Capítulo | 3

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—Não quero que vá embora mais cedo por minha causa. – falei na porta do passageiro de seu carro de braços cruzados.
—Nem começa a discutir sobre isso porquê você sabe que vai perder.– disse seco, estava incomodado, sabia que estava, Dylan já me viu nesse estado, mas poucas vezes.
Finalmente entrei no carro depois de me dar por vencida, adentrando num silêncio 'ensurdecedor'. Não conseguia emitir palavra alguma. Ele colocou o cinto, mas não deu partida. Esperou pacientemente.
Não estava fazendo contato visual, mas sabia que ele estava me olhando e tentando com todas as suas forças desvendar o que está acontecendo sem me perguntar.
— O que está acontecendo?
—Você me acha atraente? – perguntei sem pensar como TUDO que eu fiz o dia inteiro, me arrependi quando vi seu olhar confuso.
—Por quê essa pergunta?? – Esse dia precisava acabar. Me mantive em silêncio, olhando pra frente, só queria minha cama...
—Claro que sim Lydia! – ele respondeu como se fosse um absurdo eu estar dizendo aquilo. – E por quê está chorando?– Só fui perceber que estava chorando por que Dylan disse. – Responda minhas perguntas! Não me deixe nervoso.– disse autoritário, mas com cuidado com as palavras, ele sempre agia assim quando eu chorava.
—Nathan...–respondi baixo, quase que num sussurro. Estava envergonhada...
—O quê que tem ele? – levantou as sobrancelhas como se não fosse nada.
—Eu estava conversando com ele. – sussurrei novamente...
—O quê que ele disse pra você? – seu olhar já se tornou bravo, sabia porquê quando ele fica nervoso a veia na sua testa saltava...
—Vou ter que responder essa? – perguntei incrédula, ainda estávamos longe de casa e argumentando no estacionamento da pizzaria, meu corpo ansiava por um banho.
—Escuta...– virou pra frente deu a partida.– Se esse cara, pela minha dedução disse que você não é atraente... Deus, como ele está enganado. – olhei pra ele com meus olhos cheios d'água, como uma criança que perdeu seu brinquedo preferido. Sinceramente não sentia que estava chorando, esse choro era de vergonha, por mim mesma ter feito esse papel, como já disse antes eu não era assim.
—Verdade? – a única resposta "coerente" que pude dizer.
—Lógico! Vamos comprar sorvetes e assistir alguns filmes. Não quero te ver triste. – não queria sorvetes, queria pensar nos meus atos sozinha...
—Eu n...
—Shhhhh... Se o resultado do teste saísse hoje. Faria questão de ir lá na casa dele agora e quebrar aquela cara dele que todo mundo ama. – disse com desdém. – Mas não posso arrumar briga. Ia se ver comigo aquele capitãozinho... – falou essa parte mais pra si mesmo que pra mim, porém eu simplesmente tentei deletar esse episódio de hoje da minha mente...

 – falou essa parte mais pra si mesmo que pra mim, porém eu simplesmente tentei deletar esse episódio de hoje da minha mente

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Acabou sendo como nos velhos tempos. Ele passava na casa dele, avisava sua mãe, pegava os sorvetes de emergência em sua geladeira, alguns filmes e corria pra minha casa. Sempre que entrávamos em alguma briga ou algo acontecia triste fazíamos isso quando crianças, tem um tempo desde a última vez que nos reunimos assim.
Já são 00:28 e estou deitada em seu colo do meu melhor amigo recebendo carinho. Ele é sempre muito atencioso quanto a esse tipo de situação.

Estou cheia de sorvete e recebendo carinhos, quem é Nathan mesmo?

—Obrigada Dyl. – disse baixo, precisava agradecer... Além da minha família, ele era tudo que eu tinha.
Parecendo ler meus pensamentos ele empurrou me fazendo sentar no sofá, nem tive tempo de raciocinar direito e recebi um abraço forte.

O Preço da Amizade.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora