Melting

Krystal

Luke não conseguia tirar os olhos da cena à sua frente. Michael e Ashton se abraçavam como se a vida deles dependesse daquilo. Luke viu quando Michael se sentou no colo de Ashton, que girava lentamente pelo rink, segurando o menos com apenas um braço. Seus rostos colados.

Os dois se separam e as expressões mudaram, como se não conseguissem ficar longe um do outro, até o jeito com que eles se separaram mostrava isso. Michael seguiu em frente e Ashton o seguiu. O mais baixo se virou e juntou sua mão com a de Ashton.

Os movimentos deles eram perfeitamente sincronizados e quando o loiro pegava Michael era com tanta delicadeza que parecia que ele estava flutuando e se alguém tocasse nele, ele iria quebrar em mil pedacinhos, bem ali, na frente de Luke. E Luke não queria que Michael quebrasse.

Aquela dança estava deixando Luke enjoado. Ele queria ir embora, mas não conseguia desviar os olhos de Michael, apoiado na perna de Ashton, Michael aproveitando cada toque, por menor que fosse de Ashton. Michael nos braços de Ashton.

Luke, mais uma vez se sentiu inútil, afinal ele e Michael treinavam a mais de uma semana e ele não conseguia segura-lo de um jeito sólido, de um jeito que ele não caísse. Mas olhe para Ashton, não precisou de um treino para que ele conseguisse fazer tudo que Luke não conseguia. E ele não poderia dizer que era porque Ashton estava acostumado com aquilo, porque ele sabia que não estava, sabia que o de cabelos encaracolados era medalhista de solo, e nunca havia nem ouvido falar que ele dançava com alguém.

Michael, por outro lado, se sentia seguro e feliz enquanto Ashton guiava seu corpo pelo gelo, tocava em sua pele com a paixão que seu pai tinha por sua mãe. Não, Ashton e Michael não eram apaixonados um pelo outro, nem queriam ter uma relação maior do que a de irmãos, mas aquela dança... Aquele dança era a dança de seus pais e tinha de ser feita do mesmo jeito que eles a fizeram anos atrás.

Ashton abraçava Michael e o deixava ser livre em seus braços, Michael fazia o que queria confiando em Ashton. Tanto que quando Ash o pôs em seus ombros ele fez o que sabia que nunca faria com Luke. Depois ele enrolou uma de suas penas na cintura de Ashton enquanto a outra apenas servia de apoio. Os dois deram as mãos e foi isso.

Ashton voltou Michael para o chão e beijou sua testa. Luke não havia se movido de onde estava e provavelmente não se moveria até que os dois fossem embora.

– Você tá bem?

– Uhum. Obrigado, Ash.

– Você sabe que eu sempre vou estar aqui não é?

– Sei.

– Vamos embora, já está tarde e amanhã nós dois treinamos.

– Eu tenho mesmo que ficar na mesma casa que ele? – Luke sabia que Michael estava falando dele e aquilo era ruim. Michael não queria estar ao lado dele, mas naquele momento ele queria estar ao lado de Michael.

– Não queria que fosse assim, princesa, mas...

– Eu não sei porque eu fui aceitar ser o parceiro dele.

– Porque você não consegue deixar uma pessoa sem ajuda.

– Preciso mudar isso em mim. – Ash e Mike começaram a rir e foram guardar suas coisas. Luke correu para ir embora, mas conseguiu ouvir Ashton dizer:

– À proposito, essa calça te deixou perfeito.

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Michael acordou com o som estridente da campainha. Levantou-se da cama e atendeu a porta coçando os olhos, como sempre fazia de manhã. Olhou para cima e viu uma loira de olhos verde claros, pele branca como neve, mas não pálida igual a sua e um sorriso bonito nos lábios.

– Bom dia! – a garota disse, um tanto feliz demais para aquela hora da manhã.

– Bom dia... Que é você?

– Meu nome é Krystal Hemmings, eu vim aqui ver o Luke, ele está?

Os olhos de Michael quase saíram pra fora de seu rosto. Aquela garota linda a sua frente era parente de Luke e era feliz daquele jeito. Como isso foi acontecer?

– Eu... Vou chamar?

– Obrigada!

Michael chutou a porta do quarto de Luke umas dez vezes até que o loiro saiu do quarto bufando e pronto para matar.

– QUAL É O SEU PROBLEMA, SEU IDIOTA?

– Tem visita, babaca.

– Oi, Lukey!

Luke olhou para cima e teve de segurar na porta para não cair. Fazia um ano desde que viu sua irmã pela ultima vez e ali estava ela, feliz como sempre, faltando sair coraçõezinhos e florezinhas pelos ouvido, boca e olhos.

– Krystal?

– Eu mesma.

– O que você tá fazendo aqui?

– Vim ver meu Maninho.

– COMO? – Michael engasgou com a água que estava tomando. – Você – ele disse apontando para Krystal – é irmã desse babaca?

– Oh! Sou sim! – ela riu um pouquinho. – E ele é um babaca mesmo. Lukey, como você pode ser malvado com uma pessoinha tão fofa como ele?

– Heim? Eu não tô entendendo mais nada. – Luke disse pondo a mão na cabeça e indo se sentar no sofá. Só então percebeu que sua irmã havia falado ELE ao em vez de ELA. – Como sabe que ele é homem?

– Quem confundiria? Tudo bem que ele tá de camisola, mas é meio obvio.

– Seu irmão confundiu... E mais um bando de gente.

– Meu irmão é um idiota. Como você chama?

– Michael!

– Ei, eu ainda tô aqui.

– CALA A BOCA, LUKE! – Michael e Krystal falaram ao mesmo tempo e o garota já havia gostado dela.

PS: EU TENHO A LEVE IMPRASSÃO QUE NÃO É MUITA GENTE QUE GOSTA DESSA FIC, MAS NÃO VOU PARAR DE POSTAR.