💌 02- A.R.?

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Jimin


Ao abrir meu armário naquela manhã, tudo o que eu desejava era pegar meus livros e seguir para a próxima aula em paz. Contudo, a tranquilidade nunca parecia ser um privilégio meu. Assim que a porta metálica se abriu, um envelope caiu diretamente aos meus pés. Suspirei. Outro.

Peguei o primeiro envelope, simples, leve, com uma caligrafia cuidadosa. Já estava acostumado com aquelas cartas anônimas e, por isso, abri o papel com absoluta indiferença. A mensagem era curta:

Você está muito lindo hoje.

Sem reação alguma, amassei o bilhete e o joguei no lixo ao lado, como fazia rotineiramente. Porém, quando me abaixei para pegar um livro, notei outro envelope, mais grosso, colocado no fundo do armário de modo estratégico, como se tivesse sido deixado ali com uma intenção específica.

Diferente do primeiro, esse carregava uma presença. Um peso. Algo na textura me fez hesitar. Ainda assim, abri.

A caligrafia era distinta, mais firme, inclinada, quase íntima. E logo no início, uma provocação:

Eu sabia que você amassaria a primeira. Então deixei esta aqui.

Meu peito se apertou, mas continuei lendo.

Já que rejeitou o elogio, permito-me ir direto ao ponto.

Engoli em seco sem perceber.

Observei você hoje no corredor. A forma como sua camisa marcava seu peito... A maneira como franziu as sobrancelhas com irritação... Até sua raiva é bela.

Minhas mãos começaram a esquentar, apesar do frio que senti na espinha.

O texto seguia, ainda mais ousado:

E, por ser anônimo, posso me permitir confessar mais. Eu penso na sua boca.

Meus dedos quase tremeram.

Imagino-a pressionada, aberta, vulnerável. Imagino seus gemidos, baixos, contidos, tensos. Imagino você perdendo o controle.

Minha garganta secou de imediato.

Continuei lendo, mesmo sem saber se queria.

Você tem ideia do que causa quando passa por mim. Dos pensamentos que desperta? Da vontade que sinto de empurrá-lo contra um armário igual a este... Segurar sua cintura... E ouvir você dizendo meu nome com a voz trêmula?

Senti meu rosto arder. Uma mistura de indignação, surpresa e... algo que eu me recusava a nomear.

A carta se aproximava do fim, mas não diminuía em intensidade:

Se quiser fingir que não leu, fique à vontade. Mas saiba: Eu observo você há muito tempo. E quero muito mais do que olhar. Estou sempre te observando Jimin.

No rodapé, em uma letra menor, quase sussurrada, havia o golpe final:

P.S.: não procure por mim.
Eu irei até você quando achar que está pronto.

Fechei os olhos, tentando reorganizar meus pensamentos. Dobrei o papel devagar, como se contivesse algo inflamável, e o guardei no bolso interno da minha jaqueta.

Por alguns instantes, o corredor pareceu completamente silencioso, como se o mundo tivesse parado apenas para que eu absorvesse aquilo. Eu deveria estar irritado — e estava — mas, para meu completo desespero, havia também uma inquietação estranha dentro de mim.

Anonymous Romantic • PJM + JJKTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang