Capítulo 5 - Ramon

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Capítulo V

Ramon

Keylli andava pela rua com uma listinha de compras na mão. Caminhava distraída conversando com a lista em voz alta: — Leite condensado, creme de leite, farinha de trigo... Espero encontrar tudo no mesmo lugar.

Em sua direção vinha Letícia (a jovem que ajudou Keylli a encontrar o endereço do trabalho) acompanhada por um rapaz moreno, alto, forte e bonitão de cabelos castanhos repicados. Keylli estava tão distraída que só viu Letícia, quando essa a cumprimentou.

— Oi Keylli, tudo bem?

A moça levantou o rosto rapidamente e respondeu entusiasmada: — Oi, comigo está tudo ótimo e com você?

— Também! E aí, conseguiu o emprego?

— Consegui sim e estou me saindo muito bem.

— Que bom!

O rapaz que acompanhava Letícia, se sentiu incomodado por estar sobrando na conversa e cochichou no ouvido dela: — Priminha, eu estou aqui.

Foi aí que ela se tocou de que nem o apresentou para sua nova colega.

— Ah é, como sou distraída. – Letícia deu um tapinha na própria testa. — Keylli, esse é o meu primo Ramon. Ramon, essa é minha colega Keylli.

— Oi Ramon, muito prazer.

— Prazer!

Eles se cumprimentaram com um aperto de mãos. Ramon fitou os olhos na linda moça, sem conseguir disfarçar que sentiu certo interesse por ela. Notando isso, Key ficou um pouco desconcertada e se despediu.

— Gente, agora eu tenho que ir.

— Tudo bem. – sorriu Letícia percebendo os olhares trocados pela colega e o primo.

Eles sorriram um para o outro, e Keylli abaixou a cabeça com o rosto um tanto corado. Despediram-se com um aceno e cada um seguiu seu rumo.

No mercado, Keylli colocou numa cesta todos os produtos que constavam na lista. Ao fim de suas compras, deparou-se com uma enorme fila para o caixa. O estabelecimento estava bem cheio. Depois que concluiu sua tarefa, tratou de retornar logo ao trabalho.

Porém, no caminho de volta, esbarrou com Ramon. Sem Letícia.

— Oi de novo... – sorriu o rapaz.

— Oi! – Keylli abriu um sorriso.

— Estamos nos encontrando muito para um dia só, não acha?

— É, tem razão... – a jovem colocou os cabelos por trás da orelha.

— Se incomoda se eu te acompanhar até em casa? – Ramon perguntou gentilmente.

— Não, claro que não. – Key sorriu animada, e os dois caminharam lado a lado, até o destino da moça.

Ramon era um rapaz bem na dele, mas com Keylli em sua frente, o jovem não se segurou e perguntou: — Você tem alguma coisa pra fazer hoje à tarde?

Key ficou surpresa com essa atitude tão direta de Ramon, pois não tinha nem uma hora que haviam se conhecido. Mas como o achou muito lindo, respondeu um pouco retraída:

— Não. Hoje é sábado, só trabalho até às 15h.

O rapaz sorriu e logo emendou outra pergunta: — E você por acaso... Aceitaria sair comigo?

Antes que a moça pudesse responder, ele justificou sua atitude: — Só como amigos... A Letícia me disse que está aqui a pouco tempo, então acho legal você tentar se fazer amizades.

Meio sem pensar direito, Keylli concordou: — Claro, preciso mesmo fazer amigos nessa cidade tão enorme.

— Então está marcado? – o rapaz perguntou sorrindo.

— É, está. - Keylli respondeu um pouco indecisa e sem jeito.

Com um sorriso galanteador, Ramon acertou os últimos detalhes do tal passeio: — Posso te buscar em casa?

— Pode sim. – com coração um pouco acelerado, Keylli concordou.

— Às 16h está bom pra você?

— Está ótimo! Eu moro aqui. – a moça apontou para o prédio.

— Somos vizinhos. – o rapaz deu uma piscadinha. — Então até mais tarde gatinha.

— Até. - Keylli acenou e entrou.

Ramon era um rapaz de 22 anos que não gostava de aventuras, esperava pacientemente por seu grande amor. Esse seu comportamento incomodava á algumas garotas que suspiravam por ele. Se ele não estivesse a fim, não tinha nem conversa, oferecia apenas sua amizade.

Daí, vocês concluíram né? Se ele chamou Key para sair, é porque realmente se interessou na moça, já que era um carinha lindíssimo, que tinha o coração difícil de ser conquistado.

Em menos de dez minutos, Keylli conseguiu um encontro. Aceitou porque além de ficar encantada com a beleza do rapaz, o achou super simpático. Já que estava na cidade sozinha, trabalhando o dia inteiro, por que não dar uma chance ao coração? Afinal, não tinha nada a perder. Por essa ela não esperava mesmo.

Meu Conto Não é de Fadas - 2° Edição - COMPLETOWhere stories live. Discover now