Capítulo 6 - A inimiga

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— Ah, Edu. – ao constatar o que já sabia, Malu que se passava por Keylli, sussurrou consigo mesma: — Eu sabia!

— O que disse? – quis saber o rapaz sem entender.

— Não é nada não. - desconversou perguntando: — Então Edu, quando podemos nos ver?

— Você pode se encontrar comigo agora?

— Hum... Eu acho que sim.

Nessa hora seu Mauro gritou bem alto chamando Edu, e ele respondeu com um grito: — Já vou!

Logo depois, o playboy finalizou sua conversa no celular: — Olha, eu tenho que desligar. Hoje à tarde, lá pras duas horas você estará disponível?

— Às quatro.

— Quatro horas está ótimo! - ele sorriu. — Vou ficar te esperando, beijos.

— Espera! Você não me disse onde será a entrevista. Me passa o endereço, por favor. É na sua casa?

— Ah é, me desculpa. - Edu deu uma risadinha sem graça. — A entrevista será na casa de um amigo. Vou te passar o endereço...

Edu informou onde era o local e Malu anotou tudinho. A partir daí, ela começou a traçar planos contra Keylli. Falta do que fazer? Só pode ser, né?

Depois que acabou de limpar a casa, Keylli foi até um telefone público telefonar para casa. Ela não telefonou de seu celular, porque estava na pindaíba (sem dinheiro) e ligação de telefone público é bem mais barata.

— Alô mamãe! Como a senhora e os meus irmãos estão?

— Estamos nos virando, mas o mais difícil é viver longe de você, filha. Como você está?

— Estou ótima, mãe. Não se preocupe comigo, tá bom? Eu consegui um bom emprego e estou morando e trabalhando numa casa de família.

— Que bom, meu amor! Quando você volta pra casa?

— Quando eu conseguir o suficiente para todos nós vivermos melhor. E a propósito, isso não vai demorar tanto. Aqui na cidade pagam super bem.

— Tudo vai dar certo, você merece o melhor. Uma filha como você não existe. Obrigada, coraçãozinho!

— Eu que tenho que agradecer a senhora por ser a minha mãe. Saiba que eu te amo demais e não estou fazendo nenhum sacrifício. – Key não aguentou e começou a chorar.

— Não chora amor. Não demonstre sua fraqueza, prove a si mesma que é mais forte do que imagina.

— Estou morrendo de saudades de vocês. Mas tudo vai melhorar, eu prometo. Até breve.

Após despedir-se de sua mãe, Keylli desligou o telefone e estava voltando para casa onde trabalhava, muito cabisbaixa e demasiadamente entristecida, quando no caminho encontrou-se por acaso com Ramon.

— Oi Keylli, aconteceu alguma coisa? – ele perguntou preocupado.

— Não, é que eu telefonei pra minha mãe e me emocionei um pouco. Tenho muitas saudades de casa. - explicou a moça enxugando as lágrimas.

— Não fica assim, tudo vai ficar bem. Quando se sentir triste e sozinha, pode contar comigo sempre. – Ramon consolou-a a abraçando.

— Obrigada! Você é uma das poucas pessoas legais que eu conheço. – Keylli disse engolindo os soluços.

Ramon sorriu ao ouvir essas palavras.

Desfizeram o abraço e seguiram conversando.

— E aí, trabalhando muito? - quis saber Ramon mudando de assunto.

— Bastante! – eles trocaram um sorriso e Keylli perguntou: — Você conhece a Malu?

— Qual? Aquela loirinha de cabelos cacheados, filha da Dolores?

— É essa mesmo.

— Conheço, mas não vou muito com a cara dela. - disse Ramon.

— Então somos dois.

Eles riram combinando a antipatia pela jovem.

— Ela era colega de escola da Letícia e foi lá em casa algumas vezes, mas sempre a achei uma pessoa superficial demais.

— Ela tem se comportado muito mal comigo e eu não entendo o porquê. – ela encolheu os ombros.

— Ignora Key, é o melhor que você pode fazer.

— É, tem razão. Vou seguir seu conselho.

Após alguns metros andados, eles chegaram ao trabalho de Keylli.

— Eu tenho que ir. – despediu-se ela.

— Foi bom te rever. Posso vir aqui à noite pra gente conversar, dar uma volta...?

— Claro, é uma ótima ideia. – Keylli empolgou-se.

— Até mais tarde. – Ramon se despediu acenando.

— Até mais.

Meu Conto Não é de Fadas - 2° Edição - COMPLETOWhere stories live. Discover now