Capítulo 15 - Pt. 03

174 17 1
                                    


(Keylli na foto)

XXXXXXX


No dia seguinte, Keylli foi á casa de Ramon, fazer alguns esclarecimentos. Ele a recebeu com um beijo e eles se sentaram numa rede que ficava na varanda.

— Não esperava você aqui á essa hora, amor.

— Ramon, nós precisamos conversar. – ela disse seriamente.

— Não me deixa nervoso... O que houve?

— Vamos dar um tempo... Não podemos ficar aparecendo juntos em público.

— O tal do Eduardo que te pediu isso? – Ramon perguntou um pouco irritado.

— Não só por ele, mas... O que irão dizer de mim? Que eu saio com dois ao mesmo tempo. Ninguém sabe que entre mim e o Edu existe um trato.

— Você está certa... – concordou cabisbaixo. – Não vou atrapalhar sua vida.

— Ramon... - ela ficou sentida, por perceber que ele ficou um pouco entristecido com essa decisão.

— Eu te entendo Key, não se preocupe comigo. – a beijou na testa. — Quando enfim pudermos ficar juntos, quero ter você só pra mim.

Eles se abraçaram, e Keylli começou a sentir-se confusa quanto aos seus sentimentos.

Além de ter tomado essa decisão por não querer parecer uma garota qualquer que fica com dois caras de uma vez, Keylli também teve outro motivo: Sentiu-se mal por ter mentido para Edu.

Os dias passaram, passaram, passaram e enfim, chegou o final de semana. Oba! Dia de pescar e acampar.

Era bem cedo quando Mauro, Edu, Keylli e Giovanne partiram rumo à floresta. (Giovanne? Ele mesmo. Como não se desgrudavam, Edu arrumou um jeito de levá-lo junto) Aff! (risos).

E lá foram eles na pick-up do Seu Mauro, muito animados cantando músicas de escoteiro. Os três jovens foram sentados no banco de trás e Seu Mauro, que havia dispensado o motorista, dirigia atentamente.

A música que o trio cantava era mais ou menos assim:

"Floresta verde, céu azul, lá vamos nós.

Seguindo o líder a cantar em uma só voz.

Acampamento é o momento pra com a natureza interagir;

sentir a brisa, ouvir ruídos e deixar fluir.

A ordem é curtir, que maneiro!

Vamos juntos escoteiros."

Eles cantavam bem empolgados, e Giovanne comentou: — Eu amo essa música. Lembra, Edu? A gente sempre cantava nos passeios da escola.

— Como eu poderia esquecer? Foram bons momentos.

Keylli também participou da conversa: — Passeios com a turma da escola são sempre inesquecíveis.

Seu Mauro os interrompeu num tom divertido, olhando-os pelo retrovisor frontal: — Querem parar de relembrar a infância? Eu me sinto velho.

Todos deram risadas. A viagem demorou mais ou menos uma hora e meia.

Ao chegarem á floresta, o grupo se acomodou e armou as barracas de camping. Depois, Mauro fez um convite à turma: — E aí, galera! Vamos pescar?

Edu e Giovanne responderam prontamente: — Vamos!!!

— E você, Keylli? Não vem com a gente?

— Agora não, sogrinho. Eu prefiro ficar olhando vocês daqui.

Edu tentou convencê-la: — Vem, amor. Vai ser legal.

— Prometo que vou na próxima.

Os rapazes foram pescar com Mauro, enquanto Keylli forrou uma canga na grama e ficou lá deitada lendo um livro.

Para pescar, os moços entraram num bote inflável, com equipamentos de pesca e foram para o meio de um lago de águas escuras, porém limpas. Eles estavam apenas de bermuda, exibindo um belo tanquinho. Até seu Mauro estava em forma.

— Vamos apostar quem pesca mais peixes? - sugeriu Mauro.

— Tô dentro. - concordou Edu.

— Eu até gostaria, mas... Está muito calor e eu prefiro nadar.

Giovanne deu um grito: — Uhuuuu!!!!! - e se jogou no lago.

— Sobramos só nós dois. - disse Mauro.

— Isso está um verdadeiro passeio pai e filho. - Edu comentou e eles sorriram.

— Aê, pessoal! Tô com sede... Vou pegar um refri, algum problema?

Giovanne era consideravelmente da família.

Edu cheio de graça, respondeu: — Problema seria se você me pedisse para pegar e a resposta seria...

Edu e Mauro se olharam e falaram juntos: — Não!!!

— Edu, você fica um saco quando está com seu pai.

Eles caíram na gargalhada.

Giovanne saiu do lago, foi até uma caixa de isopor pegar o refrigerante e aproveitou para conversar com Keylli que permanecia deitada de bruços lendo um livro.

Ele sentou-se ao seu lado e perguntou: — E aí, Keylli. Tudo na paz?

— Muito na paz. Por que desistiu de pescar? – tirou os olhos do livro, voltando-os para o rapaz.

— Porque o Edu e o pai estão tendo um momento juntos.

— O engraçado é que o Edu disse que antes, nunca se deu bem com o pai.

Giovanne arregalou os olhos e contornou meio engasgado: — Ah, é... Nunca se deram bem mesmo, mas meu amigo com aquele bom coração que tem, sempre se rende e tenta se aproximar dele. Sem contar que o Seu Mauro mudou da água para o vinho, depois que você entrou na vida do Edu.

— Que bom que eu estou conseguindo ajudá-lo. O Edu é mesmo um bom filho.

— Edu é... Não tenho palavras para descrevê-lo. É a pessoa mais sincera que eu conheço e dá até pena saber que o namoro de vocês é um trato. Se combinam tanto...

Tava na cara que Giovanne estava tentando "vender o peixe" do amigo.

— Impressão sua! Temos relacionamento de amigos, não temos nada a ver um com o outro. - cortou a moça.

— Entendo, gata, mas ele leva isso tão a sério que você se tornou muito especial pra ele.

— O que você quer dizer? – ela o encarou desentendida.

— Quem vai dizer são vocês, com o tempo...

— Eu e o Edu não...

— Não precisa dizer nada. Ouça o coração.

Junto com Edu, Giovanne era um bobalhão, mas quando estava sozinho, sabia falar bonito.

Após essa conversa, Giovanne voltou para o lago e Keylli ficou pensativa.

Meu Conto Não é de Fadas - 2° Edição - COMPLETOWhere stories live. Discover now