Me viro e vejo o Tayler sair do provador, o terno tinha caído como uma luva e destacava o corpo musculoso dele. Não tinha uma única mulher no recinto que não estava estancada no lugar olhando para ele, até os maridos de algumas olhava de rabo de olho.

- E então ? - ele pergunta sem perceber o que passava ao redor ou fingia não perceber.

- O que?

- Ficou bom?

- O que? - pergunto feito uma retardada.

- O terno?

- Não sei, tanto faz - desvio o olhar dele e encontro o olhar da vendedora que me olhava como se eu fosse alguma marciana.

- O que achou? Você quer que eu passe vergonha ? Olhe que eu posso ir até sem roupa.

- Você não teria coragem

- Quer apostar? - o encaro e ele me encara de volta.

- Está ótimo. Satisfeito?

- Sim, já escolheu o seu?

Pego o vestido do chão, já que a vendedora ainda estava paralisada no mesmo lugar encarando o Tayler.

- Sim.

- Okay. Espere eu me trocar - e some novamente no provador.

- Senhorita? - a tal Eva do decote volta a vida - ele é seu namorado?

- Q-que ?

- Seu namorado ? Ou seu irmão ?

- N-não - gaguejo.

- Oh! Tá certo

Escutamos quando ele sai e entrega o terno a vendedora que já sabendo que não é nada meu volta a flertar com ele, dizendo que existia outra opções de terno e que ficaria muito feliz em mostrar. Ele olha para mim e move os lábios silenciosamente dizendo 'namorado?' e aponta para si mesmo.

Maldita maldição vampírica.

Entro no provador feminino para ver se o vestido ficava realmente bom. Me dispo e penso no que a vendedora perguntou. Namorado? Nunca!! Eu não poderia gostar de um egocêntrico metido a besta.

Anjo...

A voz me surpreende tanto que ofego e quase caio na manobra de tentar vestir o vestido. Mas de onde essa voz vinha? E por que aparecia do nada?

- Esta tudo bem ai ? - a voz do Tayler é abafada do outro lado da porta.

- Sim.

Respiro fundo e resolvo tentar entrar na jogada.

Tem alguem ai? - pergunto mentalmente.

Nenhuma resposta. Que ótimo! Agora eu andava escutando coisas. Termino de me vestir e saio do provador, vejo o Tayler sentado no banco que eu estava antes com a mão no queixo e pensando na vida, quando sente minha presença ele pára por uns instantes e se levanta.

- O que acha?

Ele abre e fecha a boca algumas vezes.

- Não é a hora de parecer um peixe morrendo - falo, mas ele ainda não responde.

Me viro para entrar no provador e tirar a roupa quando sinto sua mão no meu ombro. Ele me gira e olha para mim tao perto que eu conseguia ver a íris esverdeada dele com pequenas listras douradas , ele olha para cima e vê meu cabelo no coque improvisado que tinha feito e o desfaz.

- Perfeito - ele fala vagamente.

Me afasto rapidamente dele que franze a testa para a minha reação.

A Marca dos Caídos - Livro I (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora