PLANO BEM CSI

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C A S S I E     A N D R A D E

No dia seguinte, bem pela manhã recebi a notícia que Edgar já não precisava se alimentar por tubo. Isabella havia me enviado uma mensagem no WhatsApp lá pelas nove horas da manhã.

Ela disse que ele já estava bem melhor, comendo aos poucos. Cheguei no hospital às onze e meia. Tinha inventado uma enxaqueca e meu pai me trouxe correndo.

O médico me passou uma maldita dipirona em gotas e tentou tranquilizar o meu pai.

Fora do consultório, fui obrigada a beber vinte gotas diluídas em um pouco de água.

Edgar mal havia deixado os aparelhos e os policiais já queriam colher o seu depoimento. Do lado de fora do hospital uma explosão de flashes tentava invadir as janelas à procura de uma palavrinha com os responsáveis pela prisão do Stalker.

Consegui escapar do meu pai e fui até o quarto de Edgar para uma visita rápida.

— Bom dia herói. — entrei sorrindo — É bom te ver livre de todos aqueles negócios.

— Eu não tô 100%, mas vamos dar espaço para quem está pior. — Edgar se ajeitou na cama com dificuldade.

— Edgar!

— Tá tudo bem. — gesticulou insistindo que estava bem — Já pensou em algo?

Eu franzi meus lábios preenchidos de um batom matte — Óbvio.

Ele ergueu a sobrancelha — Isso é um não, né?

— Na verdade, pensei em muitas coisas, mas nada parece ser bom o bastante. — puxei a cadeira sentando perto da cama.

— Então, você tem ao menos quinze por cento de um plano? — brincou Edgar, fazendo uma referência a um filme da Marvel. — O que vamos fazer?

Sorri com a referência e depois ergui a sobrancelha o encarando, percebendo que ele estava se incluindo — Vamos? Você não pode fazer muita coisa nessa cama, lembra? Não que você fosse muito útil, antes...

— Oh ingrata! Eu não gosto de ficar lembrando, mas eu salvei a sua vida... — disse apontando para mim, ergui a sobrancelha com um sorriso na mira do seu indicador acusador — ... antes de você salvar a minha... — resmungou baixinho me fazendo rir.

— Ah, meu herói... — levei a costa da minha mão na testa — O que seria de mim, oh donzela indefesa sem sua bravura?

Edgar estava sorrindo com a minha encenação — Oh donzela indefesa, até agora não recebi uma recompensa por minha bravura. — eu o encarei — De acordo com as regras do jogo o bravo herói recebe uma recompensa da bela donzela, que salvou.

— Que recompensa? — franzi a testa.

— Um beijo.

Balancei a cabeça levando as mãos na cintura.

— Garoto, você está fazendo um jogo comigo?

— Cala a boca e vem cá. — Edgar esticou o braço, sorri me levantando e dei minha mão a ele que puxou, me fazendo ficar bem perto, em pé ao lado da cama. Edgar estava sentado, recostado na grade

— Ah... Não sei não... Beijo é só no final da aventura. — brinquei desenhando seus lábios com o meu dedo indicador.

— Vem cá, que eu sei que você tá doidinha para me beijar... — ele me puxou novamente, com a intenção de me fazer cair em cima da cama ao seu lado, desajeitada como sou, cai em dele, o fazendo gemer.

STALKER - O Fantasma cibernéticoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora