Soltei um riso nasal, enquanto caminhava em direção à saída. Taylor acha que é assim? Faz e fala o que quer e na hora que bem entender, corre atrás da gente.

.: Eu não tenho tempo para isso – Resmunguei, já do lado de fora do hospital.

.: Laur-Laur - Apelou para o apelido - Eu só quero falar um pouco com você.

.: É o seguinte, você tem dez minutos para estar na porta da minha casa, caso contrário, esqueça – Finalizei a ligação, sem nem esperar sua resposta.

Entrei no carro e parti direto para casa.

Nem tive tempo de pensar em tudo o que aconteceu, nem mesmo o que vem acontecendo. Desde que Camila entrou na minha vida, a tranquilidade que era, se esvaiu, trazendo o caos. Nem mesmo quando estava na ilha consegui ter esse tempo, pois Camila estava lá. Não estou reclamando, a latina me ajudou demais, mas a verdade é que tudo na minha vida vem girando em torno dela. E sabe o que mais me desespera? É saber que ela pode nunca mais acordar. Só de pensar nessa possibilidade, simplesmente me matava um milhão de vezes.

Virei a esquina da minha rua e pude avistar um dos carros da empresa estacionado na porta.

Só pode ser Taylor, foi mais rápida do que imaginei. Estacionei o carro na garagem e desci. Senti meu corpo reclamar, aquela poltrona me fodeu mesmo. Fechei a porta, já sentindo a presença de Taylor ao meu lado.

- Você foi rápida - Disse com sarcasmo.

- Já estava aqui – Respondeu meio sem graça. – Como está Camila?

Fechei os olhos brevemente, respirando fundo. Tem que ter muita coragem de perguntar pela latina, fazendo o que tem feito. Virei-me e abri um sorriso.

- Não pergunte como se você se importasse – Taylor bufou. Era o cúmulo do ridículo aquilo tudo. - Por que não pergunta para o seu namorado?

- Lauren... Olha, não tenho dormido direito desde aquele incidente.

- O que você chama de "incidente", eu chamo de traição, de todas as formas possíveis. Você é suja, Taylor, não vou nem te convidar para entrar, não quero sua impureza na minha casa. – Disse tudo em um fôlego só.

Seu rosto começou a ficar vermelho e seus olhos a marejarem - Agora pronto, vai chorar! - disse. E lá estava, lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto. Balancei a cabeça, sentindo um nó na garganta. Estava à beira de desabar também.

- Desculpa, Laur - Sua voz saía embargada, junto com suas lágrimas incontroláveis. - Errei feio, fui fraca.

- Não! - Por mais cortante que fosse ver minha única irmã assim, eu precisava ser forte. Ela precisava ouvir a verdade. - Você está sendo fraca, você ainda está com ele!

- Laur... - Taylor não conseguia sequer completar uma frase, seu choro já a dominava.

Não conseguia sentir pena, só nojo. O jeito que ela havia falado com a latina no cemitério, a cena dela se pegando com Robert no estacionamento da empresa, assombrava minha cabeça.

- Você não tem um pingo de compaixão? - Perguntei indignada. - Camila estava no hospital ontem e você ligando para aquele verme ir te ver. - Ri sem humor, já me sentindo mal com toda aquela conversa.

- Laur, tem mais de um dia que não te vejo, não consigo...

- Mentirosa! Você mente na cara de pau. Não sei se tenho mais nojo de você ou dele.

- Laur...

- Cala a boca! - Berrei, cansada. - Saia da porta da minha casa!

- Lau... - Taylor até tentou falar, mas a agarrei pelo braço com força e comecei a arrastá-la. - Está me machucando...

Dark ParadiseWhere stories live. Discover now