Capitulo 45

1.8K 155 4
                                    

Se passou dois dias e na rua parecia que o ano começou mais alegre para todos que passeavam e sinceramente parecia que até os animais estavam felizes ou algo do tipo, digo isso pois vi dois cachorros brincando num parque e aparentavam ter um sorriso no rosto e não posso deixar de falar que vários esquilos estavam nos seguindo enquanto atravessávamos uma praça. Nos sentamos em um banco e então pude contar uns dez esquilos marrons, pretos e um único branco de olhos claros que com certeza era albino. Com a ponta dos dedos tentei chamar e um veio até mim subindo em minhas pernas, fez seu barulhinho com a boca e ficou me olhando cheirando o ar, seus castanhos olhos pequenos brilhavam então virou o rosto da esquerda para direita e eu resolvi aproximar minha mão de sua cabeça pequenina, calmamente ele deixa fazer carinho, seu pelo era extremamente macio e de sua boca saiu outro barulho.
Então ele se mexeu e como eu achei que iria me atacar retirei minhas mãos de perto dele, mas ele não me atacou, andou sobre minhas coxas e se deitou nelas fechando os olhinhos, ele estava com sono e iria dormir em meu colo, Flávia estava com o celular em mãos e filmava aquele roedor lindo em mim mas estão os outros vieram rapidamente sobre o banco e nos olharam.
- Ain... Tem um aqui no meu ombroooo! Oii fofiinho! - Flávia diz baixinho.
- Aí meu deus! Eles gostaram da gente amoor! E olha esse aqui! Dormiu no meu colo... Quero pra miiim!
- Sério Sofia?
- Siiiim!
- Amor... Nem sei se da pra levar pra casa... Acho que nem pode...
- Aah! Olha amor... Esse gostou de mim... Certeza amor? Eu quero esse aqui! Ele e lindooo!
- Não sei amor... Mas é meio óbvio que não né?
A morena tinha razão, moramos em outro país, se fosse possível criar um desses esquilos, aqui seria bem possível que sim, mas tão longe... Estou bastante triste, pois eu realmente estava apaixonada por esse animalzinho e vê-lo deitado em minhas pernas quieto me deixou mais abalada ainda.
- Ficou triste meu amor?
- É claro... Mas tudo bem mô... To ficando com fome... Vamos toma café?
- Ok linda... Não fique assim amor...
- Hey esquilinho! Acorda! - disse dando uma sacudida de leve nele que ficou rapidamente em pé me olhando e correu para as pernas de Flávia escalando sua blusa - Ain que amooor! Aaaah eu quero ele amoooor! Mas vamos amor...
- Tchau esquilinho! - a morena diz num tom baixo ao animal deixando-o no banco.
Andamos lentamente até a saída da praça que estávamos e eu não queria olhar para trás e ver aquele animal fofo, Flávia conseguiu fazer com que meus pensamentos ficassem apenas focados em nosso passeio e em comida! Paramos em uma padaria já nos sentando na mesa próxima a janela então pedimos um café com creme, chá de hortelã e duas tortas de framboesa para a garçonete. Faltavam apenas dois dias aqui em Toronto e então iríamos para casa e eu não estava nem triste nem feliz com isso já que as saudades eram imensas.
Sentadas à mesa ficamos olhando as pessoas passando pela rua, a torta estava muito boa e o chá quente do jeito que gosto. Pensando na vida eu fiquei, minha mente estava em outro mundo e meus pensamentos foram desfeitos quando sinto algo subindo em minhas pernas.
- Meu Deus Flávia! - digo pegando o esquilo em minhas mãos. - Ele nos seguiu! E agora????
- Hey girls... Not animals here... - disse uma garçonete.
- Sorry... Excuse me! - eu respondi - Amor... Paga a conta e me encontrá-la fora... Te amo! - disse a Flávia dando um selinho rápido nos seus lábios.
Não demorou e ela aparece, o esquilo estava em meu ombro, sua cara transmitia preocupação e eu não sabia o que fazer.
- Ele não vai amor... E agora? - eu disse nervosa.
- Olha... Vou tenta, eu disse TENTAR, ligar pra alguém responsável por animais silvestres e tentar adotar ele ok?
- Aaaah sua liiiinda! Te amooo muitooo!
- Olha não tenha esperanças amor... É sério... Vai ser complicado...
Voltamos ao hotel depois disso, o animalzinho se escondia em meus cabelos que caiam pelo ombro enquanto Flávia foi tentar convencer o gerente do hotel que o esquilo não desgrudava de mim, por sorte ele nos autorizou deixar o animal no quarto apenas e foi o que fizemos. A morena pegou o notebook e tentou procurar algo que nos ajudasse nessa situação mas eu realmente não sabia se essa ideia não daria certo, estava tentando me conformar com isso. O esquilo era fêmea e parecia estar com fome e eu não sabia o que fazer, não tinha sementes em meu quarto, mas por sorte tinha uma pet shop no final da rua.
Se passou duas horas e Flávia estava dando uns telefonemas enquanto eu ficava atenta a cada palavra que ela dizia, mas foi uma tentativa em vão pois a morena dizia as palavras em inglês muito rápido. O esquilo estava na cama pulando e correndo lindamente e eu sabia que não ia conseguir levá-lo para casa já estando bem conformada, me encosto na cabeceira da cama esticando os pés sobre o colchão olhando fixamente a Tv que mostrava o tempo para está semana, o que não foi difícil entender já que eu entendia poucas palavras, quando vi a representação de cada dia eu fiquei totalmente nervosa pois na terça-feira iria chover mas não tinham informações precisas com relação quantidade de chuva no dia. Fiquei tão atenta na Tv que nem reparei que Flávia já havia desligado o telefone e o largado na cama, sua cara estava seria e parecia irritada ou brava.
- Ah mas você tinha que inventar né Sofia? Vamos levá-lo ao parque agora! - ela disse brava.
- Ok.
Nesse momento eu já sabia a resposta, fiquei assustada com o tom de voz da morena e então achei melhor não dizer uma palavra se quer negando, apenas afirmei e saímos com o animal em meu ombro. No caminho Flávia não dizia uma palavra se quer, ela devia estar tão irritada que consegui ver fumaças saindo de suas orelhas e isso me fez soltar uma risada ao ver seu rosto.
- Eu quero que você vai se fuder Sofia Rodriguéz! Não estou de brincadeira!
- Ok desculpa...
Já no parque eu tento larga-lo próximo onde o encontrei, mas parecia se recusar, a morena não estava comigo, esperava na entrada e sinalizava com as mãos que era para ir logo. Como comprei pouca comida para o esquilo fiz uma trilha no chão até uma árvore e então vários esquilos apareceram para comer, finalmente aquela que estava comigo se mostrou aos outros e eu saí correndo em direção a minha amada.
- Porra! Vamos logo que não aguento mais essa dor de cabeça!
- Amor acalma por favor!
- Me acalmar? Você me fez de trouxa! Sabendo a resposta o tempo todo que não conseguiríamos e viu? NÃO COMSEGUIMOS! Me deixa em paz Sofia! Vamos pro hotel logo! - ela gritou me puxando pelo braço.
Fui acompanhando-a com passos rápidos e num piscar de olhos estávamos entrando no quarto e largando a bolsa em cima da cama andando até o banheiro.
- Amor...
- Vai se ferrar! - ela disse mostrado o dedo do meio pra mim e desapareceu através da porta.
Em poucos minutos escuto o barulho do chuveiro normal ligado e as gotas d'água caindo no piso da banheira, me sentei na cama olhando o nada e apenas escutando um som ecoando do banheiro, sua voz linda cantarolando apenas com um som que possivelmente saia de seu nariz, ou seja, um som nasal, mas de repente ela para e eu escuto um barulho alto de várias coisas caindo no chão.
- Aaaah vai toma no meio do **!!! Merda do caralhooo!
Eu sai correndo e a vi sentava na beirada da banheira de cabeça baixa enquanto a água escorria por seu corpo e cabelo, no chão o shampoo, sabonete e o condicionador estavam caídos. A ajudei a pegar o que caíra e a entreguei, nossos olhos se cruzaram rapidamente e mesmo ela estando hiper brava e irritada vi um brilho neles.
- Amor... Desculpa... Eu exagerei... Desculpa ter feito você passar toda essa irritação...
- Ok agora sai daqui senão você leva! Depois conversamos!
- Desculpa. - dei um beijo rápido em sua testa e sai correndo.

Pov. Flávia

Não sei descrever o tamanho de minha irritação e não é totalmente culpa da minha ruiva, isto é, por parte sim pois ela insistiu em uma coisa que não conseguiríamos com certeza absoluta e por outra parte aquele imbecil do atendente ao telefone que me confundia com palavras científicas e me fazia de palhaça o tempo todo até o cara dizer para esperar enquanto procurava informações novas sobre minha pergunta simples que ele complicava mas o filho da mãe bota no mudo e retira, acho que sem querer, e eu escuto risadas e deboches. Não aguentei e desliguei em sua cara, olhei Sofia e ela estava linda daquele jeito meigo vendo a Tv e o esquilo em seus pés, ver ele já fez com que minha paciência chegasse ao limite.
O esquilo já estava em seu 'lar' e eu precisava esfriar minha cabeça resolvendo tomar um banho morno. Não sei o que aconteceu só vi o kit banho caído em minha cabeça direto ao chão me irritado mais ainda. A ruiva estava ao meu lado sem eu reparar, tentei esquecer a irritação quando olhou em seus olhos mas algo me impediu, sinto seus lábios tocarem minha testa isso me amoleceu mas de minha boca apenas saiu uma respiração ofegante.
Meus nervos se acalmam quando saio de baixo da água do chuveiro e visto uma camisola curta e folgada, Sofia estava deitada de bruços com o rosto escondido entre seus braços e travesseiro então escutei ela fungar o nariz. Uma dor bateu em meu peito então me aproximei dela passando minha mão em sua cintura e a abraçando, seu cheiro doce me deixou derretida, beijei sua nuca mas ela ainda não olhou pra mim.
- Me desculpe por falar daquele jeito ruivinha... Minha irritação estava no último... Desculpa descontar tudo em você...
- Não me xinga mais assim...
- Ta bom meu amor... Me desculpa?
- Se me der um beijo bem gostoso sim...
Um sorriso sincero se formou em seus lábios mostrando parte de seus dentes, levei minha mão direita até seu queixo levantando seu rosto, meus olhos estavam fixos nos seus, sua cara de choro me partiu o coração, sua respiração quente encontra minha pele fazendo a minha se arrepiar e então sinto sua boca na minha beijando meus lábios suavemente com tanto amor e delicadeza.
As horas daquele dia passaram rapidamente e quando reparei já eram 22 horas, uma noite de lua cheia brilhante no céu e estrelas ao seu redor piscava, nenhuma nuvem pairava sobre a imensidão azul do céu, puxei a cortina deixando uma fresta de luz prateada da lua iluminando a colcha que nos cobria. Ficamos quase toda a noite nos amando trocado beijos e amasso calorosamente, carinhos por todo o canto, até chagarmos ao ponto que era preciso mais que beijos, seus toques em meu corpo me davam arrepios e traziam excitação e prazer. Quando percebemos que aproveitamos o suficiente à nos deixar cansadas me deito nos braços de minha pequena escutando seu coração bater tão suave me fazendo cair num sono profundo.

OOI GENTE!!!! Desculpe a demora por mais um capitulo... Espero que tenham gostado deste, por favor comentem e votem!
Não esqueçam de ler minha outra história: Love Be Here, votem nela também!
Ooobrigada! 😊

Depois daquele dia... (Romance Lésbico)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora