Anonymous Romantic • PJM + JJK

💌 08- I'm sorry.

Abri a boca, pronto para retrucar, mas Jin se adiantou:

— Ele nasceu um ermitão, Tae. É a estética dele. Não tenta mudar.

Empurrei a bandeja um pouco para longe, respirando fundo.

— Eu não gosto de festas. Não é o meu tipo de ambiente. É isso.

Taehyung me encarou com uma expressão tão desconfiada que parecia estar lendo minha alma letra por letra.

— Você está estranho desde ontem — disse ele, dessa vez mais baixo.

O comentário atingiu direto no estômago. Eu desviei o olhar, fingindo ajeitar o casaco.

— É cansaço.

— Sei... — ele murmurou, claramente não comprando a versão.

Jin, que bebia seu suco com absoluta tranquilidade, completou:

— Tá na cara que tem algo te incomodando.

Meu coração apertou. Mordi a parte interna da bochecha.

— Nada está me incomodando — respondi, firme, porém sem coragem de encará-los.

Porque admitir que estava preocupado com alguém que eu deveria detestar?

Nunca.

Taehyung apoiou o rosto nas mãos, me analisando com uma intensidade que beirava irritante.

— Só vou avisando — disse ele por fim — se for alguma coisa séria, você vai me contar cedo ou tarde. Eu não sossego enquanto não descobrir.

Jin assentiu com um sorriso vago.

Eu apenas suspirei, olhando para minha bandeja como se ela fosse a única saída possível daquela conversa.

Mas mesmo cercado por dois dos meus melhores amigos...

Eu não conseguia afastar a sensação incômoda que latejava no fundo do meu peito.

Algo estava errado.

E eu sabia exatamente com quem. Mesmo que não quisesse admitir.

O barulho aumentou repentinamente, risadas altas, passos apressados, o som característico do grupo dos populares entrando no refeitório como se o lugar inteiro lhes pertencesse. Eu ergui o olhar de forma instintiva, quase sem perceber.

Eles chegaram em bloco, ocupando o espaço como sempre faziam, irradiando segurança e arrogância em igual medida. Meu peito se apertou por um segundo, eu procurava Jungkook, ainda que negasse isso a mim mesmo com todas as forças, mas não o encontrei entre eles.

Até que ele apareceu.

Jungkook surgiu logo depois, caminhando atrás de um dos garotos, o que havia feito com que eu não o visse de imediato. Senti um alívio.

Ele passou pela entrada com passos lentos, cabeça baixa o suficiente para parecer desinteressado, mas não era isso.

Não era desinteresse.

Ele não levantou a cabeça, não cumprimentou ninguém, não fez nenhuma piada, não provocou, não sorriu e aquilo, vindo dele, soava quase absurdo.

Jungkook era presença barulhenta, constante, irritante, impossível de ignorar. Mas ali...

Ali, ele parecia menor.

Eles se sentaram na mesa logo a minha frente, apenas duas fileiras adiante, e eu consegui vê-lo com clareza. O queixo apoiado na mão, o olhar perdido na mesa, como se estivesse observando algo invisível.