Lembrando Do Que Parecia Esquecido - Penúltimo

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- Chegamos! - Anunciou.

- Parece animado, não acha? - Comentei.

- Bem do jeito que eu gosto...

Cerimonial Stillus - 20:59

Chegamos na festa com o som passeando por dentro do carro e estrondando de baixo dele. Saímos no carro, e logo vários homens em uma espécie de grupo, que estavam conversando, olharam para mim, o que pareceu incomodar Hyan, que me abraçou de lado e ficou encarando o certo grupinho ao lado da porta de entrada do cerimonial.

- Uhhh... O que seria de mim, uma pobre menina indefesa com seu "simples" vestido rosa sem um nobre defensor? - Ironizei

- Nada - Sussurrou, ainda encarando os homens, que depois pararam de olhar.

Atravessamos a rua e entregamos os convites ao enorme segurança que ali estava. O enorme painel com a foto dos dois pombinhos impedia de ver o que estava acontecendo lá dentro. Tivemos que dar a volta no painel pela direita, e logo o ruído do som aumentou. Muitas pessoas estavam dançando na pista de dança mais a frente, e também outras muitas sentadas, tomando seus coquetéis e comendo seus salgadinhos. Sem contar que o lugar era enorme.

- Vem Bia, nossos pais estão ali - Me puxou levemente.

Logo um homem, avisou no microfone que as dez, era para todo mundo pegar os elevadores disponíveis em frente aos banheiros, que os recém-casados iriam cortar o bolo no último andar do prédio.

- E a frescura... - Falei comigo mesma.

Chegando perto de nossos pais, percebi que eles estavam super entretidos, rindo, o que eu não via a muito tempo. Após perceber que nós dois havíamos chegado, minha mãe puxou a cadeira para trás e bateu em cima da própria, em um gesto para nós sentarmos.

- Demoraram. - Disse ela.

- É, a Bia não seria uma boa piloto de fuga. - Brincou, se sentando ao lado de nossa mãe.

Sentei ao lado dele, e após segundos reparei que o garçom oferecia também vinho e champagne para os convidados.

- Qual a intenção do Adam? - Pensei. - Demonstrar todo o seu poder...

Logo o próprio veio em direção a nossa mesa, ao ver que eu estava presente, revirou os olhos e arrumou o cabelo.

- Tia! Tio! Que bom que vieram. - Deu um beijo no rosto de meu pai e em seguida em minha mãe. - Desculpe por não ter falado com vocês antes, estava muito ocupado.

- Sem problemas meu amor, eu entendo. - Respondeu ela.

- Hyan! - O-cumprimentou de um jeito "brother". - Bia... - Foi seco.

- Como vai priminho? - Forcei o sorriso - Onde está sua esposa? Quero desejar boa sorte para ela. Não deve ser fácil acordar todo dia e olhar para você ao lado.

- Aqui tem pipoca? Garçom! Pipoca! - Exclamou Hyan, rindo.

- Pelo menos eu tenho alguém ao lado para me aturar, e você? Hum? - Rebateu, porém recuou ao ver que a Dona Elisa estava pronta para chamar a atenção, como sempre, de nós dois, e desviou o assunto. - Mas então, hoje é dia de curtir. Se quiserem uma coisa mais calma, está tendo música ao vivo no último andar, na cobertura. Por favor, sintam-se a vontade. - Avisou.

- Vai beber? - Perguntei a Hyan.

- Lógico, sou a carona esqueceu? - Levantou o braço para chamar atenção do garçom com a garrafa de champagne.

- Fiz o mesmo com outro garçom que estava com uma jarra na mão, rapidamente ele veio e perguntou um pouco nervoso - B..oa no..ite senhori..ta, deseja um coquetel? - Disse trêmulo.

- É sem álcool?

- Sim. - Respondeu brevemente.

- Ah, então claro. - Peguei o enorme copo que estava virado na mesa e estendi para que ele pudesse colocar.

- Pron...to -

- Obrigada. - Fui gentil, ao perceber que o rapaz aparentava precisar de alguns elogios.

....

Depois de um certo tempo, de tantos salgadinhos, pratos feitos, coquetéis, doces... Passava a mão sobre o rosto, intolerante ao volume da música que ali tocava.

- Gente - Chamei - Não da, vou subir, o clima lá deve estar mais tranquilo... - Levantei.

- Ok - Disseram.

Fui até o elevador e apertei o botão milhares de vezes, impaciente, batendo o pé, ou melhor, o salto, e fiquei bufando. Quando chegou, comemorei, e quando as portas se fecharam, me apoiei no próprio, soltando um ar de alívio, e admirando o silêncio até chegar ao último andar.

A porta do elevador se abriu e eu fui recebida com uma música tão bem executada, quem a-cantava era um rapaz com seu enorme chapéu preto e sua bela voz rouca. Havia poucas pessoas ali, algumas sentadas em volta de uma mesa branca, redonda, e outras em volta da piscina tampada.

Escolhi sentar no degrau de madeira, um pouco a frente da piscina, que levava a grade de proteção com 3 degraus de diferença. Chamei o garçom, e pedi uma taça e um vinho. Não deveria, mas tomei mesmo assim, qualquer coisa era só pedir para uma pessoa de confiança, sóbria, me levar para casa. Depois de ser servida pelo gentil garçom, apreciei a música e olhei para o céu... Estrelado, limpo, viajei em meio a lua, tentando não pensar em muita coisa, algo que parecia impossível.

Em meio a apreciação do vinho, admiti, eu amo o Lucas. Mesmo que ele seja um idiota, um babaca, um cretino, traidor, - um burro! - Eu amo ele, e amo quando ele me deixa sem saber o que fazer. Eu amo quando ele me joga contra a parede, ou quando ele mente ao falar que não está com ciúmes. - Eu amo principalmente quando ele me deixa sozinha, bebendo um vinho. - Falei comigo mesma, de cabeça baixa, levantei a cabeça e...

- Ele no caso, sou eu? - Perguntou...

Amizade ColoridaWhere stories live. Discover now