dez.

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Capítulo dez.

       Segundo David, Kai já havia saído do hospital. Eram quase oito horas da noite e estavam todos sentados em volta da mesa para jantar. Incluída estava Sophie que, nos últimos dias, tem jantado fora.

        Astrid não prenunciou nenhum vocábulo focando-se apenas nos assuntos que eram discutidos pelos familiares. David contava o quão bem se estava a sair no seu emprego. Era engenheiro numa pequena fábrica ali perto e, segundo as suas palavras, estava contente por lá trabalhar e o seu salário era maior do que o que esperava. Theresa exibiu o quão orgulhosa estava dele e no que se tornou e sorriu-lhe. Já a outra rapariga fazia questão de realçar a beleza de umas peças de roupa que havia visto numa montra. Astrid rolou os olhos ao ver a forma como a rapariga falava para a mãe quase a pedir-lhe para que lhas comprasse. O que, como sempre, funcionou e a mais nova quase saltou ao ouvir a mulher a dizer que queria muito ver como eram essas tais roupas.

        Assim que acabaram de jantar David fez a questão de interrogar a irmã se ela o queria acompanhar mais uma noite. A de cabelos castanhos aceitou rapidamente o convite e antes de poder sequer virar as costas em direção para o seu quarto ouviu o seu nome.

        - Querida, achas que me podes ajudar aqui a levantar a mesa? – Astrid enrugou a testa com a questão da mãe. Ela nunca lhe pedira ajuda para tal.

        Contudo, a de olhos verdes fez o que a mais velha lhe pediu. Pegou nos pratos brancos que estavam sobre a mesa e colocou os restos de comida no caixote do lixo.

        - Então como têm corrido as aulas? – a mais nova pousou os copos sobre a bancada.

        - Bem, acho. – o olhar de confusão de Astrid não passou despercebido para nenhuma das duas, mas a mulher pareceu perceber que a filha não estava com disposição para uma conversa porque não lhe questionou nada mais.

        Assim que a toda a louça já se encontrava dentro da máquina de lavar Astrid apressou-se em se preparar. David estava no sofá focado em algo que passava na televisão.

        - Divirtam-se. – o grito da mais velha foi ouvido quando os dois irmãos fecharam a porta principal.

        O suor presente nas mãos de Astrid era limpo constantemente às calças de ganga que ela vestia. Nunca se vira tão nervosa como no momento e não conseguia achar a verdadeira razão. Na sua mente nada pairava durante um minuto e David pedia-lhe constante que se acalmasse porque tudo iria correr bem. Tudo o quê?

        Assim que bateu a porta do carro sentiu os braços do irmão a rodearem-lhe os ombros, mantendo-a perto, e um pequeno beijo fui depositado na sua têmpora.

        - Ele provavelmente não vem, tu sabes disso? – a rapariga apenas anuiu. Sabia que ele havia saído do hospital há poucas horas e as probabilidades de ele estar presente eram muito pequenas, menores que 5%. – E muito sinceramente, - começam ambos a caminhar – não sei o que viste nele, eu pinto muito melhor. – David terminou e fingiu puxar os cabelos longos - inexistentes - para trás das costas. A de cabelos escuros apenas abanou a cabeça com a atitude do outro e suspirou ao pisar a tijoleira do edifício.

        Astrid não via Layla, John nem Liam ali o que significava que, ou eles tinham chegado cedo ou então os outros estavam atrasados. Não colocou a hipótese de eles não virem, porque tinha ouvido o irmão a falar com Liam (ou seria o John?) e a despedir-se com um «Até logo».

         - Vais ficar aqui?

         A rapariga olhou para o irmão e depois sentou-se num pequeno banco ali perto – Eu acho que sim. – ele apenas anuiu.

SUPORTAWhere stories live. Discover now