depoimento contando todos os meus últimos momentos com Romeu. Talvez todos estejam achando que eu sou culpada pelo sumiço dele, que sei de algo e que posso o encontrar independentemente se ele estiver vivo ou morto.

Julieta vogelmannWhere stories live. Discover now