Meu Conto Não é de Fadas - 2° Edição - COMPLETO

Capítulo 14 - pt. 02

(Giovane na foto)

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Na noite daquele mesmo dia, Eduardo conversava com Giovanne numa das salas de sua mansão, enquanto jogavam game sentados no chão que estava coberto com um macio carpete preto. Mas eles não estavam se importando nada, nada, com o jogo.

— Tive uma discussão feia ontem com meu velho. - pronunciou-se Edu.

— Por causa do tal jantar? – perguntou Giovanne pressionando um dos botões do joystick.

— É. – afirmou fazendo o mesmo gesto.

— Cara, isso está rendendo. E como foi com a sua namorada hoje?

— Mais ou menos. – Eduardo mordeu os lábios, apertando os olhos e fixando-os em direção à televisão.

— Isso não é bom.

— Tivemos uma breve discussão.

— Você agora discute com geral! – Giovanne desviou seus olhos do jogo, se voltando para o amigo. — Foi por causa de quê?

— Porque ela contou pro tal do Ramon que nosso namoro é um trato. – Edu largou o joystick na mesa, aparentemente ainda irritado com a confissão da moça.

Giovanne que não pegou o espírito da conversa, comentou como se isso fosse normal:

— Ela confia demais nele, né? Pra contar tudo...

O playboy é claro, deu uma sacudida no melhor amigo.

— Acorda Giovanne! Não é confiança. O problema é que eu tô bancando o otário. – esbravejou inconformado. — Quando finalmente decido namorar, a namorada é comprada.

— Desde quando ser fingido não é uma característica sua? – ele abriu um sorrisinho, esquecendo o jogo de vez.

Eduardo se irritou um pouco com esse comentário.

— Aff, não vou dizer mais nada. Está impossível conversar com você hoje.

— Se acalma Edu, você que está tenso demais. – Giovanne deu-lhe um tapinha na nuca. — Aí fica achando que está todo mundo errado, e só você está certo.

— Estou de cabeça quente. – ele pôs os joelhos junto ao corpo e disse cabisbaixo: — A Keylli não para de falar no Ramon.

— E qual é o problema? – Giovanne perguntou desconfiado, erguendo as sobrancelhas.

— Ela disse que depois de cumprir um ano de namoro comigo, vai voltar com ele. – abriu o jogo se mantendo na mesma posição.

— E você estará livre. Não é isso o que quer?

— Tá, mas ela bem que podia esquecê-lo um pouquinho. – ergueu a cabeça, encarando Giovanne.

— Por quê? Tá com ciúmes, é? – provocou o amigo.

— Não, nada a vê. – negou revirando os olhos.

— Eu te conheço, Edu. Posso jurar que você está caidinho por essa mina. – o apontou dando uma risadinha.

Sem ter mais o que dizer, Edu por fim admitiu: — Nunca senti isso por ninguém.

— Ah, eu sabia! - vibrou Giovanne sacudindo o próprio braço, como se estivesse comemorando uma vitória.

— Que coisa! Eu não paro de pensar nela, e nem quero pensar no final de um ano. O que está acontecendo comigo, Giovanne? – Eduardo passou as mãos pelos cabelos, desacreditado no que sentia.

— Você está apaixonado, meu filho. E paixão gera ciúmes.

Edu estava meio sem jeito, já que se apaixonar por alguém era novidade para ele.

— É, eu tenho que admitir. Eu estou louco de ciúmes dela com aquele lá. – disse irritado fazendo pouco caso de seu adversário no amor.

— Quer um conselho? Mergulha fundo nessa paixão. Ela vale a pena. – aconselhou Giovanne.

— Keylli não gosta de mim e deve me ver como uma prisão.

— Mas você tem uma vantagem. – sorriu otimista.

— Qual?

— Você vai ficar por um ano com ela, e em um ano, muita coisa pode acontecer. Como por exemplo, ela pode parar de pensar no idiotão e se render a ti completamente apaixonada.

— Legal, mas como eu faço para mantê-la longe dele? – o playboy interessou-se nesse assunto, fitando os olhos no amigo.

— Isso é bem provável que você não consiga, então... Vai ser no mano a mano. Conquiste-a a ponto de deixá-la tão vidrada em você, que ela não vai querer saber mais nada dele.

— Mas primeiro temos que esquecer que isso é um trato, o resto deixa comigo. - afirmou Edu confiante.

— Esse é o espírito da coisa. - apoiou Giovanne.

Após essa conversa, aí que eles notaram que já tinha até acabado o jogo.

— Caramba, nem vi quem ganhou.

— É claro que fui eu. Esqueceu que você nunca me vence? – gabou-se Giovanne, convencido.

— Ah tá, sonhar faz bem...

— Você que o diga né, Edu?

E eles ficaram assim, um zoando o outro na maior descontração por um bom tempo.

Mas o grande pegador Edu, agora está apaixonado pela Keylli? Que surpresa mais fofa!

Depois de um tempo papeando, Giovanne foi embora. Edu por sua vez, foi pro seu quarto e sentiu tanto a sua consciência pesar, que foi ao quarto de seu pai conversar com ele.

Mauro estava deitado em sua cama lendo um livro, quando Edu bateu na porta. O senhor sentou-se na cama e autorizou: — Entre!

O playboyzinho entrou e perguntou bastante sem graça: — Oi, pai. Tem um tempo pra mim?

Mauro o olhou com um sorriso e respondeu: — Claro, meu filho! Pra você, eu sempre tenho tempo.

Edu sentou-se na cama ao lado dele, e foi logo se desculpando: — Pai eu... Sinto muito pelo que aconteceu. Não era minha intenção falar com o senhor daquela maneira. – ele mordeu os lábios controlando a emoção. — E eu não estou aqui pedindo perdão por medo de perder a herança, eu estou arrependido de verdade. Me perdoa?

O rapaz pronunciou essas palavras olhando para seu pai, mas não fixamente.

Mauro se emocionou, segurou levemente a mão de Edu e falou num tom carinhoso: — Filho, eu te amo e te entendo. Você teve um momento de estresse e a culpa foi minha, eu não deveria ter permitido que falassem de você daquele jeito.

— O tempo todo o senhor só quis me ajudar, mas eu não soube reconhecer. – abaixou a cabeça concluindo: — Sou mesmo um péssimo filho, desculpe por fazer o senhor ter esse desgosto.

Pai e filho estavam emocionados com esse diálogo. Mauro vendo o sentimento de culpa que o filho carregava, o consolou: — Como você não existe. Você é único. Eu disse tudo aquilo, porque você conseguiu me tirar do sério, mas eu te amo assim e não mudaria nada em você. Não importa o que os outros dizem e pensam.

Edu se sentiu bem melhor ao ouvir isso e finalizou: — Te amo, pai! Obrigado por tudo!

Snif! Eles se abraçaram e fizeram as pazes. Que lindo! Agora sim pareciam pai e filho.