Anonymous Romantic • PJM + JJK

💌 08- I'm sorry.

Eu precisava agir normalmente.Precisava fingir que nada daquilo tinha mexido comigo. Mas a verdade era simples, cruel e silenciosa:

Eu não conseguia parar de pensar na carta.
E, pior ainda... não conseguia parar de pensar nele.

💌

Voltei para o refeitório com o rosto já recomposto. Ou, pelo menos, tentando convencer a mim mesmo de que estava. Sentei na mesa, ouvi Tae e Jin comentarem algo, mas minha atenção estava em outro lugar. Deslizei a mão discretamente até o bolso, sentindo o papel ali dentro, e o incômodo voltou a subir pelo meu peito.

Eu precisava descobrir quem tinha escrito aquilo.

Comecei a observar o ambiente com atenção calculada, o olhar passando de mesa em mesa, como se pudesse identificar o culpado apenas por... sei lá, algum detalhe óbvio. Claro que isso não fazia sentido, mas a inquietação era tão grande que eu precisava tentar.

Primeiro, analisei as mesas próximas. Ninguém parecia estar me observando. Ninguém com ar nervoso, ninguém acompanhando meus movimentos. Só pessoas comendo, conversando, vivendo suas vidas como se a minha não estivesse um caos.

Meu olhar caiu sobre Taemin, um aluno quieto e meio antissocial da minha sala, sentado sozinho com o livro dele. Por um momento, considerei a possibilidade. Ele tinha jeito de quem escreveria cartas? Talvez... mas aí lembrei da caligrafia dele. Horrível. Traços tortos, desalinhados, quase ilegíveis.

A carta na minha mão era bonita. Fluida. Quase artística.

Definitivamente não era Taemin.

Continuei a varredura visual, analisando mais alguns rostos. Nada. Nenhum se encaixava. Nenhum combinava com aquele tom dramático, com a forma como cada frase parecia... íntima demais.

Foi inevitável que meus olhos acabassem encontrando Jungkook.

Ele estava na mesa dos populares, ainda calado, ainda com a expressão estranha. O cabelo caía um pouco sobre a testa, e ele ficava mexendo no anel do dedo como se estivesse entediado, ou incomodado.

Por um segundo, a ideia passou pela minha cabeça.

Jungkook? Escrever uma carta cheia de sentimentos? Cheia de dor e metáfora?

Eu soltei uma risada curta e irônica antes mesmo de perceber.

Ridículo.

Ele era o tipo de pessoa que expressava tudo com socos, provocações idiotas e sorrisos tortos. Um popular, durão, impulsivo... nunca conseguiria escrever algo tão profundo sem explodir de frustração.

Além disso...

Ele era tudo que não combinava com o tom daquela carta.

Só podia ser qualquer pessoa menos ele.

Suspirei, recostando-me na cadeira. Eu não fazia ideia de quem era o tal A.R. E isso começou a me incomodar mais do que eu gostaria de admitir.

💌

Faltavam poucos minutos para o fim do intervalo quando Yoongi entrou no refeitório. Ele caminhava com passos tranquilos, como se nada no mundo pudesse perturbá-lo. Taehyung praticamente saltou da cadeira ao vê-lo.

— Yoongi! — chamou, sorrindo largo.

Yoongi apenas levantou uma sobrancelha e, sem hesitar, aproximou-se, segurou o rosto de Taehyung com uma mão e lhe deu um beijo rápido. Natural, simples, íntimo.

Jin colocou a mão no peito como se tivesse testemunhado um crime.

— Vocês dois deviam ser proibidos de fazer isso na minha frente. Eu me sinto humilhado como solteiro.