Capítulo 6

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Era uma visão incrível, dava para visualizar uma parte da cidade, era lindo, as luzes dos prédios, os postes que iluminavam a rua enfeitavam a cidade.

- É lindo - Digo encantada - É como se meus olhos pudessem sentir a cidade sendo visualizada em um piscar dos olhos.

- E podem - Ele diz sorrindo - seus olhos podem adotar a cidade como sua captura favorita por uma noite.

Eu vou me aproximando para a ponta do prédio e sinto o vento mexer meus cabelos.

- Como você pode entrar aqui? Nós praticamente invadimos - Falei olhando para ele enquanto ele se aproximava de mim, seu caminhar era tão charmoso que me desconcentrava.

- Esse prédio era do meu padrasto, moramos aqui por um tempo, agora ele está vazio, os moradores saíram na mesma época, mas até hoje não sei o motivo mas ainda posso entrar aqui quando eu quiser.

Um prédio misterioso, antigo, vazio e estranho.

-Você vem aqui frequentemente? - Perguntei.

- Não - Ele responde - Resolvi trazer você aqui porque achei que ia gostar, proibir a cidade de te prender e de te vigiar e deixar você vigiá-la.

- E você achou certo - falei sorrindo- Eu adorei - Dei uns passos à frente e abrindo os braços e deixando o vento levar meu cabelo e flutuar.

Sentia o vento fazer meu vestido mexer, fechei meus olhos e me deixei imaginar tudo que quisesse, era tão  maravilhoso, aquele sentimento de estar livre de tudo.

Sentamos no chão um do lado do outro sem encostar nossos corpos

-Você está linda Julieta - ele disse de repente

Ruborizo por um estante

-Você não precisa ficar com vergonha

-Não estou- Neguei -  Um elogio seu não tem todo esse poder de me deixar cabulada - digo colocando meu cabelo atrás da orelha.

Ele sorri.

-Acredito.

-Você se acha o melhor né Sr. Strikes?

-E você se acha a dona da razão né Sr.?

-Vogelmann - Completo

-Sr. volgelmen - Ele diz

Eu caio na gargalha.

-Não se pronuncia assim- Eu digo entre sorrisos- É vogelmann.

- Com um tempo eu irei aprender - Ele diz passando a mão em seu cabelo,era tão sexy.

Ficamos em silêncio um encarando o outro, próximos demais, sentia  sua respiração, seus olhos cravados no meu, nós estávamos perto de mais, perto de seus lábios, de seus sorriso escondido.

-Eu preciso ir - digo me afastando e me levantando apressadamente.

-Onde você vai?- ele pergunta me seguindo.

- Vou embora - respondi sem olhar para trás .

-Espera - ele me puxa pelo braço.

E novamente estamos na mesma situação,ele segura meu braço para eu não partir, fazendo eu sentir suas mãos em mim, seus olhos novamente encarando o meu.

-Me solta - Ordenei.

-Não quero deixar você partir -Ele diz - Fica mais um pouco - Romeu pede.

Eu queria ficar, queria ter ficado, deixado ele me beijar mas não conseguia, algo me impedia de continuar algo que não era verdade, ele não gostaria de mim, não iria me amar.

-Eu preciso ir - Disse.



Ele me soltou e então fiquei livre e sozinha, ele me observava eu partindo,até eu sumir num buraco que dava para o corredor das escadas,cada degrau que eu descia eu me afastava de Romeu, do cheiro de sua jaqueta que ainda estava em meu vestido sujo.

Voltei para a entrada da festa e avistei Zack com Natalie abraçada nele completamente bêbada.

-Ainda bem que achei você - Zack disse vindo em minha direção.

-Natalie está bêbada! - exclamei - deixa eu te ajudar Zack.

-Não precisa Julieta,apenas pegue a chave do carro e abra ele para mim - ele pediu.

Peguei a chave do seu bolso esquerdo de sua jaqueta de couro e então fui na frente para abrir o carro.Zack coloca Natalie com cuidado no banco da frente e logo em seguida entrei também.

-Coloque o cinto Natalie - Zack pediu achando que ela iria entender

-Você - Natalie com a língua meio enrolada aponta o dedo para o Zack - você é o meu amor .

-Você também é meu amor,agora deixa eu colocar o cinto em você- Zack disse colocando o cinto com um pouco de dificuldade.

Quando estávamos pronto,Zack ligou o carro e então começo a observar a lua pela janela traseira do carro,na estrada avistei uma pessoa com uma jaqueta jeans,meio familiar,seu cheiro vem até mim atravessando a janela de vidro do carro e chegando até mim,era ele,era Romeu,sorrindo e acenando com a mão,eu queria parar o carro e ir atrás dele,ficar com ele,senti o cheiro dele novamente,mas a única coisa que pude fazer era acenar para ele.

E com a velocidade do carro,fui me afastando dele até perder ele de vista.

Não sei o que aconteceu comigo,ele iria me beijar,tocar a boca dele na minha,eu queria mas não consegui,eu não sabia como reagir e minha reação foi a pior de todas,eu sou uma BURRA.

-Julieta? - Uma voz me chama para dentro do carro.

-O que foi ? - perguntei

-Para quem você estava acenando ? - Zack pergunta me espionando pelo retrovisor.

-Eu não estava me despedindo de ninguém - menti.

-eu não estou ficando louco Julieta, quem está bêbada aqui é sua prima e não eu - ele diz olhando para a estrada vazia pela qual passávamos.

Não havia problema dizer a ele que conheci um garoto pela qual não parava de pensar a final não aconteceu nada,por culpa minha claro.

-Eu me despedi de um amigo - falei olhando para a rua pela janela traseira.

-Amigo? - ele pergunta com uma cara maliciosa.

-Sim - respondi - amigo.

-Esse seu amigo é o motivo da cor do seu vestido? - ele pergunta com um sorriso de lado.

-Para que você quer saber? - perguntei tentando limpar a mancha do meu vestido.

-Calma Julieta- ele sorri - eu só te fiz uma pergunta- ele volta a me espionar pelo retrovisor.

Depois de nossa conversa paralela,ficamos em silêncio até chegar em casa.

Natalie estava adormecida no banco da frente,e eu não conseguia evitar,meu pensamento ia sempre ao encontro dele,foi tão pouco tempo que passei com ele,eu conseguia ser eu mesma,eu conseguia me sentir livre num mundo que me prendia com regras.

Julieta vogelmannWhere stories live. Discover now