Capítulo 9

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Não sei porque, mas naquele dia eu acordei muito cedo, sendo que nem aula tinha.

Ansiedade?

Eu nunca fui do tipo ansiosa, talvez porque eu não tivesse motivo para ser, mas naquele dia...

— O que eu faço? O que eu visto?

Eu fiquei com essas e outras milhares e milhares de perguntas na cabeça. Eu nunca tinha ido a um encontro, então a única saída era pedir ajuda à minha mãe, até porque eu não tinha amigas, então não tinha outro jeito. Mas não precisou nem eu ir até ela.

— Nathy? — Minha mãe bateu na porta.

— Estou indo! — Gritei.

Levantei e abri a porta.

— Bom, aposto que você não sabia o que vestir, então tomei a liberdade de comprar esse vestido para você. Eu comprei Lilás. Sua cor preferida é roxo, e lilás é parente de roxo, então está tudo certo.

— Mas é que...

— Não precisa me agradecer, filha!

Eu amava muito a minha mãe, porém odiava o jeito como ela gostava de mandar e decidir tudo.

— E o cabelo? O que você pensou em fazer?

— Sei lá, prender ele talvez...

— Meu deus, Nathalia, você tem o cabelo lindo, e vai ficar bem melhor solto. Sabe, o seu pai amava o meu cabelo solto...

— Sério?

— Sério — Ela sentou sobre a cama — Já passamos tantas noites deitados em um jardim que ficava perto do colégio. Ele dizia que queria ter sempre os meus cabelos longos e negros sobre o seu corpo. Mesmo depois de casados, continuamos com esse costume, por isso, uma vez no mês, nós íamos visitar aquele jardim.

— Agora está explicado...Então era para lá que vocês iam?

— Sim. Eu sinto como se tivesse perdido uma parte de mim. Às vezes é difícil encarar a realidade...

Deu para sentir a tristeza no olhar da minha mãe naquele momento. Eu não era muito boa com palavras, então fiquei tentando encontrar o que dizer.

Sentei ao seu lado e disse:

— Mãe, eu sei que eu não demostro muito, mas eu te amo, e você tem a mim, podemos até estar em pouca quantidade, mas ainda somos uma família.

— Obrigada, meu amor — Ela me deitou sobre seu peito e me abraçou — Mesmo você tendo esse seu lado obscuro e sombrio de ser, eu te amo, nada nunca vai nos separar, Nunca.

Passamos a tarde inteira olhando fotos. Olhamos o albúm de casamento da mamãe e do papai. Ela também me mostrou fotos de quando eles começaram a namorar, eu fiquei me perguntando: como as pessoas conseguiam se vestir daquela forma, e se eu também iria me sentir assim olhando minhas fotos daqui a alguns anos, mas isso era impossível, porque eu odiava tirar fotos.

— Meu deus, Mãe! Já são 18:00 horas.

— Que horas o Dean vem te buscar?

— Eu não sei, mas provavelmente deve ser às 19:00, então já vou me arrumar.

Eu me arrumei o mais rápido possível, fiquei com medo do Dean chegar e ter que ficar me esperando. Aquele vestido era até bonito, só que não tinha nada haver comigo, e aqueles saltos menos ainda, achei que estava até meio exagerado para alguém que iria apenas ao cinema, mas até que para uma pessoa que nunca tinha usado um salto alto, eu não estava indo tão mal.

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