VI

15.4K 784 15
                                    

Pude ver que Lucas tinha um ótimo gosto em decoração. Mas o que me atraiu foi a piscina que ficava no lado de fora, na varanda. Em meio a admiração, notei como ele estava diferente e um pouco seco do que costuma ser.

– Seu ciúme ficou mais intenso do que a de alguns anos atrás? – Questionei, enquanto o– observa cortar alguns vegetais do outro lado do balcão da cozinha.

– Eu já disse que não estou com ciúmes. – Afirmou.

– Então para de fugir, e vem até aqui. – Pedi.

Me surpreendi quando ele atendeu ao pedido, mesmo bufando. Me olhou fixamente e com alguns sorrisos forçados.

– O que foi? – Perguntou ele.

– Você quer parar? – O– abracei – Fica fofo quando esta com ciúmes.

– Da pra me largar? – Pediu, agora com o sorriso "de verdade"

– Quer saber de uma coisa? Eu aceito morar aqui. Sabe, acho que vai ser legal.

Com um olhar surpreso, ele perguntou – Não é por causa da piscina, é?

Então, rimos. Foi uma cena típica de filme. Mas eu estava feliz por ter aceitado, além de diminuir os custos e não ter que ficar sozinha sempre. Me parecia uma boa ideia morar com um amigo.

. . .

Já no outro dia,

Conversei com Júlia quando cheguei em casa após sair da casa de Lucas; "Não acha que vai ficar mais intenso?" foi uma das frases ditas por ela. No fundo, eu sabia que morando junto com ele seria algo bem sério. Porém topei mesmo assim, vai que no final daria certo.

~ celular tocando ~

Era minha mãe.

– Oi mãe! 

Filha! Tudo bem? 

– Tudo, e por ai? 

– Claro querida, aliás, estou indo ai com o seu primo, Adam.

– A mãe... Você sabe que eu não vou muito com a cara dele. Reclamei.

O primo Adam era um daqueles ricos que toda familia tem, mas pior do que isso, era o que se achava.  

– Filha, vocês são primos e você não é mais criança. – Intimou. – Ele tem uma novidade! Logo mais chegaremos ai. 

~ Fim da ligação ~

Quando fui ao banheiro para trocar de roupa, meu celular tocou novamente e eu recuei para atendê– lo. Olhei no visor e vi que era Lucas.

– Oi! – Disse animada.  

– Ta difícil falar com você em. – Resmungou – A noite eu vou dar uma passada ai.

–  Ok. Mas era só isso? 

Ta muito cedo pra falar te amo, Beatriz. Beijos. – Riu.  

~ Fim da ligação ~

Após algum tempo, minha mãe finalmente chegou. Com o então primo que ninguém da família gostava cem por cento. 

Adam saiu do carro, com seu óculos escuro e seu traje formal, mais preciso, um terno preto, com uma gravata vermelha. Ele colocava seu cabelo liso e castanho claro para trás, e ajeitava as mangas do terno, enquanto vinha em nossa direção.

– Tem certeza que é ele? Sabe, em uma certa idade as coisas começam a ficar meio confusas... – Disse baixo para minha mãe. 

– Beatriz, quanto tempo. – Disse Adam. – Como vai? Perguntou enquanto tirava seu óculos. Seus olhos cor de mel brilhavam.

– Bem mal e você? 

– De carro importado. – Foi sarcástico

– Querem parar vocês dois? Vamos Adam, entre. – Ordenou minha mãe. – Tem falado com seu pai, Bia?

– Tenho, é... Podem sentar ai no sofá, eu vou preparar alguma coisa pra vocês. – Ofereci. 

– Não precisa, já estamos de saída. – Disse Adam.

– Ok. – Sentei ao lado de minha mãe. – Mas se vocês já estão de saída, não era mais fácil falar pelo telefone? 

– Olha os modos. – Disse Dona Elisa, um tanto constrangida. 

– Nós vinhemos para te fazer um convite, que achei melhor ser pessoalmente. – Respondeu Adam. – Vou me casar e gostaria que você fosse. 

– Claro! Não vou perder isso por nada. – Respondi. – Qual o nome dela? 

–  Camila. Titia te ligará para passar a data certa. 

Casamento com um rico não é bem um casamento, ou é? 

. . . 

Amizade ColoridaWhere stories live. Discover now