Capítulo 04 (nova versão)

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"Todo dia há um gigante pra eu derrubar
Todo dia esse mundo quer me desviar
Estou lutando contra minha vontade
Estou tentando matar a minha carne, Senhor"

Morrer para viver - Ministério Sarando a Terra Ferida

Morrer para viver - Ministério Sarando a Terra Ferida

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     Em plena segunda-feira eu acordo mais disposta. Não sei se por causa da chegada do inverno – que é a minha estação preferida – ou simplesmente pela agradável noite de sono. É cientificamente comprovado que uma boa noite de sono melhora o bem-estar geral... mas, seja lá por qual motivo for, eu estou gostando disso.
Depois de sábado eu fiquei mal com aquela conversa. Me senti triste, constrangida, inferior aos meus amigos. Um verdadeiro peixe fora do aquário. A despedida da Letícia havia acabado, mas minha noite estava longe de terminar. Eu não estava bem.

     Ainda não estou, na verdade.

     Sempre tentei ser uma boa cristã durante todo esse tempo e, sinceramente, eu pensei que estava bem. Mas talvez estivesse apenas me iludindo... Empurrando com a barriga... Conformada... ou qualquer outro termo você prefira usar. O que estou tentando dizer é que eu aparentemente estava bem, embora sempre tivesse sentido que ainda faltava – e falta! – algo em mim. Já não é nenhuma novidade a minha inconstância no meu relacionamento com Deus, mas ontem eu me senti confrontada. Não consegui dormir, pensando em minha vida espiritual, até o amanhecer e agora consigo entender o que Malu vinha me falando todo esse tempo.

     Só que agora eu me sinto perdida. Ou, talvez, sempre estive. Sei lá...

     No domingo eu programei novamente o meu dia e é com grande alegria que eu digo que – finalmente! – consegui colocar em prática tudo que havia planejado, principalmente ler a bíblia e orar. O que, pensando bem, me faz chegar a conclusão do que me fez acordar tão disposta em plena segunda-feira.

     Mas como estava dizendo, tive uma agradável noite e logo ao amanhecer senti a brisa gelada entrar por minha janela. Enfim pude aposentar meus looks-verão e dar boas-vindas aos meus querinhos aliados do inverno. Para matar a saudade, optei logo por uma calça skinny, uma blusa listrada com um blazer azul-marinho e nos pés um belíssimo salto de bico fino azul. No trabalho o look foi só elogios e, pela primeira vez depois de muitos dias, encontrei Alexandra socializando com o pessoal – longe do seu celular! Consegue acreditar nisso?

     Se não, tudo bem, eu também demorei a acreditar mesmo que meus olhos estivessem vendo. Por isso que não pude reprimir meu espanto quando perguntei o motivo da sua repentina cura do vício.

     — Não exagera, Sofi, eu nem ficava tanto tempo assim — é o que ela responde.

     — Ah, não! — concordo, soando irônica. — Claro que não... só ficava grudada no celular quase o dia todo. Só esse pouquinho.

No Coração de Sofia - PARADOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora