Capítulo 18 - Fim da linha

Start from the beginning
                                    

Há alguns segundos atrás, Keylli não tinha certeza dos sentimentos de Edu por ela. Que Ramon a amava, ela sabia e recebeu prova disso quando o rapaz decidiu esperá-la. Quanto a Edu... Ela teve dúvidas, mas agora já não tinha mais. Ela precisava estar certa de tudo, para não tomar nenhuma decisão precipitada.

— Mas e você? Sente o quê? – ele se aproximou ainda mais.

— Eu não sei Edu... Ainda não sei. – ela encolheu os ombros. — Por isso me afastei de vocês e... Te peço que me entenda.

Com o coração apertado, Edu assentiu e afastou-se um pouco dela.

— Claro que eu te entendo. O tal do Ramon não sabe que você está dividida entre eu e ele, sabe?

— Claro que não! – Keylli arregalou os olhos. — Não tive coragem de contar pra ele.

— Não vou te pressionar, Key. Vou te deixar livre para decidir aquilo que for melhor pra você.

— Muito obrigada!

Ambos mantiveram a relação que tinham antes de se beijarem no acampamento. Tratavam-se como amigos, e os chamegos de namorados, só rolavam na presença de seu Mauro.

Passou-se o tempo, e chegamos ao décimo primeiro mês de "namoro".

Era noite de sexta-feira. Por volta das 19 horas, Ramon foi ao trabalho de Keylli e para sua alegria, a moça estava lá.

— Ramon, o que faz aqui? – Keylli perguntou nervosa, ao encontrá-lo na portaria do prédio.

— Que carinha é essa? – Ramon aproximou-se colocando a mão em seu rosto.

— Não é nada, só estou um pouco resfriada e com dor de cabeça. – Keylli explicou com a voz fanha.

— Então... Vou deixar você descansar.

— Não, tudo bem. Podemos conversar. – afirmou. Ela sentia muita falta de Ramon, já que o afastou demais.

— Tem certeza, amor?

— Não estou morrendo. – ela riu.

Keylli sentou-se com Ramon na escadaria do prédio onde ela trabalhava.

— É Key, hoje já faz onze meses. Mais um mês e acaba seu trato com aquele playboyzinho.

Ela concordou meio desanimada, pois sabia que estava chegando o momento de sua grande decisão.

— É... Já está acabando.

Percebendo o desânimo da namorada, Ramon perguntou atônito: — O que foi, amor? Não está feliz?

— Sim, claro. Estou radiante! – ela respondeu forçando um sorriso, tentando disfarçar.

— Eu também. Não vejo a hora de ficarmos juntos sem problemas.

— Vai ser muito show.

Keylli conversava com Ramon, sem nenhuma empolgação aparente.

— Tomara que passe bem rápido esse mês, mas já que é o último, vai demorar. – lamentou o rapaz pegando em suas mãos.

— Não vai não. Se um ano passou depressa, infelizmente um mês não vai demorar. – Keylli abaixou a cabeça entristecida.

— Infelizmente? – pasmou-se, olhando para a amada.

— Digo, felizmente. – ela se retratou, controlando o nervosismo.

— Key, você está indiferente. Parece desanimada.

— Ah, não estou não, é impressão sua. Estou tão empolgada quanto você. – Keylli forçou outro sorriso, se explicando: — Eu estou desanimada de cansaço, trabalhei muito hoje e misturando com esse resfriado, ficou pior. – ela disse, limpando o nariz com um lencinho.

— Menos mal. Não sei o que eu faria se você desistisse de mim pra ficar com aquele cara metido.

O rapaz a abraçou, e ela ficou sem saber o que fazer. Naquele momento, o seu coração batia mais forte por Edu. Sentiu que preferia estar nos braços do playboy, mas também não queria perder os carinhos de Ramon.

Ramon acariciou carinhosamente seus cabelos e aproximou-se para beijá-la, mas ela virou o rosto e disse: — Não, é melhor não! Estou resfriada e posso passar o vírus pra você. Nunca ouviu falar disso não?

— Sim, mas eu não me importo.

— Mas eu sim, Ramon. Ficar espirrando toda hora é muito nojento. – Keylli concluiu, fazendo cara de asco.

— Eu não concordo com você, mas tudo bem. – ele coçou a cabeça confuso. — Vamos guardar esse beijo pra quando você estiver melhor.

— Ótima ideia. – Key sorriu, se despedindo. — Agora eu tenho que ir, lembrei que deixei uma panela no fogo. Tchau!

Ela se levantou e entrou no prédio, enquanto o pobre do rapaz ficou só olhando sem entender nada.

Ramon não era bobo, se negava a acreditar, mas sabia que Keylli o escondia alguma coisa importante.

Naquela mesma noite, Edu conversava com Giovanne enquanto jogavam boliche num shopping.

— Noite de sexta... Você não deveria estar com sua namorada? – perguntou Giovanne.

— Ela não está se sentindo muito bem, e disse que queria dormir. Mas sabe Giovanne, eu e a Keylli estamos nos dando tão bem, que mesmo com esse lance de "tempo", eu acho que os meus dias de pegador acabaram.

— Tá gamadão hein, mano. – Giovanne disse arremessando uma bola, derrubando apenas três pinos.

— Nunca gostei de ninguém assim. – os olhos de Edu brilharam. — Já disse pra ela que a amo.

— Mas como assim seus dias de pegador acabaram?

— Pretendo pedi-la em namoro. – Edu sorriu.

— Ok, mas... Será que ela vai aceitar? Se esqueceu da existência do tal de Ramon?

— Não esqueci. Fiz simplesmente o que você disse, a conquistei.

— Tem certeza?

— Absoluta! – o playboy falou com segurança. — Depois daquele acampamento, sinto que tudo mudou entre nós, mesmo ela insistindo em se manter afastada. Ela me olha diferente e isso não estava nos planos. A Keylli não está confusa, apenas tem medo de expor sua escolha.

— Eu nunca te vi assim, vidrado numa garota. – Giovanne bateu em seu ombro. — O que essa mina te deu?

— Não sei explicar. – Eduardo suspirou. — Com ela eu me sinto uma nova pessoa. Um Edu que eu não conhecia.

— Acredite, nem eu.

Eles sorriram e continuaram jogando como se não estivessem lá, pois essa conversa os levava para longe dali, principalmente Edu.

Tudo é mais fácil quando existe amor dos dois lados. Entretanto, será que esse amor irá resistir á tantas mentiras? Mas esse sentimento é tão forte...

Meu Conto Não é de Fadas - 2° Edição - COMPLETOWhere stories live. Discover now