Capítulo 12
E lá estavam os quatro sentados no sofá na sala de estar, enquanto Adryan sentia-se perdido naquela conversa que apenas acompanhava com os olhos, e não com os seus ouvidos, Anne e Wanda apreciavam o momento com aquele homem que ele sequer sabia o nome.
Sentiam-se a vontade na companhia dele. De corpo alto e pele clara, com longos cabelos escurecidos e olhos negros, vestido em uma elegante roupa social. Seus sapatos até reluziam com a luz da sala, pareciam ter um brilho fora do comum.
Aquela conversa que ele apenas ouvia ao fundo de seus ouvidos já estava causando grande incômodo. Pediu licença e retirou-se por alguns instantes.
Caminhou em passos largos até o banheiro, a fim de se refazer, para que não percebessem a sua inquietação.
“O que está acontecendo?”
Pensou consigo, dialogando com sua própria mente, enquanto passava uma água fria sobre a pele de seu rosto, fixando seus olhos em direção ao espelho, que ali apenas refletia de volta seus medos e incertezas.
Suas mãos seguravam firmemente a pia, a ponto de sua louça começar a fazer estalos, avisando que poderia ceder rapidamente caso não a soltasse.
“Quem é este homem?”
Questionou-se, lembrando que ninguém os havia apresentados, o que no mínimo era uma grande falta de gentileza.
— Está tudo bem?
Do outro lado da porta, ouviu Anne perguntar, logo após a mesma dar três batidas e ele não responder.
— Só um minuto, já estou de saída.
— Você demorou um bocado aí dentro, está tudo bem?
— Para falar a verdade, não. — Disse. — Desde que vocês chegaram, estão lá conversando sobre tudo, me senti perdido. Precisava de um tempo.
— Não percebemos isso, é que fazia tanto tempo que não víamos o Peter. Perdão.
‘‘Peter.’’
— Até que enfim alguém disse seu nome.
Anne o olhava, parada à sua frente, e sentiu naquele momento que Adryan já estava a se endurecer com tudo aquilo, percebeu então que sequer tinha os apresentados e logo se desculpou por sua atitude controversa.
— Você precisa saber de algumas coisas.
Caminharam até a sala, onde finalmente foram apresentados um ao outro.
— Peter, esse é o Adryan.
Disse a mulher ruiva, os apresentando pela primeira vez desde que tinham se encontrado.
Peter o olhava como se já o conhecesse de algum lugar. Estendeu sua mão em sinal de cumprimento e assim Adryan fizera o mesmo.
Wanda apenas o olhava, surpresa por ter esquecido de os apresentar. Em seguida cochichou baixo em seu ouvido, pedindo desculpa.
— Tudo bem. — Respondeu ele a sua irmã.
— Adryan, eu sei que para você deve ser estranho tudo isso. Mas eu quero que entenda o que está acontecendo.
— Pode falar. — Fora ríspido.
— Talvez seja melhor ele contar. — A ruiva indicou a Peter.
— A alguns anos atrás, Anne e eu trabalhamos em um projeto.
Começou falar, e, antes que pudesse dar continuidade, Adryan o interrompeu, dizendo que já sabia sobre o chip e que ele poderia adiantar sua história.
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Alianças De Sangue (Degustação)
Science Fiction"Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos" Um conto de duas cidades. Charles Dickens. O que aconteceria se você embarcasse numa história onde apenas um personagem fosse livre de dúvidas? E que esse mesmo personagem tivesse um passado tã...