DETETIVE ENZO

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C A S S I E  A N D R A D E

Depois de ter sido deixada com cara de boba na calçada pelo meu próprio pai, voltei para casa em passos furiosos e Verônica estava encostada no batente na porta, aparentemente tão absurda quanto a mim em relação aqueles dois idiotas que nos deixaram sem nenhuma mínima explicação decente.

Passei por ela em silêncio e já ia subindo para o quarto quando ouvi Verônica me chamar.

— Cassiana!

Dei meia volta do quarto degrau da escada e segui a direção da voz da rainha.

— Vossa Majestade, quero dizer, oi?

Estagnei surpresa ao encontro Draco nos braços dela, com a língua para fora e aquela carinha de quem aprontou todas.

— Você conhece esse rapaz? — perguntou acariciando a cabeça peluda de Draco que apreciava, muito feliz por sinal.

— Eu posso explicar!

— Foi ele que fez aquilo com o jardim?

— Não! — disse depressa e sem pensar — Fui eu.

Verônica franziu a testa com a minha resposta e eu balancei a cabeça confirmando.

— Pois é estava com raiva. Raiva de tudo e destruir o jardim. Às vezes eu dou uma surtada dia sim e dia não. Você vai se acostumar.

Ela me lançou um olhar de descrença.

— Cassie...

— Ele é só um bebê! — justifiquei e acabei ouvindo uma manha a qual eu não ouvia há tantos anos na minha própria voz — Ele só estava brincando.

Verônica sorriu me entregando o filhote — Eu sei, meu bem, mas antes de trazê-lo para casa, sabe que devia pedir permissão para o seu pai ou a mim. — ela fechou os olhos respirando fundo — Ok, ok. Um problema de cada vez, certo? Primeiro resolvemos sobre o Enzo e depois falamos do cachorro.

Concordei balançando a cabeça com um sorriso, já estava me virando para subir,

mas ela me chamou de novo.

— Cassiana.

Eu desci e parei na sua frente.

— Esquece. Não precisamos arrumar mais um tribunal familiar por causa disso, né? E não tem como não se apaixonar por essa delícia. — disse acariciando a cabeça de Draco que estava no meu colo eu acabei sorrindo.

Olha, a rainha tem um coração mole.

— Qual o nome dele? — perguntou.

— Draco.

— Vamos ficar com ele, mas é claro você vai ter que arrumar a bagunça dele e fazer um cantinho confortável e uma cerca de verdade para proteger o meu jardim desse monstrinho fofo em crescimento. E é claro, me ajudar a arrumar o jardim. — impôs Verônica apontando para mim — Vou comprar o material para tudo isso agora e começamos ainda hoje.

Soltei o ar exasperada — Tá bom. É aquele ditado como dizia a Inês Brasil, né?

Verônica franziu a testa confusa — Que ditado?

— Vamos fazer o que?

• • •

Quando a Rainha da vara de família saiu para comprar os materiais de jardinagem, eu consegui finalmente subir para o meu quarto. Empurrei a porta com o quadril a fazendo bater levemente na parede. Depositei Draco na cama do Enzo e ordenei que ele ficasse quietinho. Segui até o meu lado do quarto, abri o notebook no meu rack e coloquei a senha me sentando na cadeira de rodinhas.

STALKER - O Fantasma cibernéticoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora