03 - Métodos de aproximação

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"Ele mandou você se afastar? Tipo, mandou?" sua irmã estava intrigada.

"Sim. Mandou. Autoritário e tudo mais. Nunca nenhum ômega levantou a voz pra mim ou agiu daquele jeito. Mas ele fez com a maior naturalidade do mundo."

"Isso é estranho." sua mãe ômega comentou intrigada. Mesmo nos seus momentos de raiva ela era incapaz de levantar a voz para Des. Biologicamente incapaz. Só conseguia ter domínio sobre os filhos, pois esses saíram de seu ventre e também, pois eles a amavam e respeitavam.

"Ele não gosta de você então?"

"Des!" Anne repreendeu o marido que deu de ombros.

"Por enquanto." Harry disse convicto. "Ele deve ter algum trauma com alfas, eu sei lá, só preciso que ele ceda um pouco e me conheça melhor."

"Hm, tudo bem, então." Anne deu de ombros, apesar de achar a situação estranha. "E já sabe como vai fazê-lo gostar de você? Se ele tem essa resistência com alfas não vai ser nada fácil."

"Já estou com dó do rapaz." Gemma comentou risonha. "Você vai infernizar a vida dele, não vai?" a alfa mais velha conhecia bem o irmão, quando ele queria algo era insistente ao máximo.

"Filho, se quer uma dica, não force as coisas, ok?" Anne opinou. "Ser ômega pode realmente ser complicado, a gente tem isso de ser sentir inferior às vezes, então é importante que você trate ele de igual pra igual. Força pode até te fazer ter algo, mas só gentileza te faz realmente conquistar."

Des sorriu com a delicadeza da esposa. Sabe tudo que ela teve que relevar para poderem ficar juntos. Os surtos de raiva e ciúmes de um alfa original podem ser realmente complicados.

E para Harry a situação não era das mais fáceis. Além de ele ser um alfa original, que tem momentos em que as emoções tomam conta de si, Louis não facilita em nada as coisas. Se depender da personalidade dos dois eles ainda bateriam muito de frente. E como o interesse vem do Styles, seria ele o primeiro a ter de “ceder”.

*

Na manhã seguinte Styles saiu cedo de casa, passou em uma Starbucks antes de dirigir para a universidade. Comprou dois frappuccinos de caramelo. Um pra si e um para Louis.

Ele tinha pensando mil vezes no que sua mãe falou. O lance da gentileza. Repetia pra si mesmo “controle-se, seja gentil, controle-se, seja gentil”. Então ele pensou em agradar o ômega com seu café preferido. O procurou apreensivamente pelos corredores, pensando se o ômega já tinha tomado café, se o recusaria debochadamente, se estranharia por ser seu sabor favorito, se, se e se. Harry estava quase pirando.

Mas a verdade é que aquele era um dia de sorte para o alfa. Louis havia chego atrasado, o que não era raro. Seu despertador não tocou, ou ele estava muito sonolento quando apertou em desligar ao invés da função soneca que o deixaria dormir mais cinco minutos antes do despertador tocar novamente. O ômega saiu correndo de seu apartamento, porque ele era um maldito pobre que não tinha nem uma bicicleta e tinha de ir andando para os lugares. Palavras de sua mente mal humorada.

Ele vestiu a primeira coisa que viu, o que resultou em sua calça skinny preta com rasgos nos joelhos, toms brancos e uma blusa moletom verde da adidas. Sem blusa por baixo. E ele se esqueceu de colocar a gargantilha e as pulseiras que sempre usava. Seu cabelo estava uma bagunça. Ele se sentia uma bagunça completa. O cabelo, o quarto, a vida.

Não comeu nada de manhã e chegou ao seu armário indo direto conferir as aulas que teria no dia, se teria algum trabalho ou prova. Por sorte hoje era um dia tranquilo. O garoto estava tão atordoado com a correria da manhã que nem viu o alfa se aproximar.

Originals ⚜ abo ⚜ l.s. {incompleta}Where stories live. Discover now