Are Things Better Now?

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A cabeça de Luke latejava, seus olhos ardiam e seus lábios estavam rachados e sangrando. Ele estava na mesma posição a, pelo menos, quinze horas. Seus pensamentos voltados às Olimpíadas e também a Michael. Ele não sabia o que fazer, ele não sabia o que sentir. Ele sabia que o que ele havia feito era errado, era péssimo, era mesquinho, arrogante e tudo que todas as pessoas o acusavam, não meramente, de ser.

Michael delirava de febre, sentia seu corpo ser acariciado levemente por Luke. Os longos dedos do loiro passando por sua pele com carinho. Seu corpo estava leve, suas pálpebras pesadas, seus lábios, machucados pela temperatura elevada de seu corpo, colados uns nos outros. Seus sonhos eram completamente fora de orbita, eram delírios de uma vida que ele queria ter ou pensava que poderia ter.

Ashton se mantinha firme ao lado da cama de Michael, preocupação era o que o definia. Quando ele sairia daquele quarto de hospital horrível, mal cheiroso e depressivo? Quando ele poderia finalmente levar seu bebê para casa? O que ele poderia fazer para que Michael voltasse com o sorriso que Luke havia quebrado? Eram tantas perguntas, tantas duvidas que rondavam sua cabeça que ela doía.

Calum andava de um lado para o outro a passos largos e rápidos. Sua mente dando-lhe uma bronca obscena por ter colocado seu melhor amigo, seu irmão trancado em um apartamento junto com aquele maluco. Ele pensava que Michael pudesse mudar Luke, mas ele estava engando. Luke era quem havia mudado Michael. Luke havia transformado Michael em um poço de tristeza, mas era uma tristeza tão bonita, tão incrivelmente hipnotizante que ele havia se assustado, que sua culpa havia aumentado mil vezes mais.

O mundo era mais escuro para aqueles quatro, cada um com seus medos, preocupações. E as horas passavam lentamente, como se fossem anos. Eles só queriam que o tempo voltasse e eles pudessem refazer tudo que haviam feito de errado naquele mês.

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Finalmente havia chegado à véspera do dia da competição. Michael havia saído do hospital e parecia novo em folha, mas todo mundo ali sabia que ele estava quebrado por dentro, destruído pela memoria de Luke com a ruiva e pelos delírios de sua mente febril naquele hospital. Luke havia cuidado de sua aparência, tentando parecer saudável de novo, ele havia conseguido, mas ainda estava isolado em seu mundinho de autodestruição.

No fim nada realmente havia mudado, nenhum dos dois estava melhor, nenhum dos dois queria estar do jeito que estavam. Michael queria não sentir nada, enquanto Luke queria sentir alguma coisa. Michael queria não pensar em nada, enquanto Luke queria pensar em qualquer coisa. Michael queria ficar longe, enquanto Luke queria ficar perto. Michael queria jogar tudo fora e voltar ao conforto de sua vidinha em Paria, enquanto Luke queria sair fora de sua zona de conforto e deixar com que o moreno bagunçasse sua vida como ele bem entendesse.

Eles queriam coisas diferentes, mas todo mundo ao redor sabia que seus desejos expressavam a mesma coisa: dor. Os pensamentos só levavam a um lugar: a eles mesmos, a Luke+Michael, aos dois corpos juntos, se movimentando juntos, se fundindo mais uma vez. Mas Michael estava com medo de se machucar e Luke estava com medo de fazer alguma coisa para machuca-lo.

Os dois sabiam que não chegariam a lugar nenhum sem tentar, só que era difícil. Talvez para as pessoas ao redor deles fosse apenas uma bobagem, mas não era. Só os dois sabiam pelo que estavam passando, só os dois sabiam o que era estava naquela situação que eles mesmos haviam criado. Era como estava sem ar e mesmo assim estar vivo.

– Michael? – Ashton entrou no quarto com uma badeja de café da manha para o irmão. – Toma.

– Eu...

– Você vai comer. Você acabou de sair do hospital.

– Ok. – por um tempo os dois ficaram em silencio, até que Michael terminou de comer tudo.

– Como se sente? Quer desistir de amanhã?

– Ashton, eu não vou desistir, eu não posso ficar me escondendo dele pra sempre.

– Você pode!

– Eu não quero.

– Ele não te merece.

– Eu sei.

– Você quer ficar com ele?

– Quero, mas eu não vou.

Ashton abraçou Michael quando viu seus olhos verdes se encherem de lágrimas mais uma vez pela milésima vez na semana.

– Vai ficar tudo bem.

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Krystal tentava a todo custo chegar até Luke, mas era impossível. O menino havia se trancado no quarto e só sairia dali quando fosse a hora da competição, ou se Michael gritasse seu nome, ou apenas aparecesse ali. Mas só se fosse Michael.

– Vamos lá, Luke. Eu e Thomas vamos fazer um jantar na casa da mamãe e quaremos você lá.

Thomas, aquele nome fazia o sangue de Luke ferver, ele queria matar aquele vadio que havia colocado merda em sua cabeça. Porém ele sabia que a culpa não era só de Thomas, a maior parte era dele e ele a carregava nos ombros com dificuldade.

Por fim, depois de ser ignorada, Krystal desistiu e foi embora se esquecendo de olhar o celular que tinha uma mensagem de Michael.

"Eu não quero defender o Luke, mas ele tá certo sobre o Thomas. Aquele verme tentou passar a mão em mim. Eu não gosto do Luke, mas eu gosto de você, então, por favor, pense muito sobre se casa com esse babaca."

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