Know that Im here

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POV Lauren Jauregui

Três meses depois.

Três longos meses se passaram desde a última vez em que estive no hospital. Todas as notícias que recebia de Camila eram através de Dinah, Ally, Veronica ou Normani. O fato de ninguém saber da minha relação com a latina facilitou meu afastamento.

Voltei a todo vapor ao meu antigo hobby, mudando todo meu modo operante para não atrair atenção da polícia e muito menos de Veronica. Tentei até negar e inventar qualquer motivo para a volta das minhas antigas práticas, mas não tinha como esconder o vazio e toda a falta de esperança que Camila me causou ao vê-la sem reagir naquela cama de hospital. Por dias, conversei com ela na esperança de ver mais uma vez aqueles castanhos chocolate, mas a cada dia sem resposta, sem seu progresso, era um arrombo no meu peito. Então voltei a fazer o que eu achava ser a única solução para qualquer dor minha, causando nas pessoas, se é que pode se chamar esse tipo de gente de pessoa. Já me conformei que só ela tem esse poder de estancar todas as minhas feridas, mas como fazer isso, quando se está machucando? A única solução foi me afastar. A única presença minha que a latina passou a ter foi através das flores que sempre mandava para ela.

Segui em frente, voltei a trabalhar na boate, dessa vez ao ponto de me tornar a funcionária do mês. Halsey, que até então era uma pedra no meu caminho, tornou-se uma ótima companhia, mesmo sendo um pouco implicante, mas compensava tudo com sua inteligência e talento. De fato, a moça do cabelo azul e eu tínhamos muito em comum.

Há três meses também não falava com Taylor. Ela me manda mensagens quase todos os dias e foi por ela que soube que meu pai chegou a ser internado algumas vezes, inclusive no mesmo hospital que Camila estava, mas não me dei ao trabalho de ir vê-lo. Na verdade, eu não estava me dando ao trabalho de nada, só tenho me dedicado à música, é a única coisa boa que tem me feito.

Liguei a televisão enquanto me sentava no sofá, com uma tigela de cereais de chocolate, balancei a colher, os misturando ao leite. A voz da moça do noticiário atraiu minha atenção ao começar a falar sobre uma série de assassinatos brutais que vêm acontecendo nos últimos meses.

Levei uma colher cheia até minha boca, meus olhos se mantinham atentos no noticiário, o sabor do cereal junto ao leite quase me fez gemer.

"Uma sucessão de assassinatos tem deixado a população em alerta. Após o sumiço do Maníaco Polaroid, temos um novo maníaco. A polícia não revelou se há um modus operandi, muito menos se tem alguma ligação com o maníaco mais procurado de Miami, Maníaco Polaroid.

A última vez que Miami teve um serial killer à solta..."

Soltei um riso nasal, levando outra colher cheia até a boca - maníaco mais procurado - neguei com a cabeça rindo, seria errado sentir meu ego inflado?

A polícia não revelou nada, porque eles não sabem absolutamente nada.

Até tento controlar meu egocentrismo, mas é inevitável não pensar que eu sou mais inteligente do que a polícia de Miami toda.

[...]

Passar na floricultura se tornou um grande hábito, quase como uma obrigação. Comprava um arranjo de flores, sempre com espécies diferenciadas. A senhora que trabalha lá me ajudava muito a deixá-los o mais lindos possível, o que não era muito difícil, já que o trabalho árduo dela resultava em qualidade e vida para as plantas.

- Buenos días, Maria. - A cumprimentei sorridente. A senhora, que conversava com um punhado de rosas, virou-se e sorriu ao me ver.

- Menina Lauren, estava com saudades. - Disse ela, obviamente brincando, já que me vê todos os dias.

Dark ParadiseWhere stories live. Discover now