-Não dá. Estou mega ultra-atrasada daqui a pouco sou demitida, ai já viu né? Quem vai pagar minhas contas? -Digo e ela ri

-Certo, vou me arrumar também. -Ela diz caminhando para o banheiro, vou até a porta e escuto ela gritar. -Você vai fazer a janta, entendeu mocinha? -Reviro os olhos e saio.

Saio com o carro da garagem e cumprimento o vigilante prédio, do meu apartamento até o serviço é meia hora de carro, mas, hoje como estou atrasada tenho que chegar a menos de meia hora.

Hoje teria uma reunião importante sobre a operação no complexo do alemão, e eu estava ansiosa por essa reunião. Desde pequena via meu pai, que era policial também, prender bandido e toda aquela adrenalina o deixava feliz e ele fazia o bem para a sociedade. '' Lugar de bandido é na cadeira'' sempre ouvia isso dele e repetia desde quando era pequena. Quis ser policial por causa dele, já minha mãe temia que eu acabasse igual o meu pai.

Perdi minha mãe quando eu ainda só tinha seis anos de idade, a mesma morreu numa complicação de parto, ela estivera gravida e acabou morrendo junto com o bebê que esperava e logo perdi meu pai em uma troca de tiro entre uns traficantes e policiais. Vivera a minha infância e adolescência com a minha tia Elisa, ela sempre foi amorosa comigo e me deu total apoio, virou minha segunda mãe, no entanto, já não moro com a mesma, agora moro no rio de janeiro porque a oferta que eu consegui de emprego era melhor do que onde morava.

Cheguei ao departamento da policia civil, estacionei na minha vaga. Encontrei alguns amigos já saindo para a luta e eles me cumprimentaram, todos são gente boa comigo.

-Bom dia parceira. -Disse o cabo Jorge. Ele já é idoso, mas, logo estará aposentado, o mesmo é muito educado e me ajudou muito quando entrei na corporação.

-Bom dia, pronto pra luta já? -Pergunto e ele assentiu. Aperto sua mão e vou para sala de reunião, logo no corredor sou parada pela minha amiga Laura, ela é policial, mas diferente de mim ela fica nas ruas fazendo rondas. Eu por outro lado só saio quando é uma operação importante, mas, trabalho no departamento mesmo. Cuido de várias papeladas e investigo alguns casos mais importantes.

-Porra, você está atrasada. O coronel vai brigar com tu pra caralho. -Olho para a sala que estava com a porta fechada e volto a encarar minha amiga. Seu cabelo loiro estava preso em um coque e a mesma usava o uniforme da corporação. Ela era cabo da policia civil, igual a mim, no entanto, eu só fico mais dentro do que fora.

-Eu sei. -Digo sorrindo nervosa. -Vamos? -Caminhamos até a sala, abro a porta e todos que ali estavam me encararam.

Laura adentrou a sala e ficou ao lado do primeiro-sargento, seu supervisor. Respirei fundo e fechei a porta criando forças para virar novamente para aquelas pessoas. Havia bastantes pessoas superiores a mim que me encaravam, o coronel estava conversando com eles e logo atrás do mesmo passava um slide sobre o complexo do alemão. Sento na cadeira vaga e me ajeito prestando atenção no assunto. Sinto a mão do Heitor na minha perna apertando devagar, olho de relance para ele e o mesmo está com uma calça jeans, uma camisa preta com o símbolo da tropa de elite, ele era o primeiro-tenente da tropa e, também é muito gato, ao lado estava o capitão da tropa. Tiro sua mão de minha perna e ele me encaram com seus lindos olhos azuis.

-A melhor maneira de saber cada passo que esses bandidos dão, é colocando gente nossa dentro do complexo, a onde a rede de tráfico é maior. Assim poderemos descentralizar o poder deles de obter armas e comercializar entorpecentes. -Disse o coronel olhando nos olhos de cada um. -Quem está comigo? -Perguntou e logo todos balançaram a cabeça.

-Quem seria o espião? -Perguntou Heitor curioso.

Todos da mesa se entreolharam e senti os olhares da minha amiga Laura sobre mim. Abro um meio sorriso pra ela que foi retribuído, quando volto a olhar o coronel o mesmo me encara, desvio o olhar o mais rápido possível. Eu tenho dó da pessoa que for o espião, essas missões são muito difíceis e às vezes as pessoas que vão sempre morre, pois, o traficante descobre. É horrível, já perdi alguns colegas desse jeito e tenho pavor. Não tenho medo, só não quero morrer nas mãos de um bandido filho da puta que acha que nesse mundo não existe limites, e que o mesmo pode fazer tudo oque lhe desejar.

OPERAÇÃO NO MORROOnde as histórias ganham vida. Descobre agora