Capítulo 11

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Pov. Beatriz

O bom de estar de carro era chegar em casa mais cedo, estava contente, larguei o carro no estacionamento do prédio e fui até meu andar, no caminho encontrei Dona Pérola.

- Boa tarde senhorita! - ela me cumprimentou toda atenciosa

Retribui o cumprimento, Dona Pérola era bem velha, uns 70 anos, os cabelos eram grisalhos e tinha uma tristeza no olhar, os vizinhos que a conhecem de disseram que ela perdeu os dois filhos, outros que o marido tentou salvar os filhos mas foi junto para o céu, Pérola sempre era atenciosa comigo e com Sofia, se preocupava quando algo estava errado com qualquer pessoa do prédio, vivia da aposentadoria e da venda de seus pães caseiros. Hoje estava com sua cesta de pães com apenas três, dois doce e um salgado.

- Dona Pérola, tem pão de que hoje?

- Bom Beatriz, tem de... - ela olhou para a cesta - Maçã, goiabada e de queijo...

- Vou levar o de goiabada e de queijo.

Quando disse que levaria ela abriu um sorriso contagiante, o olhar de tristeza se foi por alguns segundos, peguei a nota de vinte de minha bolsa já que não tinha troco e a entreguei.

- Fique com o troco...

- Não precisa minha querida...

- Pode ficar. - abri um sorriso e ela agradeceu.

Peguei os pães antes dela sair do elevador para o seu andar, me despedi dela e então continuei, faltavam dois andares e em segundos estou na porta do apartamento, escuto um barulho mas não consigo entender do que era, um filme pensei, coloco a chave na porta e então vejo Sofia sentada na mesa de camisola com a mão entre as pernas de Flávia que estava na sua frente apertando os seios da minha amiga.

- Cheguei na hora errada...

As duas me olham assustadas e se desfazem da sena que estavam, ajeitando as camisolas e os cabelos. Olho no rosto delas que estão como um pimentão de tanta vergonha, larguei minha bolsa na mesinha do lado da porta e levei os pães à mesa e então às cumprimentei.

- Olá meninas!

- Oo...oi Bi...Bi... Bia - diz Sofia.

Flávia acena com a mão direita e esconde seu rosto no peito de Sofia.

Pov. Flávia

Eu já era tímida por natureza, e agora então... Nem consegui continuar olhando para a cara de Bia, a vergonha era tanta, que deu vontade de sair correndo no mesmo instante. Quando finalmente tomei coragem de levantar o rosto e olhá-la respirei bem fundo.

- E aí... Querem um pedaço? - ela pergunta mostrando os pães - Goiabada e queijo... São da Dona Pérola...

- Nossa que delícia! Amo os pães dela! - diz Sofia - Vem amor, esperimente!

Bia foi até a pia e tirou uma faca da gaveta e três pratos então cortei um pedaço pra cada. Minha Ruivinha preparou um café em menos de cinco minutos, Sofia pega as nossas tortas.

- Bia quer um pedaço? - diz Sofia.

- É a da lanchonete do lado do hospital?

- Ahum... - digo já levando uma garfada à boca.

- Hum... Como a minha à pouco... Obrigada... - diz ela negando.

Depois de comermos e lamber os pratos ficamos sentadas na mesa, Sofia contou que ficaria um tempo comigo em meu apartamento deixando Bia ficar com o carro. O tempo passou rápido e já era dez para dez da noite.

- Ah!!! - Sofia grita ao ver a hora - Vai começar Castle!!

- Oi? - pergunto - A série?

- Ahum... Boa noite Bia! - disse já me puxando.

Nos deitamos esperando começar a série, não sou muito fã de série policial, mas quando não tem nada pra fazer eu assisto. Sofia estava abraçada a mim e ficava o tempo todo fazendo carinho em meus braços, seu corpo estava frio, consegui sentir até seu coração tremer, em cada intervalo nos olhávamos e trocávamos beijos e mais carinhos, a cada dia que passa ao lado dela percebo que ela é mais carinhosa ainda, sempre fazendo palhaçadas para me fazer rir.

- Flávia Scarie!! - ela começa a gritar brava.

- Que que foi??? - digo assustada.

- Não está esquecendo de nada não? - sua cara estava séria, nunca vi ela tão séria assim, fiquei confusa. Pensei e pensei tentando lembrar o que esqueci.

- Não... - digo ainda confusa.

Sofia sai da cama e então fico com medo. Por que ela está ao brava? O que eu fiz?

Ela demora para aparecer, mas quando chega sua expressão facial não mudou nada, em sua mão uma garrafa d'água, ela anda até mim e me entrega a garrafa.

- Já lembrou?

- Não amor, enlouqueceu?

Ela anda até minha bolsa e tira os remédios.

- Já tomei hoje esqueceu?

- Não a quantidade completa...

- Como sabe?

- Liguei pra sua mãe mais cedo, enquanto você dormia, contei da sua crise e aproveitei para perguntar quantos comprimidos teria de tomar... São seis no total Flávia! Você só tomou 3!

- Não fica brava, esqueci... - fiz uma cara tristonha.

- Poxa Flávia... Não quero que tenha essa crises novamente, eu me assustei... - ela se aproxima de mim e olha em meus olhos - Não se esquece mais, por favor... Não quero te ver em nenhum hospital...

- Me desculpe amor...

Estava triste com isso, não gosto de tomar remédio, mas ve-la quase chorando por estar preocupada comigo me fez pensar melhor. Peguei meu celular ao meu lado na mesinha e coloquei no despertador: 10 AM E 10 PM.

- Pronto, não esqueço mais ok? - digo mostrando a tela para Sofia.

Voltamos a nos deitar, Sofia apaga a TV e me abraça, estava bastante cansada em poucos minutos nós duas já estávamos dormido.

Depois daquele dia... (Romance Lésbico)Where stories live. Discover now