Orquídeas - XXXIV

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Não tive saco para aturar a cerimônia em silêncio e então para distrair, fiquei cochichando com Hyan, que como sentia a mesma coisa, não se importou, mesmo com os "Shiiii" de nossa mãe, quando escutava nós dois falando mal de Adam.

Daniel por sua vez continuou puxando papo e eu, tentando pensar em outra coisa, aceitava as sugestões que ele estava disponibilizando, como: " Você gosta de Orquídeas? "...

Orquídeas? Ah, claro que eu gosto de Orquídeas... Não vivo sem uma em minha jarra...

Quando o noivo beijou a noiva, soltei um "Graças a Deus"... A cerimônia havia acabado, e a noite finalmente estava só começando. A família Figueiredo era conhecida por dar as melhores festas, seja elas de casamento, aniversário, ou uma simples social para reunir todos de uma vez só. Com essa informação, torci para que eles fizessem logo sua caminhada no tapete vermelho para fora da Igreja, informalmente.

- Liberados para a festa! - Gritou Adam.

Os convidados se manifestaram com um "Uhhh!" e após os recém-casados terem saído, foram as pressas, em direção ao canto direito, que levava ao estacionamento.

- Bia, tenho que ir, vou dar carona para algumas pessoas, beijos. - Avisou Daniel, me dando um beijo respeitoso no rosto, e indo embora.

- Não gostei dele. - Compartilhou sua opinião.

- Hyan... Não seja tão mal, ele é muito fofo... E bobão também, mas fofo. - Expliquei - Você quer ir comigo, ou com nossos pais?... Quer dizer, vocês vão juntos né Mãe? - Perguntei

- Sim filha, seu pai irá me levar já que estou sem carro.

- Sem querer ser indelicado, mas não vou com vocês para ficar segurando vela, novamente, do casal de idosos divorciados em plena reconciliação. - Foi direto.

- Você quer parar com isso, garoto! - Minha mãe bateu em seu braço. - Mais respeito!

- Tudo bem, mas eu vou com a Bia. - Afirmou.

- Não precisava jogar na cara, filho. Apesar do idoso aqui está fazendo mais sucesso que um rapaz com vinte e um anos... - Alfinetou.

- Há! Não irei te responder nessa, pai. - Riu.

- Ok, vamos? - Puxei levemente o Hyan - Nos encontramos na festa - Disse diretamente para os meus pais, mandando beijinhos para eles e indo na frente enquanto eles cumprimentavam alguns de nossos muitos parentes.

- Orquídeas... - Soltou um ar pela boca em gesto de deboche.

- Você ouviu? - Coloquei a mão na boca.

- Ouvi, ele estorou o meu limite de criatividade.

Não respondi, apenas fui até o carro em silêncio, controlando o riso, já que era isso que Hyan queria, se eu desse um sinal, ele continuava com a implicância.

Chegamos no carro e imediatamente liguei no rádio, enfim, seguimos a viagem cantando e falando da vida alheia.

Amizade ColoridaWhere stories live. Discover now