IV

16.6K 882 7
                                    

Ao acordar no outro dia, notei que Lucas já havia ido embora. Me deixando uma cartinha e o número do telefone.

"Espero que tenha gostado. Precisei sair mais cedo para ajustar algumas coisas com meu pai. Me liga quando quiser. Beijão."

Em meio ao sorriso quando li a carta, levantei da cama para "ajustar" os meus assuntos, por vez, com o meu pai.

. . .

No elevador da empresa de meu pai, aguardando ansiosamente o décimo segundo andar, pude observar o espelho do próprio algumas marcas de arranhão no pescoço. Tinha tantas saudades assim?

Ao soar o toque de que havia chegado no andar, fui recebida por Taís, a secretária, que por sua vez me acompanhou a sala em meio a sorrisos falsos de quem "precisa" agradar a filha do chefe.

– Oi Pai! – Entrei em sua luxuosa sala, o-abraçando. 

– Filha! Que bom te ver! – Comemorou – O que houve?

–  Preciso de uma ajuda. – Sorri. 

Assim, expliquei para ele que havia tomado vergonha na cara e finalmente gostaria de ter um carro, para que não dependesse de táxi ou carona. Ele por sua vez me apoiou e então começamos a procurar o que melhor atenderia. 

Ficamos por horas conversando já que ele estava com tempo vago, o que não é algo que acontece.  Falamos sobre a vida, a família e negócios. Ainda entre uma fala e outra, pude ver o quanto meu pai era o meu exemplo. 

Lucas havia me mandado mensagem, falando que me buscaria para irmos até a uma lanchonete. Eu respondi que só poderia sair em determinado horário, e então marcamos. 

. . .

Ao sair da empresa, Lucas me esperava na vaga de estacionamento. Parecia estar comendo algo. 

– Oi irmã de nariz. – Ele brincou por causa dos narizes rosados, quando me aproximei ao vidro do carro. 

– Aonde vamos? – Questionei. – Você já esta comendo? 

– A lanchonete ali da esquina é muito boa. –  Sorriu – Eu estava com fome e você demorando, então me adiantei. 

– E aguenta comer mais? 

–  Claro que sim! Entra logo. – Ordenou.

. . .

Ao chegar na lanchonete, fizemos o pedido e ele se levantou para sentar do meu lado, já que o fato de estar separado por uma mesa, parecia incomoda-lo. 

– Não faremos nada. – Brinquei. 

– Claro que não! – Concordou, determinado. – Por enquanto... 

Eu sorri, mesmo não vendo problemas em ganhar um beijo. 

– Então, aonde você esta morando? –  Perguntei a ele. 

– Acho que fica uns cinco quarteirões da sua casa. Na rua de trás do barzinho, sabe onde é? 

– Claro! Ali é ótimo. Estou pensando em me mudar também, minha mãe sabe de um contato ótimo de corretor. –  Expliquei.

– Lembra naquele dia que moramos juntos por um mês? Foi legal – Riu. – Se quer tanto se mudar, por que não vem morar comigo? 

– Lucas, você chegou esses dias do nada, a gente... – Falei baixinho – transou... E você já esta querendo morar junto? 

– Qual o problema? É um exemplo de amizade. E minha casa tem piscina. – Tentou convencer, entre um sorriso sugestivo. 

– Você comprou um apartamento com piscina? – Perguntei – É, não me parece uma ideia ruim... 

– Sabia que você ia gostar da ideia. Mas a proposta é séria, pensa com carinho. 

– Ok! Vou pensar com carinho. – Respondi. 

. . . 

Amizade ColoridaTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon